Notícias Menos emissões, menos altas prestações em 2020? Olhe que não, olhe que não…

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Menos emissões, menos altas prestações em 2020? Olhe que não, olhe que não…

Apesar da redução das emissões de CO2 estar na ordem do dia, os automóveis de altas prestações não foram esquecidos para 2020 — seja a hidrocarbonetos ou a eletrões.

Toyota GR Yaris

Estarão os automóveis de altas prestações em perigo? A tarefa não será fácil em justificar o seu desenvolvimento. Porquê? Refiro-me, obviamente, à redução da média das emissões de CO2 para 2020/2021 por parte dos construtores, cujo incumprimento custará fortunas  — não admira que no próximo ano assistamos a uma enxurrada de híbridos e elétricos.

Já vieram a público que planos foram cancelados para o desenvolvimento de versões desportivas de vários modelos, sobretudo os mais acessíveis. No entanto, apesar destes casos, parece não haver razão para alarme.

No próximo ano veremos automóveis de altas prestações para todos os gostos — desde máquinas 100% a hidrocarbonetos, a máquinas 100% a eletrões, passando pelas mais variadas combinações entre os dois.

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Toyota Yaris, o rei dos… hot hatch?!

Foi, talvez, a melhor notícia para os petrolhead a encerrar 2019. A nova geração do Toyota Yaris — que já conhecemos ao vivo — vai dar origem a um “monstro”.

Toyota GR Yaris
Toyota GR Yaris, uma das estrelas de 2020? Esteve por cá, para uma primeira apresentação no Estoril, e “chapa” portuguesa.

Isto é o que sabemos sobre o já anunciado Toyota GR Yaris. Pelo menos 250 cv extraídos de um três cilindros com 1.6 l sobrealimentado, tração às quatro rodas, caixa manual… e uma carroçaria de três portas.  Quem diria que seria o modesto Yaris, mais conhecido pela sua económica e modesta versão híbrida, a ser o herdeiro (espiritual) de lendas dos ralis como o Delta Integrale, o Escort Cosworth, o Impreza STI ou o Evolution?  — sim, estamos tão abismados como vocês!

O GR Yaris não será a única máquina “inspirada” no WRC. Vem aí um Hyundai i20 N (a marca coreana conquistou o campeonato de construtores do WRC em 2019) que, ao que tudo indica, não será tão extremo como o compacto japonês, prevendo-se um rival direto para o Ford Fiesta ST. Ou seja, motor turbo a rondar os 200 cv e tração dianteira — após o excelente trabalho de Albert Biermann com o i30 N, as expetativas estão também em alta…

Hyundai i20 N foto espia
Hyundai i20 N — as “mulas” já andam na estrada

E onde está a resposta europeia a este “ataque” asiático? Pois bem, não temos boas notícias. Vimos surgir em 2019 três novas gerações dos “gigantes” do segmento: Renault Clio, Peugeot 208 e Opel Corsa. Mas as suas versões desportivas, respetivamente, R.S., GTI e OPC (ou GSI)? As probabilidades de surgirem são diminutas, devido à questão das emissões já referidas.

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Renault Zoe R.S.
Será que o Zoe R.S. verá a luz do dia?

Persistem rumores que, mesmo assim, estas possam surgir mais tarde, mas como hot hach puramente elétricos — no caso do Clio, o seu lugar poderia ser tomado pelo Zoe. A acontecer, não é esperado que seja durante 2020.

No entanto, a eletrificação do hot hatch será, cada vez mais, o caminho a seguir. Já em 2020 conheceremos o novo CUPRA Leon (e CUPRA Leon ST) que já foram confirmados como híbridos plug-in — e já sabemos que terão mais que os 245 cv do crossover híbrido plug-in Formentor. Confirmação que nos foi dada pela própria CUPRA…

Um novo Ford Focus RS também deverá chegar em 2020. E de acordo com os rumores mais recentes, também cederá à eletrificação, introduzindo de um sistema mild-hybrid de 48 V para assistir o 2.3 EcoBoost, e um inédito eixo traseiro eletrificado, ou seja, os dois eixos não estarão unidos mecanicamente.

O Volkswagen Golfé um dos lançamentos do ano, e as suas versões desportivas deverão marcá-lo de igual forma, todas elas previstas para 2020: o “clássico” GTI, o híbrido plug-in GTE e ainda o todo-poderoso R — debruçámos-nos sobre este trio anteriormente, e já sabemos o número de equídeos para cada um deles…

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Já revelado em 2019, será partir de março o novo, possante (306 cv) e limitado (3000 exemplares) Mini John Cooper Works GP inicia a sua comercialização.

Mini John Cooper Works GP, 2020
Mini John Cooper Works GP, no circuito do Estoril

Por fim, mas não menos importante, o mais acessível Suzuki Swift Sport será alvo de uma atualização. Também ele receberá um sistema mild-hybrid de 48 V, e uma versão atualizada do seu motor, o K14D. A marca japonesa promete menos 20% de emissões de CO2, consumos combinados inferiores em 15%, e mais binário em baixas. As especificações finais serão conhecidas em março.

Supercarros: eletrões ou hidrocarbonetos, eis a questão

Se nos hot hatch a eletrificação dará os primeiros passos em 2020, no outro extremo da performance automóvel a eletrificação já foi abraçada na sua totalidade. Vimos em 2019 serem revelados vários supercarros elétricos, com números surreais, cuja comercialização iniciar-se-á em 2020.

O Lotus Evija promete 2000 cv de potência, Pininfarina Batista e Rimac C_Two (versão de produção chega em 2020), suplantam os 1900 cv (partilham a mesma máquina elétrica), e apesar de não sabermos quantos cavalos terá o futuro Tesla Roadster, Elon Musk já anunciou números “absurdos” para o seu elétrico.

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Outros farão um mix de eletrões com hidrocarbonetos. O já revelado Ferrari SF90 será um deles, que ao ter 1000 cv, torna-se no Ferrari de estrada mais potente de sempre; e a arquirrival Lamborghini já levantou o pano sobre o Sian, o seu primeiro V12 eletrificado.

A grande surpresa de 2020 virá também de Itália, cortesia da Maserati. Para já identificado como MMXX (2020 em numeração romana), o projeto M240 é o “ressuscitar” do supercarro híbrido da Alfa Romeo, o 8C — recorda o que escrevemos sobre a futura máquina…

Maserati MMXX M240 mula
A mula de testes do projeto M240 já circula

Mais a norte, do Reino Unido, veremos mais três supercarros parcialmente eletrificados, o já revelado Aston Martin Valkyrie (versão final será conhecida em 2020); o McLaren Speedtail — sucessor espiritual do McLaren F1, e recentemente motivo de notícia por ter conseguido atingir realmente os 403 km/h anunciados há mais de um ano —;  e o Gordon Murray Automotive T.50 (nome de código do projeto, o nome final ainda não revelado) — este sim, para nós, o verdadeiro sucessor do McLaren F1.

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Apesar de parcialmente eletrificados, tanto o Valkyrie como o T.50 estão “unidos” pela ode à combustão que são as suas unidades V12 atmosféricas — ambas a saírem das capazes mãos da Cosworth. São capazes de fazer mais rotação que qualquer outro motor de combustão até agora visto num automóvel: 11 100 rpm no caso do Valkyrie, e red line às 12 400 rpm no caso do T.50 (!).

A Mclaren revelará também o BC-03. Apenas cinco unidades previstas, inspirado no Vision GT, prevendo-se que também ele seja parcialmente eletrificado.

Para os fãs dos “puros” a combustão, novidades também não vão faltar. Começamos por um trio que querem ser os automóveis mais rápidos do planeta. Objetivo: 482 km/h ou 300 mph. Eles são o Koenigsegg Jesko — para suceder ao recordista Agera RS —, SSC Tuatara e Hennessey Venom F5. Todos eles já revelados, mas apenas em 2020 deverão provar as suas intenções.

Há espaço ainda para o radical e limitado McLaren Elva, assim como para o Lamborghini Aventador SVR, a derradeira evolução do modelo da marca do touro.

E mais abaixo? Desportivos e GT para todos os gostos

Nesta abrangente classe vemos automóveis de altas prestações onde predomina, sobretudo, o motor de combustão interna. Já revelado, o elegante Ferrari Roma será comercializado em 2020, assim como a versão roadster do Aston Martin Vantage. O eterno 911 vê chegar à geração 992, os 911 Turbo e, provavelmente, do 911 GT3.

Ainda com o motor “atrás das costas”, veremos chegar o Audi R8 RWD (tração traseira), o Corvette C8 e o mais extremista dos Sport Series da McLaren, o 620R. Em contraponto, também conheceremos o mais extremista dos Mercedes-AMG GT que, ao que tudo indica, significará o regresso da denominação Black Series.

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Descendo um pouco mais abaixo no patamar de performance, o mais hardcore BMW M2 CS inicia a sua comercialização, assim como o atualizado Audi RS 5, e o híbrido Polestar 1. Há ainda tempo para o Bentley Continental GT ganhar uma versão Speed, e o já revelado Lexus LC Convertible também chega ao mercado.

Por fim, vamos conhecer o sucessor do atual BMW Série 4, mas ainda não há certezas que o M4 seja revelado em 2020 — o M3 é praticamente certo que sim… Ainda no campo das probabilidades, existem rumores de que o sucessor do Nissan 370Z seja conhecido, e apesar de previsto apenas para 2021, o sucessor dos Toyota GT86 e Subaru BRZ poderá ser mostrado ainda em 2020.

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Performance com… quatro (ou mais) portas

São dois os grandes destaques para 2020 no que toca a automóveis de elevadas prestações combinadas com as carroçarias de propósitos mais executivos ou familiares. Teremos um novo BMW M3, o primeiro com tração às quatro rodas — os puristas, no entanto, não foram esquecidos… —; e também uma nova geração da sempre balística Audi RS 6 Avant.

Audi RS6 Avant
Audi RS6 Avant

A acompanhar a RS 6 Avant existirá um RS 7 Sportback, o BMW M8 Gran Coupe (4 portas) junta-se ao Coupé e Cabrio, e tal como o Continental GT, o Bentley Flying Spur ganha uma versão Speed. Nem a Peugeot quer ficar de fora no que toca a berlinas de altas prestações: o 508 Peugeot Sport Engineered será o primeiro de uma nova geração de desportivos da marca francesa, casando os hidrocarbonetos com os eletrões.

Por fim, conheceremos o “Taycan” da Audi, o e-tron GT, que partilhará com o “irmão” a plataforma e máquina elétrica.

Sim, os SUV não podiam faltar

Performance e SUV juntos? Cada vez mais, mesmo quando olhamos para eles e, por vezes, não parecerem fazer muito sentido. Mas em 2020, automóveis de altas prestações também serão representados por um número crescente de SUV.

São os alemães que mais fomentarão o SUV de alta performance: Audi RS Q3, RS Q3 Sportback — equipados com o cinco cilindros do RS 3 —, e RS Q8 — atualmente, o mais rápido SUV no “inferno verde” —; BMW X5 M e X6 M; Mercedes-AMG GLA 35, GLB 35 e GLA 45com o mesmo motor do A 45 —; e, por fim, Volkswagen Tiguan R — está atrasado, deveria ter surgido juntamente com o T-Roc R —, e Touareg R — com o grande SUV a já ter sido confirmado como um híbrido plug-in.

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Saindo da Alemanha, temos o mais “modesto” Ford Puma ST, que deverá herdar do excelente Fiesta ST o seu grupo motriz; e num outro extremo, o Lamborghini Urus Performante poderá fazer uma aparição — este deverá ser inspirado pelo Urus de competição, o ST-X.

Lamborghini Urus ST-X
Lamborghini Urus ST-X, a versão de competição do Super SUV italiano

Por fim, persistem os rumores de um Hyundai Tucson N, que poderá surgir com a nova geração que se prevê também para 2020, assim como o de um Kauai N.