Especial As carrinhas desportivas mais radicais de sempre: Subaru Impreza WRX STi Wagon

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As carrinhas desportivas mais radicais de sempre: Subaru Impreza WRX STi Wagon

No que toca a carrinhas radicais, não falta pedigree à Subaru Impreza WRX STi Wagon. A única diferença para o "carro de ralis" era o volume traseiro.

Em 1992, quando o pequeno e modesto familiar Impreza foi apresentado, ninguém imaginava o sucesso que ia conhecer. Ao contrário da nossa última eleita neste especial “As carrinhas desportivas mais radicais de sempre”, o Subaru Impreza não tinha originalmente grandes pretensões desportivas.

A decisão da Subaru em substituir o Legacy pelo mais pequeno e ágil Impreza no Campeonato Mundial de Ralis foi fulcral não só para o reconhecimento da marca, mas também para elevar o estatuto do Impreza a lenda do mundo automóvel.

A emblemática decoração azul e dourada rasgou as mais variadas etapas do Mundial de Ralis sobre asfalto, gravilha e neve, e venceu! Aos seus comandos encontramos pilotos também eles lendários: Carlos Sainz, Ari Vatanen, Richard Burns, Peter Solberg e, claro, Colin McRae.

E se há piloto cujo nome ficará para sempre associado ao Impreza terá de ser McRae. Extraiu do Impreza tudo o que tinha e não tinha para dar — a alcunha McCrash não surgiu por acaso.

Resumindo, o Impreza encerra consigo uma longa e ilustre carreira: a Subaru conseguiu três campeonatos de construtores e três de pilotos no WRC.

Subaru Impreza 555 Colin McRae1997 Subaru Impreza WRX STi
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Dos ralis para a estrada

Felizmente a Subaru soube traduzir para os modelos de produção o ADN dos seus modelo de competição — nem que fosse pela exigência dos regulamentos. O Impreza ainda é, nos dias que correm, uma máquina distinta. E refiro-me mesmo à essência do carro, como a sua a mecânica ou tecnologia — vamos esquecer o design, quase sempre um tema controverso nos Impreza.

Subaru Impreza WRX STi

Mesmo após estes anos todos, a sua arquitetura continua a ser única. Não encontram outro modelo na indústria que recorra a um motor boxer (cilindros opostos) colocado longitudinalmente à frente do eixo dianteiro, e com um sistema simétrico de tração às quatro rodas permanente (Symmetric All Wheel Drive ou Symmetric AWD).

Porquê simétrico? Uma referência ao comprimento idêntico dos dois semi-eixos, e o motor boxer não só é mais equilibrado — duas forças idênticas a deslocarem-se em sentidos opostos, anulam-se —,  como garante um centro de gravidade mais baixo do que o tradicional motor de cilindros em linha.

Subaru Impreza WRX STI

Word Rally eXperimental

Ou seja, o Impreza tem uma base com os ingredientes certos para extrair dela uma máquina de prestações elevadas e eficaz. Não foi preciso esperar muito tempo para a Subaru abrir as “hostilidades”. Primeiro surgiram as versões WRX (Word Rally eXperimental), desenvolvidas para demonstrar as competências técnicas da Subaru e do sistema Symmetric AWD.

Estas versões faziam de ligação ao modelo de competição, e tal como este, o WRX também recorria a uma motorização sobrealimentada com 2.0 l de capacidade, e a uma carroçaria mais rígida, o que ajudava ao trabalho das suspensões.

Ao longo dos anos (e das diversas gerações) a evolução nunca parou. Os engenheiros chegaram ao pormenor de alterar a direção e ângulo das molas na suspensão com o objetivo de incrementar a eficácia e a performance. Enfim, nipónicos…

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Ainda mais performance. Os STi

Mas a história não se ficaria pelos WRX. A Subaru Tecnica international, fundada em 1988, era responsável pelo programa desportivo da marca e começou precisamente onde os WRX acabavam.

Inicialmente, os primeiros WRX STi (1994) “nasciam” como Impreza WRX. Após saírem da linha de produção, estes WRX viam alguns dos seus componentes serem substituídos por componentes STi. Só mais tarde é que os STi passaram a integrar a linha de produção como os restantes WRX.

Os Impreza com as três letrinhas cor de cereja seriam o pináculo da hierarquia do modelo. São os mais potentes, rápidos e eficazes Impreza que se poderiam comprar. Alguns dos STi destacaram-se por elevarem o Impreza a níveis sublimes, como por exemplo, o STi 22B ou o STi Spec C.

Subaru Impreza WRX STI

O boxer de quatro cilindros, de sonoridade única, também conheceu diversas evoluções, tanto em capacidade como potência. Cresceu dos 2.0 l até aos 2.5 l, com correspondente subida de potência, começando nos 250 cv, chegando a ultrapassar os 300 cavalos em modelos mais recentes.

E onde entra a carrinha na história?

Os Impreza “carrinha” estiveram presentes nas duas primeiras gerações do modelo — GC (sedan e coupé) e GF (carrinha) na primeira geração e GD (sedan) e GG (carrinha) na segunda —, opção abandonada na passagem para a terceira geração.

Único como era, até a versão carrinha destacava-se. Na primeira geração, havia quem torcesse o nariz até à denominação «carrinha». O desenho peculiar do volume traseiro colocava o modelo algures entre um dois volumes convencional e uma carrinha. Em alguns mercados, como o australiano, os Impreza «carrinha» eram definidos como hatchback e não wagon.

2002 Subaru Impreza STi

Para nós será sempre uma carrinha, com todas as vantagens inerentes a esta tipologia — mais versátil que o sedan de quatro portas . E apesar da carrinha não ser efetivamente a carroçaria que andava a disputar o campeonato de ralis, como vimos, a Subaru não se coibiu de lançar versões carrinha Impreza WRX e WRX STi. E o mundo é um lugar melhor graças a esta decisão…

O pedigree do carro de rali associado a uma carroçaria mais prática, sem beliscar a eficácia ou performance, era a resposta ideal para quem procurava o melhor de dois mundos.

2007 Subaru Impreza WRX

Comparativamente à berlina não existiam diferenças de qualquer tipo no que toca a motorizações ou chassis. Mesmo a diferença de peso era negligenciável — 10 kg ou pouco mais a favor da berlina equivalente. É por isso que entra, orgulhosamente, na nossa lista de carrinhas desportivas mais radicais.

Uma carrinha com “ligação direta” ao Campeonato Mundial de Ralis é ainda hoje uma proposta única.