Ensaio Testámos o Hyundai i20 1.0 T-GDi. Está ao nível dos rivais europeus?

Desde 19 310 euros

Testámos o Hyundai i20 1.0 T-GDi. Está ao nível dos rivais europeus?

Nesta nova geração o Hyundai i20 sofreu (mais uma) revolução, mas será que tem argumentos para se impor aos líderes do segmento?

Hyundai i20
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

O segmento B é há muito a «casa» dos líderes de vendas em Portugal, e tem no Hyundai i20 uma das propostas mais equilibradas.

Afinal de contas, a cada nova geração o modelo sul-coreano tem-se aproximado das referências do segmento e nesta terceira geração surge com renovadas e elevadas ambições.

Numa altura em que as vendas da Hyundai continuam a crescer em Portugal e na Europa, será que o i20 tem argumentos para bater «pesos-pesados» como os Peugeot 208, Renault Clio, Opel Corsa, Volkswagen Polo, Ford Fiesta ou Toyota Yaris?

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Hyundai i20
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Para descobrir passei uma semana ao volante do Hyundai i20 na versão Style e com a motorização mais interessante da gama, o 1.0 T-GDi de 100 cv associada a uma caixa manual de seis relações.

Estilo não lhe falta

Começando por aquilo que mais «salta à vista», a estética, a verdade é que o novo Hyundai i20 deixou para trás o estilo conservador e discreto que caracterizava os seus antecessores.

Em vez disso adotou um visual mais dinâmico e até agressivo que faz jus à sua presença no WRC. O resultado final é, na minha opinião, bem conseguido e permite-lhe fazer «jogo igual» com as propostas europeias.

Simples e funcional

Uma vez no interior do i20, a primeira coisa em que reparamos é que é exatamente igual ao do Hyundai Bayon (na verdade é ao contrário, pois o Bayon chegou depois).

Assim sendo, temos uma ergonomia digna de elogios e um estilo moderno e atual.

Não, não tem aquele ar mais sofisticado que encontramos no Peugeot 208, mas está à altura de propostas como o Opel Corsa ou o Volkswagen Polo, ambos com um habitáculo de desenho mais «sóbrio».

Os materiais são duros como na maioria dos rivais, mas a montagem merece elogios, com o Hyundai i20 a passar pelas irregularidades sem que se oiçam «queixumes» dos plásticos.

No capítulo da habitabilidade, o Hyundai i20 «dá cartas» face aos europeus, principalmente em relação às propostas da Stellantis. À frente viaja-se com conforto, mas é atrás que o modelo sul-coreano mais se destaca das propostas franco-germânicas.

O acesso aos bancos traseiros é bem mais fácil, o túnel central pouco intrusivo e há espaço mais do que suficiente em comprimento e largura para dois adultos viajarem com conforto. A este nível, só as propostas baseadas na plataforma MQB A0 do Grupo Volkswagen conseguem fazer jogo igual ao i20.

Por fim, a bagageira com 352 l é das maiores do segmento. Para se ter uma ideia, o Peugeot 208 oferece 309 l e o Toyota Yaris fica-se pelos 270 l.

Uma vez mais, só as propostas do Grupo Volkswagen «ameaçam» o i20: o SEAT Ibiza tem 355 l e o Volkswagen Polo tem 351 l. Já o Renault Clio oferece 340 l.

Bagageira do Hyundai i20
A bagageira do i20 é das maiores do segmento, mas o acesso é algo dificultado pela abertura estar num plano mais elevado que o piso da bagageira. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Cumprir a (nova) tradição

Nos últimos anos, e talvez por influência de Albert Biermann, as propostas da Hyundai têm-se tornado nas mais interessantes de conduzir dos respetivos segmentos.

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O Hyundai i20 não é exceção e apesar de ter somente 100 cv, extraídos do seu tricilíndrico com 1.0 l, a verdade é que o modelo sul-coreano é um dos mais competentes do segmento no capítulo dinâmico.

A direção é precisa e direta (se bem que podia comunicar um pouco mais) e o chassis incentiva-nos a enfrentar as curvas com particular à vontade. A par do Fiesta, o i20 está entre os modelos mais divertidos de conduzir do segmento.

Contudo, um utilitário como o i20 vai passar grande parte da sua «vida» em ritmos mais calmos.

Por isso posso dizer-vos que também nessas circunstâncias o i20 não desilude. Muito fácil de conduzir, o pequeno Hyundai não teme as longas tiradas em autoestrada, onde apenas o ruído de rolamento nos relembra que estamos num utilitário.

De resto, em cidade é confortável e a caixa manual de seis relações é suave e precisa (não tem um tato muito mecânico, mas não desilude). Já o motor cumpre na perfeição a missão que lhe é confiada.

Hyundai i20
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Solícito e progressivo, não está demasiado dependente do turbo — mas nota-se bem que «acorda» sempre que este entra em ação —, permitindo imprimir ritmos mais do que aceitáveis para um utilitário, mesmo quando o i20 vai cheio de passageiros e bagagem.

Quanto aos consumos, ao longo do teste a média fixou-se nos 5,3 l/100 km, com grande parte dos percursos a serem feitos em autoestrada e estrada nacional.

Já em cidade, esta subiu para os 7,4 l/100 km, mas aqui com uma condução mais despreocupada e também algo apressada.

Jante 17"
Jantes de 17″ de série. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Neste campo posso dizer-vos que a concorrência não faz muito melhor, sendo que apenas talvez os motores TSI do Grupo Volkswagen consigam consumos mais baixos, mas ainda assim a diferença é marginal.

É o carro certo para si?

Se na anterior geração o Hyundai i20 era um modelo competente, mas discreto, nesta terceira geração o modelo sul-coreano consegue, finalmente, «casar» os argumentos racionais com uma maior carga emocional

Por um lado continua a apresentar uma boa relação preço/equipamento, uma garantia imbatível (são sete anos sem limite de quilómetros) e cotas de habitabilidade que o colocam perto das referências do segmento.

Já do lado da emoção o i20 oferece um estilo bem mais distinto e uma experiência de condução mais cativante, fruto de um bom comportamento dinâmico e de um enérgico 1.0 T-GDi.

Face a tudo isto, o Hyundai i20 apresenta-se mais competitivo que nunca na sua classe. Deverão as propostas europeias, que costumam liderar o segmento, ficar preocupadas?

Testámos o Hyundai i20 1.0 T-GDi. Está ao nível dos rivais europeus?

Hyundai i20 1.0 T-GDi Style

7/10

Nota: 7,5. A evolução da marca sul-coreana tem sido notável e o novo Hyundai i20 é mais uma prova da transformação de que tem sido alvo. Aos tradicionais argumentos racionais da Hyundai o i20 junta um revigorado apelo emocional, não só através de um estilo mais agressivo como de um comportamento que coloca o Hyundai i20 como uma das propostas mais interessantes de conduzir no segmento B. Tudo isto sem ser demasiado caro.

Prós

  • Comportamento
  • Relação preço/equipamento
  • Estilo mais marcante
  • Habitabilidade/bagageira

Contras

  • Ruído de rolamento
  • Modo «Sport» algo discreto

Versão base:€19.310

IUC: €103

Classificação Euro NCAP: 0/5

€19.775

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:3 cilindros em linha
  • Capacidade: 998 cm3 cm³
  • Posição:Dianteira transversal
  • Carregamento: Injeção direta + Turbo + Intercooler
  • Distribuição: 2 a.c.c.; 4 válv./cil. (12 válv.)
  • Potência: 100 cv às 6000 rpm
  • Binário: 172 Nm às 1500 rpm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Manual de 6 velocidades

  • Largura: 4040 mm
  • Comprimento: 1750 mm
  • Altura: 1450 mm
  • Distância entre os eixos: 2580 mm
  • Bagageira: 352 litros
  • Jantes / Pneus: 215/45 R17
  • Peso: 1140 kg

  • Média de consumo: 5,3 l/100 km
  • Emissões CO2: 120 g/km
  • Velocidade máxima: 180 km/h
  • Aceleração máxima: >10,4s

    Tem:

    • Ecrã touchscreen de 8"
    • Computador de bordo com ecrã "Supervision Cluster" de 10,25'' policromático
    • Integração de smartphone Apple CarPlay e Android Auto
    • Jantes em liga leve de 17''
    • Luzes de circulação diurna em LED
    • Sensor de chuva
    • Seletor de modo de condução
    • Ar condicionado automático 1 zona com sistema de desembaciamento automático
    • Sistema de Manutenção à faixa de rodagem (LKA)
    • Travagem Autónoma de Emergência (FCA)
    • Câmara de auxílio ao estacionamento traseira
    • Sensores de estacionamento traseiros

Pintura metalizada — 430 €.

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