2018 foi assim
Estamos mais próximos do carro do futuro?
Balanço do ano 2018. O carro do futuro, autónomo, eletrificado e conectado, aproxima-se rapidamente. Mas houve mais tecnologias em destaque…

O mundo automóvel está em mudança. O carro do futuro será autónomo, eletrificado e conectado — é o que nos têm dito nos últimos anos. Estaremos mais próximos desse futuro?
Olhando para os avanços tecnológicos este ano, podemos dizer que sim. Não assistimos a novidades revolucionárias, mas sim a um consolidar e evoluir das tecnologias já colocadas ao nosso dispor, agora disponíveis em mais modelos, e também mais acessíveis.
Curiosamente, os avanços mais significativos que vimos referem-se ao “velhinho” motor de combustão, com 2018 a marcar a chegada de inovações tecnológicas que elevam a sua eficiência a novos patamares. Mas houve mais novidades tecnológicas este ano…
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Condução autónoma
O nível 2 de condução autónoma já é disponibilizado por múltiplos modelos, e vimos os primeiros veículos já com capacidade para nível 3 — o seu uso legal continua bastante limitado —, mas quem estava à espera de ver veículos totalmente autónomos (nível 5) já nos próximos anos, terá de esperar mais tempo…
RELACIONADO: Conhece todos os níveis da condução autónomaO ano de 2018 fica marcado por se ter dado o primeiro acidente fatal com um veículo autónomo — um atropelamento com um veículo propriedade da Uber —, obrigando a novas e redobradas discussões referentes à regulamentação, à forma e calendário de implementação desta tecnologia. Também em 2018 vimos os primeiros testes com carros autónomos a chegarem a Portugal.

O impacto disruptivo do veículo autónomo é de tal ordem, que as suas consequências são difíceis de prever — veículo autónomo como bordel móvel? Uma forte possibilidade…
Elétricos
Finalmente começaram a chegar os automóveis elétricos com valores de autonomia generosos, com 400 km ou mais, e não são Tesla — Hyundai Kauai Electric, Jaguar I-PACE, Audi e-tron, Mercedes-Benz EQC… O foco vira-se agora para a infraestrutura e velocidade de carregamento — promessas de carregamentos de cinco minutos foram já mencionadas este ano.
Info-entretenimento
Revolução nos interiores. O analógico e os botões começam a ser vistos como pré-história e no seu lugar surgem apenas ecrãs, sejam táteis ou não, e até promessa de superfícies táteis. Entre os destaques, a estreia do MBUX da Mercedes-Benz, um sistema de info-entretenimento “movido” a IA (inteligência artificial) — Hey, Mercedes…

Espelhos virtuais
Anda a ser prometido em todos os concepts desde sabe-se lá quando e parece que, finalmente, chegaram (após a experiência limitada no Volkswagen XL1). Apesar da Audi ter sido aquela que mais deu destaque a este pedaço de tecnologia disponível no e-tron, a Lexus antecipou-se à marca dos anéis, colocando-a em comercialização mais cedo, no seu ES, para já apenas no Japão.

Motor de combustão
Centenário, mas ainda com muito para dar, graças à sua crescente “digitalização” (e até eletrificação), o que está a permitir avanços antes considerados inviáveis e a colocar a sua eficiência em níveis inéditos.
O Mazda3 será o primeiro carro equipado com um motor a gasolina capaz de a ignificar através de compressão, como um Diesel — ainda que se mantenha uma vela de ignição —; a Nissan (através da Infiniti) colocou em comercialização este ano o primeiro motor com taxa de compressão variável; a Bosch diz ter uma solução capaz de salvar os motores Diesel; e mais recentemente, houve quem propusesse substituir a vela de ignição e incandescência por… micro-ondas!
O motor de combustão terá de fazer parte da solução — a eletrificação do automóvel não acontecerá à mesma velocidade em todo o planeta e demorará décadas até ser o “standard” global. Mas para garantir a sua viabilidade, precisamos também de avanços associados aos combustíveis: gasolina e gasóleo sem serem derivados do petróleo? Sim, é possível…

Os combustíveis sintéticos poderão ter um impacto muito mais imediato e vasto na redução das emissões de CO2, como também permitem uma combustão mais limpa. Este ano, mais uma peça do puzzle foi encaixada, ao ter-se conseguido reduzir o custo de captura de CO2 da atmosfera, ingrediente essencial para se fazer gasolina e gasóleo sintético.
RELACIONADO: Combustíveis vão ter novos nomes. Conhece-os para que não te enganesFibra de carbono flexível
Por fim, um pormenor do McLaren Speedtail com potenciais implicações sobre o design automóvel. O mais rápido McLaren de sempre vem com dois ailerons traseiros acionados hidraulicamente, mas estes não são itens à parte, como seria de esperar, mas são parte integrante do painel traseiro. Ao recorrerem a fibra de carbono flexível, podem ver a sua curvatura alterada, de acordo com as necessidades aerodinâmicas do momento.

Será possível ver esta tecnologia estendida a mais áreas da carroçaria, tornando-a também mais… “flexível” do ponto de vista formal?
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2018 foi assim… Na última semana do ano, momento de reflexão. Recordamos os acontecimentos, os automóveis, as tecnologias e as experiências que marcaram o ano numa indústria automóvel efervescente.
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