Crónicas Podemos repetir? Os 9 carros que nos marcaram em 2018

2018 foi assim

Podemos repetir? Os 9 carros que nos marcaram em 2018

Balanço do ano 2018. Foram muitos os automóveis testados, mais de 100, mas houve alguns que se destacaram mais que os outros, aos quais não resistiríamos dar mais uma voltinha.

Caixa manual

Entre primeiros contactos e ensaios publicados — escritos e em vídeo — contámos, durante o ano de 2018, mais de 100 automóveis testados (!)uma trabalheira… mas muito recompensadora.

Mas entre tantos carros testados, obviamente alguns demarcaram-se. Fosse pela motorização, pelas performances, tecnologia, pela dinâmica de exceção ou sensações ao volante, ou ainda por terem surpreendido muito mais do que as expetativas.

Altura de colocar o desafio aos “pilotos de teste” da Razão Automóvel, Diogo Teixeira, Guilherme Costa e Fernando Gomes. Entre todos aqueles testados, quais os três que mais se destacaram? Aqui ficam as suas escolhas:

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Diogo Teixeira

Antes de falarmos de 2018 temos de voltar a dezembro de 2017, porque este ano que agora termina merece esse enquadramento.

Fechei 2017 com chave de ouro. O último carro que conduzi foi um Porsche 356 Outlaw de 1955, restaurado de A a Z pela Sportclasse. Foi com ele que fiz a viagem mais épica da minha vida: o último carro que conduzi solteiro e o primeiro que conduzi depois de casar, pois esperava-me, serenamente, à porta da igreja.

Sim, eu e a minha mulher saímos da igreja num Porsche 356 pre-A com roll bar, diferencial autoblocante, suspensões Bilstein e cintos de competição. Um casamento petrolhead? Check!

Porsche 356 Outlaw
Porsche 356 Outlaw da SportClasse
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Porsche 911 Carrera T. Um dos carros que me marcou este ano, uma diferença gigante a todos os níveis para aquele clássico de 1955 que representa os primórdios da Porsche, marca que celebrou 70 anos em 2018.

Em pleno verão, entreguei-me de corpo e alma às linhas intemporais do 911 por estradas alentejanas. O Porsche 911 Carrera T está longe de ser a versão mais apaixonante, rápida ou entusiasmante do 911, mas tem detalhes que fazem esta proposta ser mais especial do que as outras.

Só tive pena de não testar uma versão com caixa manual, sem sistema de info-entretenimento e sem bancos traseiros, o mais puro dos T. Talvez em 2019?

Recentemente estive em pista (à pendura) com o novo Porsche 911 (992) e visitei a fábrica onde está a ser construído, em Zuffenhausen, na Alemanha. Brevemente estarei ao volante do novo Porsche 911 (992), algo que poderás ver no nosso canal de YouTube.

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Toyota Yaris GRMNNascido e criado no Nürburgring, exclusivo e alvo de muita dedicação. O melhor pocket-rocket de 2018? Sem dúvida.

Conduzi o Toyota Yaris GRMN em circuito na apresentação do modelo, até deixar os travões, literalmente, a arder. Uma experiência sem filtros, acompanhada pela equipa que participou ativamente no seu desenvolvimento.

Em Portugal testei-o e partilhei tudo no nosso canal de YouTube. Só tenho pena que não esteja um exemplar na minha garagem.

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Mazda MX-5 2.0 (184 cv). A prova de que fazer bem o trabalho de casa, compensa.

Uma viagem épica, com o carro certo. O Mazda MX-5 recebeu todas as alterações que eram necessárias para fazer um “check” nos defeitos apontados pela imprensa especializada e proprietários.

Volante regulável em profundidade, um motor 2.0 mais rotativo e potente, bem como outros pequenos detalhes que nos permitem continuar a dizer que é uma opção obrigatória na garagem de qualquer petrolhead, independentemente do tamanho da carteira: um verdadeiro driver’s car.

Tive oportunidade de o conduzir numa das estradas mais icónicas do mundo, a Transfagarassan, na Roménia.

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Guilherme Costa

Foi um ano fantástico no que toca a lançamentos e novidades no mundo automóvel. Perdi a conta ao modelos que testei, mas ainda assim, há sempre aqueles que por um motivo ou por outro nos ficam gravados na memória. Infelizmente só posso escolher três modelos.

Dito isto, a minha lista não pretende destacar os melhores modelos que testei, mas antes aqueles que mais me surpreenderam ou marcaram. E tão diferentes que eles são entre si…

Ford FocusFoi um dos meus últimos testes do ano — daí ainda não ter vídeo no YouTube, apenas um primeiro contacto aqui no site da Razão Automóvel. O novo Ford Focus é o modelo mais «normal» da minha lista, mas merece aqui estar pelas suas qualidades.

Ford Focus
O novo Ford Focus em duas configurações distintas.

Aquilo que a Ford alcançou com o Focus é no mínimo impressionante. Em termos de comportamento e conforto, está no topo do segmento, superando inclusivamente o Volkswagen Golf na forma como enfrenta a estrada.

É pena que o design não seja um pouco mais inspirado — fator sempre algo subjectivo — porque nos restantes campos (preço, equipamento, conforto, espaço e motor) o Ford Focus alinha pelo que de melhor há no segmento.

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Alpine A110Testei modelos mais potentes, mais rápidos, mais caros e mais exclusivos. Mas o Alpine A110 sem ser nada disto, ficou-me cravado na memória.

Numa época em que praticamente todos os automóveis são mais potentes mas também mais pesados, o Alpine A110 recorda-nos que a essência da condução não está na velocidade que alcançamos nas retas, mas na forma como abordamos as curvas.

Chassis soberbo, reações muito boas, num modelo que pede para ser conduzido.

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Jaguar I-PACE. Foi para mim uma das revelações do ano. Tem tudo aquilo que é «trendy» na atualidade, leia-se: formato SUV, motorização elétrica e um símbolo cheio de história na dianteira.

Mas o Jaguar I-Pace é mais do que isso. É um modelo que mostra que o prazer de condução e a mobilidade elétrica não têm de estar de costas voltadas. Além do mais é espaçoso, bem equipado e quanto às linhas… uau!

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Fernando Gomes

Como escolher entre carros tão díspares em preço, performance, qualidade, etc…? Ao olhar para o ano que passou, acabamos por recordar aqueles que marcaram, não por serem objetivamente os melhores da sua categoria, mas porque proporcionam uma experiência bem mais emocional — a vários níveis — para lá da sua função de nos fazer transportar do ponto A para o ponto B.

De todos os veículos que testei (deixei de parte muitos mais que conduzi), os próximos três destacaram-se por elevarem-se acima da sua função prática, criando um elo de ligação com o condutor que promete enriquecer toda e qualquer deslocação.

Suzuki JimnySem dúvida, uma das minhas escolhas para carro do ano. Não porque é objetivamente melhor que a potencial concorrência, mas por ser uma antítese ao panorama automóvel atual. O seu propósito é claro, e demonstra-o em todos os seus aspetos: desde o design ao hardware.

Nota: o vídeo foi com o Guilherme ao volante, mas eu tive oportunidade de o experimentar em primeira mão durante a apresentação do modelo.

As suas capacidades fora de estrada foram as esperadas (sem deixarem de ser surpreendentes), mas foi sobre o asfalto que mais surpreendeu: refinado e civilizado q.b. Como carro para o dia-a-dia, o Jimny convence plenamente.

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Renault Mégane R.S Um Type R é mais rápido, um i30 N tem um motor mais apaixonante, um Golf GTI é mais “sólido”, mas o primeiro contacto com o Mégane R.S. deixou uma marca profunda.

A capacidade do chassis em absorver todas as irregularidades e até as mais acentuadas depressões — daquelas em que sentimos as vértebras todinhas a comprimir-se umas contra as outras —, o seu controlo e agilidade (4CONTROL), ao que se junta uma traseira interativa, tudo sempre com ritmos absurdos, é uma experiência imersiva, divertida e genuinamente gratificante.  Melhor, só talvez com a caixa manual…

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Honda Civic Sedan 1.5. Como? Não é um Civic Type R? — isso é tão 2017… Mais a sério, contra todas as expetativas, o Civic, na sua carroçaria mais familiar, acabou por ser um dos carros que testei em 2018 que mais me surpreendeu.

A combinação do motor 1.5 i-VTEC Turbo — possante e sempre disponível  —; com a caixa manual de seis velocidades — excelente tato, leve,  precisa —; o muito bom chassis do Civic e sem esquecer o peso e tato correto de todos os comandos, originam um conjunto praticamente inigualável no segmento. Dá vontade de pedir à Honda um acerto um pouco mais firme da suspensão, os bancos do Type R, e chamarem-no de… Type S. Para papás e mamãs petrolheads, sem dúvida!

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2018 foi assim… Na última semana do ano, momento de reflexão. Recordamos os acontecimentos, os automóveis, as tecnologias e as experiências que marcaram o ano numa indústria automóvel efervescente.