Primeiro Contacto De crossover a SUV. Já conduzimos o novo Mercedes-Benz GLA 220 d

Desde 40 950 euros

De crossover a SUV. Já conduzimos o novo Mercedes-Benz GLA 220 d

A nova geração do Mercedes-Benz GLA chega a Portugal esta primavera com preços a começar nos 41 000 euros e nós já guiámos o GLA 220 d de 190 cv.

Mercedes-Benz GLA 220 d

O novo Mercedes-Benz GLA quer lutar de igual para igual com BMW e Audi por cada cliente interessado em comprar um SUV compacto premium, o que não acontecia até aqui com a geração inaugural, com uma carroçaria mais baixa. Será que o consegue? Altura de o colocar à prova, aqui na versão GLA 220 d.

Mais de um milhão de GLA foram vendidos em todo o mundo desde a sua chegada em 2014, mas a Mercedes-Benz sabe que pode conseguir fazer bem melhor. Até agora era pouco mais do que um Classe A “em pontas”, mas na nova geração — que estará em Portugal esta primavera — o GLA sobe um degrau para assumir o estatuto de SUV, que é o que realmente o cliente procura, seja em que parte do mundo for.

Deixa, com isso, de estar em desvantagem para os rivais diretos, BMW X1 e Audi Q3, nitidamente mais altos e a gerar a muito apreciada posição de condução com horizontes alargados e sensação de segurança acrescida por se viajar “no primeiro andar”.

TODOS OS PREÇOS: Mercedes-Benz GLA. Estes são os preços para Portugal
Mercedes-Benz GLA 220 d

Para esse efeito foi aumentada a altura do novo GLA em 10 cm (!) e alargado em 3 cm, ao mesmo tempo que aumentaram as vias, para que tanto crescimento vertical não afetasse muito negativamente a estabilidade em curva. O comprimento até encolheu (1,4 cm), mas a distância entre-eixos cresceu 3 cm, para beneficiar o espaço na segunda fila de bancos.

Se ao GLB compete a missão familiar, tanto pelo pilar traseiro mais direito, como pelo facto de dispor de uma terceira de fila de bancos (algo único nesta classe), o novo GLA tem um design mais desportivo com o pilar traseiro de descida mais gradual e os ombros largos na secção posterior. Mas há que admitir que os designers da Mercedes-Benz foram conservadores e que o novo GLA poderia visar diretamente quem se sinta mais seduzido por SUV com ares de coupé, como os estilisticamente mais audazes Audi Q3 Sportback ou BMW X2.

Habitáculo amplo, mala nem tanto

Por dentro, o espaço para pernas na segunda fila de bancos aumentou uns bons 10 cm, mas sem prejudicar a bagageira por a carroçaria ser agora mais larga e mais alta, tendo até ganho 14 litros — para 435 l ou 425 l no caso deste GLA 220 d (de Diesel), porque o depósito de AdBlue rouba espaço. E isso também acontece porque as costas dos bancos traseiros permitem regular a inclinação e o volume é medido com as mesmas na posição quase vertical. Ainda assim os concorrentes mencionados da Audi e da BMW — tal como o Range Rover Evoque — têm porta-bagagens um pouco mais volumosos.

A altura para os passageiros traseiros diminuiu apenas 0,6 cm na traseira, enquanto na frente ganhou alguns centímetros, apesar da altura dos assentos ter subido uns impressionantes 14 cm. Em poucas palavras, a posição de comando e as vistas panorâmicas da estrada estão, portanto, garantidas e quatro adultos acomodam-se sem problemas, enquanto um terceiro passageiro traseiro viajará com menos conforto (porque o seu lugar é mais estreito e terá um túnel volumoso entre os pés).

Opcionalmente os bancos traseiros podem deslizar — em partição tripla 40:20:40 — ao longo de calhas com 14 cm, privilegiando espaço para as pernas ou para a bagagem.

VÊ TAMBÉM: Testámos o CX-30 2.0 Skyactiv-G. O familiar compacto que faltava à Mazda

Tablier moderno e bem conhecido

À minha frente, tenho o conhecido e elegante sistema de info-entretenimento MBUX repleto de parâmetros personalizáveis ​​e incluindo (com pagamento extra…) a navegação com realidade aumentada que a Mercedes-Benz estreou nesta plataforma eletrónica, além do sistema de controlo de voz que se ativa quando dizemos “Hey Mercedes”.

Mercedes-Benz GLA 220 d

Os ecrãs de instrumentação digital e central de info-entretenimento parecem dois tablets irmãos dispostos horizontalmente um ao lado do outro, com duas dimensões diagonais disponíveis, de 7″ ou de 10″ (opcional). Também o head-up display exige um pagamento extra (1250 euros e só em combinação com algum Pacote que obrigará sempre a abrir mais a carteira…), e o volante precisa de algum estudo e habituação tal a quantidade de botões/comandos.

Tanto os materiais como os acabamentos deste GLA 220 d são de qualidade premium em muitos casos, exceto na metade inferior dos painéis onde claramente existe margem de progresso a esse nível. Também são conhecidas as saídas de ventilação com aparência de turbinas metálicas e o comutador de modos de condução, para dar prioridade a conforto, eficiência ou caráter desportivo, dependendo da estrada e da disposição de quem guia.

A NÃO PERDER: Os motores Diesel têm futuro? Qual a tua opinião?

GLA 220 d, motor chega e sobra

O motor de 2.0 l Diesel de 190 cv do GLA 220 d 4MATIC não é a unidade mais silenciosa do mercado, especialmente nos arranques a frio, apesar das medidas de isolamento acústico adotadas pelos engenheiros alemães.

Mercedes-Benz GLA 220 d

Mas após um breve, mas percetível, atraso na entrada em ação do turbo, o binário máximo de 400 Nm chega às 1600 rpm, o que faz com que tanto as recuperações como as acelerações se situem num nível bastante razoável. O sprint de 0 a 100 km/h em 7,3s e a velocidade máxima de 219 km/h, indicada para autoestradas alemãs, provam que o GLA 220 d consegue ser rápido, se for essa a ideia de quem guia.

A transmissão de dupla embraiagem de oito velocidades também merece aprovação por conseguir as passagens de caixa de forma relativamente suave, enquanto a direção se mostra precisa o suficiente quando as exigências dinâmicas aumentam, sendo particularmente agradável em condução urbana relaxada ou em manobras de estacionamento.

Amortecimento variável a considerar

O novo GLA apresenta uma suspensão independente nas quatro rodas, com o sub-chassis traseiro montado com buchas de borracha para minimizar as vibrações que são transferidas para o corpo e habitáculo, o que produziu bons resultados.

Mercedes-Benz GLA 220 d

Em estrada, a afinação da suspensão tende a ser um pouco dura, pelo que se aconselha utilizadores mais virados para o conforto a perderem o amor a 1250 euros e a colocarem um visto no sistema de amortecimento variável na lista de opções. Só então poderão fazer variar as propriedades do rolamento de acordo com o modo de condução selecionado, tal como acontece com a direção, a resposta do motor e da transmissão. Esta opção leva à instalação de quatro amortecedores com válvula eletrónica que varia o fluxo de óleo, o que leva a que as características do amortecimento se alterem durante a condução, com uma nítida diferença entre os programas Sport e Comfort.

VÊ TAMBÉM: Volvo XC40 D3. Tudo o que precisas de saber

Nas versões com tração às quatro rodas, como esta que tenho em mãos, o seletor de modo de tração também influencia a distribuição de binário de acordo com três mapeamentos: em “Eco/Comfort” é feita na proporção 80:20 (eixo dianteiro: eixo traseiro), em “Sport” muda para 70:30 e em Off-road a embraiagem atua como bloqueio de diferencial, igualando a distribuição pelos dois eixos (50:50).

Mercedes-Benz GLA 220 d

A embraiagem hidráulica do anterior sistema 4MATIC foi substituída por uma eletromecânica (mais rápida e eficaz na gestão do binário) e o Pacote Off-Road inclui controlo de descida de pendentes (2 a 18 km/h), informação específica sobre ângulos de TT e inclinação da carroçaria, além de uma animação mostrando a posição do GLA 220 d no solo e, em combinação com os faróis multifeixe de LED, uma função avançada de iluminação offroad.

TT sim, mas com alguma atenção

Já que a Mercedes-Benz afirma que o GLA está apto para sair do asfalto e aventurar-se por troços de todo o terreno moderado, fiz a experiência e existe mesmo essa capacidade, mas convém ter algumas cautelas.

Mercedes-Benz GLA 220 d

A distância ao solo é de 143 mm (9 mm mais do que na anterior geração), pelo que obstáculos mais pontiagudos podem tornar-se perigosos. Com a agravante de que, ao contrário do que acontecia com o antecessor, não é possível optar por uma suspensão mais alta (mais 30 mm de distância ao solo que, caso fosse usada neste novo GLA, ficaria a 173 mm do mesmo). A marca alemã considera que 143 mm é um bom equilíbrio e que os melhorados ângulos de ataque e de saída (de 15,8º para 18,1º à frente e de 21,5º para 22,1º atrás) também influenciaram essa decisão.

Este GLA 220 d 4MATIC tem uma etiqueta a marcar 54 450 euros que facilmente se aproximará dos 60 000 euros quando se começam a adicionar itens isolados de equipamento e pacotes, que em vários casos deveriam ser de série num carro deste preço.

São disso exemplo os faróis de LED (1050 euros), o portão traseiro elétrico (em Pacote extra), os bancos traseiros deslizantes (450 euros), a integração com smartphones (400 euros) ou mesmo o seu carregamento sem fios (250 euros), só para referir alguns.

VÊ TAMBÉM: Testámos o Lexus UX 250h. O que vale a resposta nipónica?

Híbrido plug-in faz 61 km elétricos

O preço de entrada do novo Mercedes-Benz GLA situa-se nos 40 950 euros para o GLA 200, seguindo para os 41 200 euros do GLA 180 d, e 47 600 euros para o GLA 200 d, as três versões que terão mais procura no nosso país.

A ampla gama de motores (gasolina e Diesel) é, aliás, a conhecida nos restantes membros da família compacta da Mercedes. No final de 2020 junta-se uma motorização híbrida plug-in que utiliza o motor a gasolina de acesso à gama (1.33 l com 162 cv do GLA 200), com um rendimento total de 218 cv e 450 Nm e uma autonomia elétrica de 61 km, mais do que os concorrentes existentes no mercado.

O topo de gama será o Mercedes-AMG GLA 45 S 4MATIC com um pico de potência de 421 cv, que ficará disponível já perto do final do ano.

Autores: Joaquim Oliveira/Press Inform.

De crossover a SUV. Já conduzimos o novo Mercedes-Benz GLA 220 d

Primeiras impressões

7/10
O design do novo GLA poderia ser mais ousado, comparando com os rivais diretos e considerando que o GLB está orientado para as famílias. O interior é amplo, moderno e combina elevada qualidade com alguns revestimentos apenas medianos, ao passo que a bagageira é mais pequena do que a da concorrência. O motor 2.0 l Diesel de 190 cv dispara com prontidão, mas poderia ser mais silencioso, o comportamento é competente — mais estável do que confortável — e a caixa de oito velocidades confirma que é mais rápida e menos hesitante do que a de sete da Mercedes. As versões 200 (163 cv, 41 000 euros) e 200 d (tração dianteira, 150 cv, 47 600 euros) são mais razoáveis do que este 220 d 4MATIC, que facilmente se aproxima dos 60 000 euros quando se junta algum equipamento importante neste segmento.

Data de comercialização: Abril 2020

Prós

  • Interior espaçoso
  • Posição de condução elevada
  • Prestações

Contras

  • Bagageira acanhada
  • Preço
  • Opcionais que deveriam ser de série
Sabe esta resposta?
Qual a velocidade máxima (limitada) do Bugatti Veyron Grand Sport Vitesse?