Ao volante
Já conduzimos o novo Audi Q3 Sportback. Diferente o suficiente?
O novo Audi Q3 Sportback acaba de chegar a Portugal com duas motorizações TDI, preços a começar nos 51 600 euros. Ficámos convencidos?

Este não é o nosso primeiro encontro com o novo Audi Q3 Sportback. No passado mês de setembro marcámos presença na sua apresentação internacional, que ocorreu em Eimeldingen, Alemanha onde demos a conhecer todos os pormenores do novo modelo.
Agora, já em Portugal, damos-vos a conhecer a gama e os preços do novo SUV da marca dos quatro anéis.
Além disso, nova oportunidade para nos sentarmos ao volante do Q3 Sportback, desta vez com a versão 35 TDI, muito provavelmente aquela que será a mais representativa no nosso mercado.
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As diferenças
Como dá para ver de forma imediata, a grande diferença entre o Q3 e o novo Q3 Sportback concentra-se no volume traseiro — do pilar B para trás, o teto cai de forma bem mais pronunciada, originando uma silhueta distinta, mais dinâmica.

Não é só a silhueta que muda, o Q3 Sportback é também mais baixo (29 mm) que o Q3 que já conhecíamos, e os para-choques de desenho distinto adicionam 16 mm ao comprimento total. Curiosidade intrigante: apesar de parecer mais largo, o Q3 Sportback é marginalmente mais estreito que o Q3 regular em cerca de 6 mm.
No interior, nada de novo — é idêntico ao do Q3, e isso significa que estamos na presença de um dos melhores interiores do segmento senão o melhor. Seja pela apresentação, qualidade e materiais — a unidade testada, S Line, trazia várias aplicações em Alcantara, um agradável contraste com o aspeto sofisticado e high-tech do restante interior.

As diferenças, tal como no exterior, resumem-se atrás, consequência do seu novo perfil. Os ocupantes traseiros — preferivelmente dois, o terceiro ocupante não dispõe de muito espaço e o túnel de transmissão é intrusivo — dispõem de amplo espaço para as pernas, mas em altura, o espaço para a cabeça é mais reduzido.
Por outro lado, os bancos traseiros permitem regulação longitudinal em cerca de 130 mm, e as costas podem também ser reguladas em inclinação, com sete posições pré-determinadas.

De resto, o Q3 Sportback vem com uma dotação de equipamento mais rica de série que o Q3 regular, por exemplo, a direção progressiva e o painel de instrumentos digital de 10,25″.
Gama nacional
O Audi Q3 Sportback arranca a sua carreira em Portugal apenas com duas motorizações a gasóleo, o 35 TDI e o 40 TDI, o que se traduz num bloco de quatro cilindros em linha com 2.0 l de capacidade e potências de 150 cv e 190 cv, respetivamente.
Ambos estão associados apenas a uma transmissão, a caixa de dupla embraiagem S Tronic com sete velocidades. O 35 TDI só está disponível com tração dianteira, enquanto o 40 TDI só está disponível com tração às quatro rodas, ou quattro em linguagem Audi.
Cada motorização declina em duas versões, Base e S Line. O S Line surge com para-choques de desenho distinto, jantes de 18″ e suspensão desportiva.

Preços
Versão | Potência | Emissões de CO2 | Preço |
---|---|---|---|
35 TDI Base S Tronic | 150 cv | 153 g/km | 51 600 euros |
35 TDI S Line S Tronic | 150 cv | 154 g/km | 54 150 euros |
40 TDI Base quattro S Tronic | 190 cv | 183 g/km | 62 600 euros |
40 TDI S Line quattro S Tronic | 190 cv | 184 g/km | 65 250 euros |
Ao volante
Todos os Audi Q3 Sportback disponíveis para conduzir na sua apresentação nacional eram o 35 TDI S Tronic. Além do mais, todos eles eram S Line, que adiciona a suspensão desportiva — pode ter ainda suspensão adaptativa — e jantes de 18″.

Há diferenças dinâmicas entre os dois Q3? Bem, sinceramente precisaria de conduzir os dois, um a seguir ao outro, para detetar diferenças. Tal como o Q3 que já conhecíamos, o novo Q3 Sportback revela-se eficaz e muito bem comportado, sem vícios — no entanto, seria desejável um pouco mais de agilidade, para melhor combinar com os contornos mais dinâmicos da carroçaria.
A direção progressiva, de rácio variável, permite reduzir a amplitude de movimentos ao volante, coisa que efetivamente faz. No entanto, revela-se pouco informativa, mas mesmo assim, o leme do Q3 inspira confiança no abordar das curvas, mesmo nas condições atmosféricas adversas em que decorreu este contacto.
Nota final para os travões, que não só revelaram-se super-eficazes, como o tato do pedal é excelente, inspirando enorme confiança numa condução mais apressada.

O motor é um “velho conhecido”, assim como a S Tronic. Se os 150 cv já permitem alguma celeridade nas prestações — 9,3s dos 0 aos 100 km/h —, o 2.0 TDI não se revelou a unidade mais refinada, de ruído algo desagradável e até algo “áspera” no trato.
Por outro lado, o seu casamento com a S Tronic é, regra geral, eficaz. No modo Dynamic, a caixa ganha um gosto por regimes mais elevados, o que combinado com o caráter algo “rude” do motor, faz com que rapidamente regressemos ao modo Auto ou Comfort. Temos um modo manual, mas não há patilhas — só mesmo através do manípulo.

Ainda relativamente aos modos de condução — até tem um modo Offroad, mesmo sendo um tração dianteira —, sou da opinião que, neste caso, pouco ou nada são necessários. Talvez faça mais sentido quando equipado com a opcional suspensão adaptativa.
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Em janeiro a gama será ampliada a uma motorização a gasolina semi-híbrida, o 35 TFSI S Tronic. Este recorre ao 1.5 Turbo com 150 cv e, de forma similar ao maior A6, adiciona um sistema elétrico paralelo de 48 V, uma bateria e um motor-gerador elétrico com 9 kW (12 cv) e 50 Nm.

Nas suas funções de assistência ao motor de combustão, temos a de start-stop avançado, que permite que o motor desligue a partir dos 22 km/h; função “coasting”, ou andar à vela, entre os 40 km/h e os 160 km/h; e até servir de uma espécie de “overboost”, adicionando os 12 cv e 50 Nm ao motor de combustão.
De acordo com a Audi, os consumos podem ser reduzido em até 0,4 l por cada 100 km.

Também no início do próximo ano, no campo diametralmente oposto, surgirá o novo Audi RS Q3 Sportback que herdará do RS 3 a mais recente iteração do aclamado cinco cilindros em linha TFSI com 400 cv — descobre todos os pormenores sobre esta versão “esteróides” do Q3 Sportback.

Primeiras impressões
Materiais e montagem
Comportamento eficaz
Motor pouco agradável
Não muito "sport"
Espaço para cabeça atrás
Visibilidade traseira
Preço
Data de comercialização: Outubro 2019
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