Ensaio Testámos o novo Opel Astra Hybrid. É um Opel mas ainda é alemão?

Desde 43 075 euros

Testámos o novo Opel Astra Hybrid. É um Opel mas ainda é alemão?

Ainda é produzido na Alemanha, mas a base técnica tem origem nos franceses da Stellantis. Afinal, quanto do novo Opel Astra ainda é alemão? Testámo-lo para descobrir.

Opel Astra Hybrid vista dianteira 3/4
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Não é exagerado dizer que o Opel Astra é um dos modelos mais emblemáticos da marca alemã. Afinal, se incluirmos o Kadett, o seu antecessor, conta com 12 gerações, com as suas origens a remontar a 1936(!).

Nesta nova geração — o Astra L — o compacto da Opel marca uma viragem na sua história: é o primeiro concebido fora da GM e dentro da Stellantis. Isto significa que na sua base encontramos a plataforma EMP2 e as mecânicas usadas por modelos bem franceses como os Peugeot 308 e DS 4.

Face a tudo isto, o que resta dos «genes alemães» no Astra? Passámos uma semana com o Astra híbrido plug-in para descobrir.

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Opel Astra vista traseira
A nova linguagem visual da Opel resulta muito bem no Astra. Neste capítulo ninguém o confunde com os «primos» franceses. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Não há espaço a confusões

Olhando para o Astra fica evidente que os designers da Opel fizeram um bom trabalho a diferenciá-lo dos primos gauleses. Aliás, na minha opinião, fizeram mais do que isso: criaram um modelo mais apelativo esteticamente, menos conservador e que adota na perfeição a nova linguagem visual da marca.

O Astra tem uma «personalidade própria» também no interior, apesar de ter sido onde mais reparei nas «raízes francesas». Não é apenas os comandos idênticos aos «primos» gauleses que o denuncia, mas também o seu uso.

Já conduzi todas as gerações do Astra e sempre se caracterizaram por ter um certo tato e peso dos comandos que não consigo encontrar nesta geração.

Ainda assim, o interior do Astra mantém as lições da «escola alemã». A ergonomia está num bom plano e, apesar da redução clara do número de botões, consegue ficar uns «furos acima» do Peugeot 308 neste capítulo.

Também a qualidade não merece reparos, mantendo-se fiel aos pergaminhos dos seus antecessores. É verdade que neste campo tanto o 308 como o DS 4 levam alguma vantagem, principalmente na agradabilidade dos materiais — mais requintados nas propostas gaulesas —, mas o modelo alemão continua a merecer elogios.

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Por fim, as origens técnicas gaulesas do novo Opel Astra deixam-se ver na sua habitabilidade. A plataforma EMP2 não é conhecida por garantir as acomodações mais desafogadas atrás e o Astra não é exceção.

Quatro adultos viajam com conforto, mas outras propostas como o compatriota Volkswagen Golf fazem melhor neste capítulo. Já a bagageira vê a arrumação das baterias por baixo do piso refletir-se na sua capacidade: dos 422 l dos Astra só a combustão, passa para 352 l neste híbrido plug-in, um valor relativamente baixo na classe, mas que não afeta gravemente as suas capacidades familiares.

«Pisar» germânico…

É ao volante do novo Astra que fica mais evidente o esforço da Opel para o diferenciar dos «primos» franceses. O acerto da suspensão não deixa dúvidas e o Astra sente-se um… Opel.

A suspensão apresenta um acerto mais firme que permite um maior controlo dos movimentos da carroçaria e uma resposta mais acutilante, tornando o Astra mais ágil e até divertido em traçados sinuosos.

Mas é na autoestrada que este «acerto germânico» faz mais jus à tradição, com o Astra a caracterizar-se por uma elevada estabilidade, fazendo dele um dos mais sérios rivais do Golf pelo título de “rei da autobahn“.

Opel Astra em movimento
No campo das ligações ao solo, o Astra disfarça muito bem as «raízes francesas». © Thom V. Esveld / Razão Automóvel
O melhor é que, ao contrário do que chegou a ser tradicional nos modelos da Opel, as influências francesas acabaram por trazer mais-valias ao nível do conforto, onde o novo Astra mostra muito boas capacidades em filtrar as irregularidades do asfalto.

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A completar este «pacote dinâmico», temos que destacar ainda a direção, que é precisa e direta, e dá-nos a confiança necessária na hora de enfrentar os traçados mais sinuosos.

…, mas motor francês

Se nos capítulos da estética e da dinâmica os responsáveis da Opel deram ao novo Astra o caráter alemão desejado, no capítulo da mecânica pouco ou nada podiam fazer para diferenciá-lo dos seus congéneres franceses.

Opel Astra motor
A Opel anuncia uma autonomia elétrica de 67 km, mas no «mundo real», sem preocupações e até a incluir percursos em autoestrada, consegui percorrer cerca de 45 km sem gastar um litro de combustível. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel
Pela primeira vez o Astra conta com uma motorização híbrida plug-in e foi precisamente esta que pusemos à prova. Com 180 cv de potência máxima combinada, o Astra Hybrid revelou-se célere, principalmente quando selecionamos o modo “Sport”, que melhora a sensibilidade do acelerador.

A resposta é boa desde os regimes mais baixos e, mesmo quando a bateria se esgota, o Astra Hybrid não desilude no campo das prestações.

Opel Astra painel de instrumentos
Além dos três modos de condução é possível ainda selecionar um modo que permite conservar a carga da bateria para podermos circular mais tarde em modo 100% elétrico. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel
E os consumos também não desapontaram. Sem contar com os valores irrisórios que conseguimos quando temos a bateria carregada (médias de 1,5 l/100 km são fáceis, mesmo em autoestrada), quando esgotei a carga da bateria, o motor turbo de 1,6 l e 150 cv registou consumos que se fixaram entre os 6,2 l/100 km em autoestrada e os 6,7-7,0 l/100 km em cidade.

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É o carro certo para si?

Mais do que uma referência da Opel, o Astra é, historicamente, um dos «pesos-pesados» do segmento C e tem nesta nova geração argumentos para lutar pela liderança.

A tarefa da Opel em manter o «ADN alemão» na nova geração do Astra não ia ser fácil, num mundo automóvel cada vez mais feito de partilhas e sinergias, mas no geral o objetivo foi conseguido.

Sim, há alguns pormenores em que o Astra está mais francês do que germânico, mas ninguém confundirá o Opel Astra com os seus «primos» gauleses.

Quanto à versão híbrida plug-in, continua a ser uma proposta mais indicada para empresas do que para particulares, devido aos benefícios fiscais, mitigando um dos «calcanhares de Aquiles» deste Astra e dos híbridos plug-in no geral: o preço.

O que «fecha a porta» a muitos particulares para uma proposta que conseguiria, para muitos, o «melhor de dois mundos»: consumos muito baixos nas deslocações diárias apoiando-se na parte elétrica da cadeia cinemática, sem ter preocupações de alcance nas viagens em família neste… familiar.

Testámos o novo Opel Astra Hybrid. É um Opel mas ainda é alemão?

Opel Astra Hybrid GS Line

8/10

Visualmente e na experiência de condução, o Opel Astra continua a sentir-se um Opel. Os «genes franceses» estão lá, mas é preciso «olho clínico» para os detetar e há aspetos — como o conforto — em que até foram uma mais-valia.

Prós

  • Relação conforto/comportamento
  • Estilo
  • Equipamento
  • Relação prestações/consumos
  • Ergonomia

Contras

  • Habitabilidade traseira suficiente
  • Preço
  • Alguns materiais

Versão base:€43.075

IUC: €139

Classificação Euro NCAP: 4/5

€45.175

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:4 cilindros em linha
  • Capacidade: 1598 cm3 cm³
  • Posição:Dianteira transversal
  • Carregamento: Motor de combustão: Injeção Direta + Turbo + Intercooler; Motor elétrico: bateria de iões de lítio com 12,4 kWh
  • Distribuição: 2 a.c.c., 4 válvulas por cilindro (16 válv.)
  • Potência:
    Motor combustão: 150 cv às 6000 rpm
    Motor elétrico: 110 cv
    Potência máxima combinada: 180 cv
  • Binário:
    Motor combustão: 250 Nm às 1750 rpm
    Motor elétrico: 320 Nm
    Binário máximo combinado: 360 Nm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Automática de oito relações

  • Largura: 4374 mm
  • Comprimento: 1860 mm
  • Altura: 1442 mm
  • Distância entre os eixos: 2675 mm
  • Bagageira: 352-1268 litros
  • Jantes / Pneus: 225/45 R17
  • Peso: 1678 kg

  • Média de consumo: 1 l/100 km; Autonomia: 67 km
  • Emissões CO2: 23 g/km
  • Velocidade máxima: 225 km/h
  • Aceleração máxima: >7,6s

    Tem:

    • Retrovisores exteriores aquecidos de ajuste elétrico e rebatíveis eletricamente com luz de orientação
    • Consola central com apoio de braço
    • Vidros traseiros escurecidos
    • Pedais desportivos
    • Espelho retrovisor interior eletrocromático
    • Carregador de Bordo de Alta Tensão 3,7 KW; monofásico
    • Entrada e arranque sem chave
    • Volante de 3 raios em pele
    • Faróis de nevoeiro em LED
    • Controlo automático máximos + sensor de luz
    • Sensores de estacionamento, traseiro e dianteiro com câmara panorâmica 360º
    • Travagem automática de emergência
    • Cruise control adaptativo
    • Pack Assistência à Condução: ACC Stop&Go

Pintura Amarelo Kult metalizada — 700,01 €
Carregador Indutivo wireless para dispositivos móveis — 150 €
Faróis Intellilux LED Matrix Pixel — 1250 €

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