Primeiro Contacto Conduzimos o Porsche Taycan GTS. Será este o Taycan perfeito?

Desde 140 276 euros

Conduzimos o Porsche Taycan GTS. Será este o Taycan perfeito?

O Porsche Taycan GTS não é o mais potente, o mais caro ou o mais rápido, mas promete ser o Taycan mais divertido de conduzir. Promessa cumprida?

Porsche Taycan GTS

O Porsche Taycan GTS é o primeiro Taycan a ultrapassar a marca dos 500 quilómetros de autonomia e é, pelo menos no papel, a versão mais desportiva.

Está posicionado entre o Taycan 4S e os Taycan Turbo e não é nem o mais potente nem o mais rápido que podem comprar. Mas promete ser o mais divertido de conduzir.

À margem da apresentação do Porsche 99X Electric Gen3, em Franciacorta (Itália), tivemos oportunidade de conduzir o Taycan GTS em primeira mão. E ficámos surpreendidos com o que este elétrico tem para oferecer.

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O primeiro GTS elétrico

A sigla GTS — de Gran Turismo Sport — foi usada pela primeira vez em 1963, no Porsche 904 Carrera GTS, e agora está disponível em todas as gamas da marca de Estugarda, inclusive no elétrico Taycan.

Por fora, e tal como vemos nos outros GTS da Porsche, destacam-se os vários elementos escurecidos no para-choques dianteiro, nos retrovisores, nas jantes e nos frisos das janelas.

inscrição GTS na saia lateral
Por foram, além das inscrições GTS, saltam à vista os acabamentos escurecidos nos para-choques, nas saias laterais e nas jantes. © Miguel Dias / Razão Automóvel
Já no interior o que mais salta à vista são os acabamentos em Race-Tex (material semelhante a Alcantara) em preto que contrastam na perfeição com os detalhes em alumínio escovado com acabamento anodizado também em preto.

Porsche Taycan GTS interior

“Prova dos nove” na estrada

Apesar dos elementos estéticos específicos, o Taycan GTS — que pode ser encomendado como berlina ou como Sport Turismo, a carrinha — destaca-se dos restantes membros da gama por aquilo que consegue fazer em estrada.

É o primeiro Taycan de sempre a ultrapassar a barreira dos 500 quilómetros de autonomia (mais concretamente 504 km), fruto da bateria “Performance Battery Plus” — 93,4 kWh de capacidade bruta (83,7 kWh úteis).

volante Porsche Taycan GTS
O volante do Porsche Taycan GTS tem uma pega fantástica e o revestimento em Race-Tex (material semelhante a Alcantara) é um dos grandes culpados.

A juntar a isto, recorre a dois motores elétricos (os mesmos do Taycan Turbo), um por eixo, que produzem 440 kW (598 cv) em overboost — dura cerca de 2,5s — com Launch Control, sendo que a potência «normal» situa-se nos 380 kW (517 cv).

Não é tão potente quanto o Porsche Taycan Turbo, que anuncia 460 kW (625 cv), mas mesmo assim despacha o sprint dos 0 aos 100 km/h em 3,7s, com a velocidade máxima a estar limitada aos 250 km/h.

Mas há mais. As versões GTS do Taycan estão equipadas com suspensão pneumática de calibração específica para um comportamento dinâmico mais apurado e contam ainda com um eixo traseiro direcional com uma afinação mais desportiva.

Porsche Taycan GTS traseira
© Miguel Dias / Razão Automóvel

Contacto breve, mas esclarecedor

Assim que nos lançamos à estrada, não são precisos muitos quilómetros para comprovarmos o extenso e impressionante cartão de visita do Taycan GTS.

Tive oportunidade de o conduzir durante duas dezenas de quilómetros em autoestrada, onde ele se impôs pelo conforto, pela solidez e pela estabilidade. Mas foi quando o levei para as estradas secundárias, numa zona mais montanhosa, que percebi que este Taycan era diferente.

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E tudo se resume às curvas. Qualquer Taycan que conduzam, seja que versão for, impressiona em linha reta. Se esmagarem o pedal do acelerador vão ser igualmente esmagados contra o banco — o proverbial murro no estômago. Mas nas curvas, este GTS é diferente.

Porsche Taycan GTS perfil
© Miguel Dias / Razão Automóvel
O tato da direção é fantástico, os movimentos da carroçaria estão controlados de forma exemplar e a precisão do eixo dianteiro é notável.  Os 2370 kg fazem-se notar, mas a agilidade e a precisão acabam por camuflar muito bem tudo isso.

Mais importante ainda, porque é algo a que não estamos habituados a sentir num carro elétrico, o pedal do travão tem uma resistência muito natural, o que nos permite controlar a desaceleração de forma muito precisa.

O carro está sempre muito bem plantado na estrada, a posição de condução não merece qualquer reparo (apesar de ser um elétrico e de ter um piso repleto de baterias, estamos sentados muito baixos) e a visibilidade para a frente convence.

Tudo acontece de forma muito progressiva e orgânica. A dianteira aponta muito bem à entrada da curva, a traseira roda de maneira sempre muito previsível e, mais importante do que tudo, temos sempre uma «tonelada» de binário disponível que nos catapulta para a saída da curva. Sente-se como um verdadeiro tração traseira, apesar de sabermos que temos dois eixos motrizes.

Mas apesar do comportamento do GTS impressionar, ele também dá cartas por ser muito fácil e agradável de utilizar. Tudo funciona da maneira que deve funcionar, tudo parece natural. Bem…, tudo menos o ruído sintetizado — a que a Porsche chama de Electric Sport Sound — que invade o habitáculo. Claramente era algo que dispensava.

Tirando isso há muito pouco a apontar ao Taycan GTS, que conduz-se e sente-se como um verdadeiro Porsche.

O Taycan a comprar?

Esta é sempre uma pergunta difícil de responder, porque não há respostas certas nem repostas erradas. Há, isso sim, diferentes necessidades. Contudo, acredito mesmo que este é o Taycan mais equilibrado da gama, aquele com um melhor compromisso entre autonomia, performances e comportamento dinâmico.

E é precisamente por isso que este era o Taycan que eu levava para casa. Este é um daqueles casos em que podemos afirmar, sem qualquer problema, que “no meio é que está a virtude”. Não é o mais caro, o mais rápido ou o mais potente dos Taycan, mas para mim é o melhor.

Porsche Taycan GTS jantes
De forma opcional, por mais 9237 euros, o Taycan GTS pode equipar um conjunto de travões carbocerâmicos. © Miguel Dias / Razão Automóvel
É um daqueles elétricos que destrói por completo a teoria — que tem muitos seguidores… — de que os elétricos não são divertidos. O Taycan GTS é mesmo divertido de conduzir. Aliás, vou reformular: o Porsche Taycan GTS é o elétrico mais divertido que já conduzi.

E tudo isso enquanto se afirma, igualmente, como um estradista de eleição e como um familiar competente q.b. Os 407 litros da bagageira traseira (mais 84 litros disponíveis sob o capô dianteiro) são suficientes para o dia a dia, os lugares traseiros são folgados o suficiente para acomodar, de forma confortável, dois adultos. E nem mesmo os consumos chegam a assustar.

É certo que quando subimos o ritmo e exploramos o potencial dinâmico deste modelo é fácil fazer consumos na ordem dos 24-25 kWh por cada 100 km. Mas numa utilização mista, com uma condução desportiva a ser intercalada com um andamento mais calmo, é possível descer até aos 20 kWh. Em cidade, naturalmente, dá para fazer ainda menos.

Conduzimos o Porsche Taycan GTS. Será este o Taycan perfeito?

Primeiras impressões

8/10
Nota: 8,5. A Porsche prometeu e cumpriu: o Taycan GTS é mesmo o Taycan com o melhor comportamento dinâmico da gama com uma condução envolvente e muito divertida. E tudo isto sem deixar de ser um elétrico fácil e agradável de usar, confortável e até estradista. É o elétrico para quem gosta de conduzir.

Prós

  • Acelerações
  • Qualidade de construção
  • Direção
  • Comportamento

Contras

  • Preço
  • Ruído sintetizado que ouvimos no interior
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Pode encontrar a resposta aqui:

PORSCHE 911 TURBO S (650cv). Supercarro para TODOS OS DIAS, há melhor?