Testámos o renovado Citroën C5 Aircross a gasolina. O 1.2 PureTech é suficiente?

Quando o Citroën C5 Aircross foi renovado o maior foco esteve na versão híbrida plug-in que o Miguel Dias testou em Nice, em França.

Contudo, são as versões equipadas com o 1.2 PureTech a gasolina, nem que seja pelo seu preço mais em conta, que têm potencial para se estabelecerem como as mais vendidas.

Mas faz sentido «casar» um tricilíndrico com apenas 1,2 l de capacidade com um SUV familiar como o C5 Aircross? Passei uma semana ao seu volante para descobrir.

Mudou, mas pouco

Recentemente renovado, o Citroën C5 Aircross viu algumas «arestas serem limadas» para que o seu visual se aproximasse ao das propostas mais recentes da Citroën — o destaque vai para a sua face totalmente nova.

Apesar das mudanças na restante carroçaria serem muito mais discretas, o modelo gaulês continua a ter um visual que lhe permite destacar-se entre os muitos SUV que «inundam» o mercado e, sobretudo, a concorrida classe onde se insere — distingue-se com sucesso até dos «primos» com os quais partilha a plataforma EMP2, os Peugeot 3008 ou Opel Grandland.

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Já no interior foi onde vimos mais mudanças. Visualmente aproximou-se àquele que encontramos no novo C4, uma opção que, na minha opinião, acabou por retirar alguma identidade ao C5 Aircross sem trazer mais valias significativas.

Desde 37 200 euros

BMW Série 2 Active Tourer testado. Tem argumentos contra a «moda» SUV?

8/10

O BMW Série 2 Active Tourer é um dos últimos resistentes entre os monovolumes. Terá argumentos para vingar num mercado dominado pelos SUV?

João Delfim Tomé

Por exemplo, não houve melhorias ergonómicas ou de usabilidade, sendo de lamentar a não adoção dos comandos da climatização físicos usados pelo C4. Quanto ao aspeto, esse é um tema sempre subjetivo, e por isso deixo a apreciação ao vosso critério: preferem o interior do C5 Aircross pré ou pós-restyling?

Em tudo o resto, o Citroën C5 Aircross manteve-se igual a si mesmo e ainda bem que assim foi. Como disse da primeira vez que o conduzi, o interior do C5 Aircross é dos que mais se aproxima da versatilidade oferecida pelos MPV entre os SUV do mercado.

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Espaçoso e confortável, o Citroën C5 Aircross vale-se dos três bancos traseiros individuais e de uma bagageira que pode ir dos 580 aos 720 l mediante a posição dos bancos para se estabelecer como um dos melhores SUV para as famílias.

Desde 47 725 euros

Testámos o SEAT Tarraco 2.0 TDI DSG. É melhor com caixa automática?

8/10

Depois de já termos testado o SEAT Tarraco 2.0 TDI com caixa manual, chegou a altura de descobrir as qualidades da caixa automática.

João Delfim Tomé

E o motor, é suficiente?

Já presente no C5 Aircross desde o início, o 1.2 PureTech com 130 cv é a motorização de acesso à gama. Na unidade ensaiada surgia associado a uma caixa automática de oito relações e, verdade seja dita, a primeira impressão com que fiquei deste «casamento» foi positiva.

A caixa pauta-se pela suavidade, passando de relação quase sem darmos conta e permite «espremer» o 1.2 PureTech. Contudo, nem o seu bom escalonamento disfarça totalmente a falta de «pulmão» deste tricilíndrico a baixa rotação.

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Se quando viajamos sozinhos o motor até responde bem às solicitações do pé direito, quando colocamos o C5 Aircross ao serviço da família e o levamos para longe do meio urbano lembramo-nos que este é o mesmo motor que podemos encontrar, por exemplo, num mais compacto e ligeiro Peugeot 208.

Desde 41 501 euros

Agora só como híbrido plug-in. Testámos o Mitsubishi Eclipse Cross

6/10

Inserido num segmento onde não falta concorrência, será que o renovado Mitsubishi Eclipse Cross tem argumentos para «vingar»?

João Delfim Tomé

A ficha técnica diz que os 230 Nm de binário estão logo disponíveis às 1750 rpm — na realidade só parece mesmo «acordar» às 2000 rpm —, mas nem sempre se mostram suficientes para vencer a inércia (sempre são mais de 1500 kg) quando pedimos um pouco mais ao motor.

Nesta situações o 1.2 PureTech revelou-se também um pouco guloso, não sendo fácil manter as médias abaixo dos 7,5 l/100 km. Face a tudo isto, o melhor mesmo é adotar ritmos mais calmos com os quais é possível alcançar médias de 6,7 l/100 km.

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Aliás, é nestes ritmos que o C5 Aircross mais «brilha», presenteando-nos com um bom nível de conforto (é um dos SUV mais cómodos do mercado) e deixando bem claro que o seu foco não está no comportamento dinâmico.

É o carro certo para mim?

A abordagem da Citroën ao segmento dos SUV foi diferente da adotada pela maioria dos rivais. De parte, a Citroën deixou veleidades dinâmicas ou ambições desportivas e criou um SUV focado no conforto.

O que se coaduna com ritmos mais calmos, em linha com o caráter deste SUV, que somos «convidados» a ter com este 1.2 PureTech. Será que o 1.5 BlueHDI com os mesmos 130 cv «casa» melhor com o C5 Aircross? Uma resposta que vos daremos brevemente.

Quanto a tudo o resto, repito hoje o que disse da primeira vez que testei o C5 Aircross: o SUV da Citroën é, na minha opinião, uma das melhores opções a ter em conta no segmento, sobretudo para quem tem filhos.

Citroën C5 Aircross 1.2 Puretech EAT8 Feel Pack

7/10

Se valorizam as prestações ou vão andar frequentemente com o «carro cheio» o 1.2 PureTech é capaz de ser «curto» para o C5 Aircross. Esta motorização é mais indicada para quem se desloca, maioritariamente, em trajetos urbanos.

Prós

• Conforto
• Espaço a bordo
• Flexibilidade/Modularidade da fila de bancos traseira

Contras

• Agradabilidade de alguns materiais
• Consumos em condução empenhada
• Motor algo «curto»

Versão base:€34.262

IUC: €139

Classificação Euro NCAP: 5/5

€35.012

Preço unidade ensaiada

Motor

• Arquitectura:3 cilindros em linha
• Capacidade: 1199 cm3 cm³
• Posição:Dianteira transversal
• Carregamento: Injeção direta + Turbo + Intercooler
• Distribuição: 2 a.c.c., 4 válvulas por cilindro (12 válv.)
• Potência: 131 cv às 5500 rpm
• Binário: 230 Nm às 1750 rpm

Transmissão

• Tracção: Dianteira
• Caixa de velocidades:  Automática de oito velocidades

Capacidade e dimensões

• Largura: 4500 mm
• Comprimento: 1840 mm
• Altura: 1654 mm
• Distância entre os eixos: 2730 mm
• Bagageira: 580-720 l
• Jantes / Pneus: 225/55 R18
• Peso: 1505 kg

Consumo e Performance

• Média de consumo: 6,5 l/100 km
• Emissões CO2: 147 g/km
• Velocidade máxima: 188 km/h
• Aceleração máxima: >10,3s

Equipamentos

Tem:

• Faróis Eco LED e LED de iluminação diurna
• Limitador e regulador de velocidade
• Faróis de nevoeiro
• Retrovisor interior electrocromático
• Vidros laterais traseiros e óculo traseiro escurecidos
• Pára-brisas laminado
• Climatização automática bi-zona
• Mirror Screen
• Regulação lombar do banco do condutor
• Ecrã central de 12,3"

Extras

Branco Nacarado — 750 €.

João Delfim Tomé

Apaixonado por automóveis desde sempre, o João divide os seus dias entre as teclas da Razão Automóvel e a chave de parafusos do Lada Niva que está a recuperar.

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