Desde 36 437 euros
Testámos o Volkswagen Golf 1.5 eTSI. Tem o que é preciso para continuar a liderar?
Já na sua oitava geração, o Volkswagen Golf continua a ser uma das referências do segmento. Mas será que ainda tem capacidade para o liderar?

Presente no mercado há 46 anos, o Volkswagen Golf é uma autêntica referência do mundo automóvel, estabelecendo-se como a bitola de como deve ser um hatchback do segmento C.
Atualmente na sua oitava geração, o Golf tem feito da sobriedade uma das suas armas e do peso do seu nome outra, mas será que ainda tem capacidade para liderar um segmento tão competitivo?
Para descobrir pusemos à prova o novo Volkswagen Golf equipado com o motor 1.5 eTSI, a sua variante mild-hybrid, exclusivamente acompanhada pela caixa DSG (dupla embraiagem) de sete velocidades.
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Em equipa que ganha mexe-se… pouco
Começando pela estética, devo admitir que a sobriedade e conservadorismo que caracteriza a estética desta nova geração do Golf me agrada.
Em primeiro lugar e como não podia deixar de ser, é mais do que notória uma evolução na continuidade, com o estilo da oitava geração do Volkswagen Golf a não tornar obsoleto o das geração que o antecederam.

E, apesar de muitas vezes esta falta de arrojo estético entre gerações poder ser criticada, a verdade é que acaba por ajudar à manutenção de um bom valor de retoma, uma qualidade muitas vezes elogiada ao modelo alemão.
Por fim, na minha opinião, o estilo sóbrio do Golf acaba por ser uma prova da confiança da Volkswagen no seu produto. Afinal de contas, se a fórmula tem funcionado até hoje e tem sido uma das razões do seu sucesso, para quê revolucionar?
VÊ TAMBÉM: O Volkswagen Golf já chegou a Portugal. Todos os preçosNo interior do Volkswagen Golf
Se no exterior do Golf a Volkswagen foi conservadora, no interior, por outro lado, nem parece que estamos a falar do mesmo modelo.

A forte aposta na digitalização, onde não existem praticamente botões, demarca o interior do Volkswagen Golf de modelos como o Renault Mégane ou o Mazda3. Apesar de nenhum deles ter um interior de aspeto antiquado, o interior do Golf aproxima-se da abordagem mais radical do Classe A da Mercedes, abraçando a revolução digital como poucos no segmento.
O desenho do interior é moderno e minimalista, mas também não deixa de ser um local agradável de se estar e até… acolhedor. O sistema de infotainment é rápido e, apesar de novo, continua a ser fácil de usar; assim como os comandos táteis, ou melhor, as superfícies táteis que controlam, por exemplo, a climatização.
E se já por várias vezes critiquei a ausência de comandos físicos, no caso do Golf tenho de admitir que esta solução tátil até funciona, muito graças à boa calibração dos seus comandos.

No que à qualidade diz respeito, é business as usual para o compacto alemão. Tanto a montagem como os materiais estão num bom plano, colocando o Golf como uma das referências do segmento neste capítulo.
Já ao nível da habitabilidade, a plataforma MQB revela as suas já muito elogiadas qualidades, assegurando que quatro adultos e respetiva bagagem viajam com conforto a bordo do Golf.

Ao volante do Volkswagen Golf
Uma vez sentados aos comandos do novo Volkswagen Golf, a sua bem conseguida ergonomia e as amplas regulações do banco e do volante depressa nos ajudam a encontrar uma posição de condução confortável.

Já em movimento, o 1.5 eTSI revela-se solícito, entregando de forma suave os seus 150 cv e não se fazendo ouvir em excesso — aliás, em termos de refinamento o Golf é um exemplo no segmento.
Bem auxiliado pela caixa DSG de sete velocidades, este tetracilíndrico apresenta um elevado nível de suavidade e refinamento, sendo também contido no apetite.

Os baixos consumos são potenciados não só pelo sistema mild-hybrid de 48 V (podemos até andar “à vela”), como o 1.5 eTSI é capaz de desativar dois cilindros. Consegui médias na casa dos 5 a 5,5 l/100 km em estrada aberta e auto-estrada e perto dos 7 l/100 km em circuito urbano, não ficando longe de algumas propostas Diesel.
Por fim, dinamicamente, o Golf faz jus à sua sobriedade. Bem comportado, seguro e estável, o compacto alemão faz tudo bem, mas sem nunca verdadeiramente entusiasmar, revelando a sua apetência por longos percursos em autoestrada onde o seu conforto e estabilidade impressionam.
A direção é precisa e direta e o chassis bem calibrado, mas neste capítulo o Volkswagen Golf não oferece o divertimento nem o envolvimento dinâmico de propostas como o Ford Focus ou o Honda Civic.

Bem equipado, mas com falhas
Por fim, não podia antes de te dar um veredicto acerca do novo Volkswagen Golf deixar de mencionar a oferta de equipamento da versão ensaiada.

Assim, por um lado temos equipamentos como o cruise control adaptativo (capaz até de ler os sinais e reduzir automaticamente a velocidade), ar condicionado automático, bancos elétricos e tomadas USB C atrás e à frente.
Por outro, torna-se difícil de perceber o porquê de não termos câmara de estacionamento traseiro ou espelhos rebatíveis eletricamente.

É o carro certo para mim?
Depois de alguns dias ao volante do Volkswagen Golf 1.5 eTSI não tenho dificuldades em compreender o porquê de o compacto alemão continuar a ser uma referência no segmento.
Bem construído, robusto, sóbrio e quase à “prova de tempo”, o Golf é quase uma “Bíblia” (ou um dicionário para os não religiosos) de como fazer um bom segmento C.
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Nesta oitava geração, o Volkswagen Golf faz-me lembrar as equipas do Manchester United treinadas pelo Sir Alex Ferguson durante 27 anos.
É verdade que já se sabia um pouco como jogavam, mas não deixa de ser verdade que o faziam de tal forma bem que, de uma maneira ou outra, continuavam a ganhar.
Assim, se procuras um compacto de segmento C bem construído, sóbrio, económico, despachado e que quando o decidires vender ainda te dê um bom retorno, o Volkswagen Golf é hoje (como sempre) uma das principais opções a ter em conta.

Preço
unidade ensaiada
Versão base: €36.437
IUC: €137
Classificação Euro NCAP:
- Motor
- Arquitectura: 4 cilindros em linha
- Capacidade: 1498 cm3
- Posição: Dianteira transversal
- Carregamento: Injeção direta + turbo + intercooler
- Distribuição: 2 a.c.c., 4 válvulas/cilindro
- Potência: 150 cv entre as 5000 e as 6000 rpm
- Binário: 250 Nm entre as 1500 e as 3500 rpm
- Transmissão
- Tracção: Dianteira
- Caixa de velocidades: Automática de dupla embraiagem com sete velocidades
- Capacidade e dimensões
- Comprimento / Largura / Altura: 4284 mm / 1789 mm / 1456 mm
- Distância entre os eixos: 2636 mm
- Bagageira: 380 litros
- Jantes / Pneus: 225/45 R17
- Peso: 1380 kg
- Consumo e Performances
- Consumo médio: 5,9 l/100 km
- Emissões de CO2: 134 g/km
- Vel. máxima: 224 km/h
- Aceleração: 8,5s
-
Equipamento
- Banco do condutor "ergoActive" com regulação de 14 vias e função de massagem
- Faróis dianteiros em LED Performance
- Ar condicionado (3 zonas) com controlo na segunda fila de bancos
- Sistema de navegação "Discover Pro"
- Jantes em liga leve "Belmont" de 17''
- App-Connect Wireless
- Bloqueio eletrónico do diferencial XDS
- Car-Net com serviço "Guide & Inform" e "Security & Service"
- Cruise Control Adaptativo ACC, com "Front Assist"
- Faróis traseiros em LED
- Entradas USB C
- Reconhecimento de sinais de trânsito
Avaliação
- Conforto
- Tecnologia a bordo
- Robustez
- Consumos
- Estética conservadora não agrada a todos
- Ausência de alguns equipamentos
Sabes responder a esta?
Em que ano surgiu o Volkswagen Golf R32?
Em cheio!!
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