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Revolução. Grupo Renault «divide-se» em cinco unidades de negócio

O terceiro capítulo da revolução do Grupo Renault será concentrado nas cadeias de valor dos elétricos, do software, da mobilidade e da economia circular.

O Grupo Renault acaba de entrar num novo capítulo (o terceiro) do seu plano Renaulution, a que chamou de “Revolução” e que consiste na criação de cinco unidades de negócio distintas: Ampere, Alpine, Mobilize, The Future is NEUTRAL e Power.

Estas novas unidades de negócio serão independentes, com contabilidade separada e cada uma com o seu próprio diretor executivo, com o objetivo de aumentar os lucros e a valorização de cada uma destas divisões.

A primeira, a Ampere, anunciada há uns dias, e é descrita pelo Grupo Renault como um construtor independente que será responsável pelo desenvolvimento e produção de automóveis 100% elétricos para a Renault.

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Esta nova empresa é descrita pelo Grupo Renault como “o primeiro puro e disruptivo ‘player’ elétrico e de software de um construtor automóvel tradicional”.

Renault Scénic Vision
A versão de produção do Scénic Vision será produzida pela Ampere.

Ambição: produzir um milhão de elétricos em 2031

A Ampere vai ser introduzida na Bolsa na Euronext Paris já na segunda metade do próximo ano, com o Grupo Renault a manter uma participação maioritária. Porém, a Qualcomm Technologies, ou uma das suas afiliadas, já mostrou intenções de investir na jovem empresa.

Sediada em França e com cerca de 10 000 funcionários, a Ampere vai ter até 2030 uma gama de seis automóveis elétricos: o novo Renault 5 Electric e o 4 Electric no segmento B, e o Mégane E-Tech Electric, o Scénic Electric e outros dois modelos a anunciar no segmento C.

A Ampere tem como objetivo a produção de cerca de um milhão de veículos elétricos para a marca Renault em 2031, sendo que nos próximos 10 anos o Grupo Renault antevê, para esta empresa, uma taxa de crescimento anual de 30%.

Alpine à conquista dos EUA e da China

Depois segue-se a Alpine, que será uma marca exclusiva zero emissões, ao mesmo tempo que quer continuar a preservar o seu ADN de competição.

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O objetivo para a Alpine passa por expandir a marca a nível global, com metade do crescimento futuro a registar-se fora da Europa, nomeadamente na América do Norte e na China.

Para isso a fabricante gaulesa vai tornar-se uma marca totalmente elétrica já a partir de 2026, com o lançamento do sucessor do A110 e de dois novos modelos: um hot hatch derivado do Renault 5 e um crossover para o segmento C.

Depois disso a Alpine planeia ainda lançar duas propostas com tecnologia de vanguarda para os segmentos D e E, para apoiar a sua expansão internacional.

Mobilize para «atacar» a nova mobilidade

Quanto à Mobilize, que nós já conhecemos, foi pensada e construída para “abordar o mercado da nova mobilidade, da energia e dos serviços de dados”.

Construída em torno da Mobilize Financial Services, que tem uma carteira de quatro milhões de clientes, a Mobilize vai tornar-se um fornecedor dedicado ao Vehicle-as-a-Service, combinando uma série de soluções para servir as necessidades “dos clientes particulares, frotas e operadores de mobilidade”.

Mobilize Limo
A Mobilize nasceu em 2018 e resulta de uma parceria entre o Groupe Renault e a chinesa Jiangling Motors e tem como destino os serviços de mobilidade.

The Future is NEUTRAL, uma empresa inédita

A quarta empresa anunciada pelo Grupo Renault chama-se “The Future is NEUTRAL” e apresenta-se como “a primeira empresa de economia circular 360º na indústria automóvel, desde o ciclo fechado nos materiais até à reciclagem de baterias”.

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Esta empresa cobre atualmente cerca de 50% da cadeia de valor e visa atingir mais de 90% em 2030 e tornar-se o líder Europeu na economia circular, em circuito fechado, do setor automóvel.

Renault 5 paris 2022
O Renault 5 vai tomar o lugar do Zoe e será também o elétrico mais barato da marca francesa — mas tendo em conta as palavras de Luca de Meo, deverá ficar bem mais caro que o Clio a combustão. © Razão Automóvel

Power vai «animar» modelos térmicos e híbridos

Por fim, a divisão Power, que tinha sido anunciado em simultâneo com a Ampere, será a responsável por continuar a desenvolver modelos com motor de combustão interna e híbridos para a Renault, Dacia e para a Renault VCL (divisão de veículos comerciais ligeiros).

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Para ajudar a impulsionar esta divisão o Grupo Renault anunciou ainda uma parceria com a Geely, que deu origem ao projeto “Horse”. No total, esta empresa vai representar um volume de negócios de 15 mil milhões de euros e garantir um volume de cinco milhões de unidades por ano, logo desde o primeiro dia.

Após termos executado um dos planos de recuperação mais rápidos e inesperados, após termos preparado a empresa para o crescimento, assegurando o desenvolvimento da melhor linha de produtos em décadas, pretendemos posicionar-nos mais rapidamente e mais fortes do que a concorrência nas novas cadeias de valor automóvel: veículos elétricos, software, nova mobilidade e economia circular.

Luca de Meo, diretor executivo do Grupo Renault

Graças a tudo isto o Grupo Renault pretende atingir uma margem operacional superior a 8% já em 2025 — deve ficar acima dos 5% em 2022 — e de 10% em 2030.

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