O preço das baterias dos automóveis elétricos subiu pela primeira vez em 2022

O preço das baterias de iões de lítio tem vindo a descer de forma consistente na última década, mas em 2022, pela primeira vez na história, estão a subir.

De acordo com os dados da BloombergNEF, o preço do kWh desceu dos 1300 dólares (cerca de 1224 euros) em 2010, para 141 dólares (133 euros) em 2021.

Contudo, este ano, a tendência de descida parou. Pela primeira vez registou-se uma inversão na trajetória do preço das baterias e o custo do kWh subiu 7%, para perto dos 151 dólares, qualquer coisa como 142 euros.

Como se explica este aumento?

São muitos os fatores que explicam esta subida do preço do kWh e, por consequência, o preço das baterias. Falamos sobretudo da subida do custo de matérias-primas como o lítio, o níquel e o cobalto, que são os principais ingredientes que compõem as baterias.

E se nos últimos meses o preço do cobalto e do níquel estabilizou em valores mais baixos, o preço do lítio continua a manter-se elevado, ainda que as previsões apontem para venha a descer em breve.

Apesar desta inversão na trajetória do preço das baterias, a Bloomberg nota que o preço do kWh só não é mais elevado por culpa das baterias de fosfato de ferro e lítio (LFP), mais baratas, que não contêm níquel ou cobalto.

As baterias LFP têm vindo a ganhar tração no mercado nos últimos anos e, segundo os dados da BloombergNEF, vão representar cerca de 40% das vendas globais de veículos elétricos este ano.

Qual a previsão para 2023?

Em 2023 o preço das baterias vai continuar a subir, antes de voltar a cair em 2024, quando a oferta de metais raros voltar a crescer e a pressão da cadeia de fornecimento diminuir.

Pelo menos é essa a previsão da BloombergNEF, que aponta 2026 como o ano em que o preço do kWh vai ficar, pela primeira vez na história, abaixo da barreira dos 100 dólares (cerca de 94 euros), o que, em teoria, permite que o custo dos veículos elétricos seja equiparado ao de um veículo com motor de combustão interna.

Fonte: Bloomberg

Miguel Dias

Futebol e automóveis, duas paixões que o perseguem. Começou por trabalhar na primeira mas acabou a perceber que aquilo que o fazia mesmo feliz era a segunda.

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