Ensaio Testámos o Hyundai Bayon 1.0 T-GDi Premium. Será que o Kauai se deve “preocupar”?

Desde 20 200 euros

Testámos o Hyundai Bayon 1.0 T-GDi Premium. Será que o Kauai se deve “preocupar”?

O Hyundai Bayon apresenta dimensões próximas às do seu "irmão mais velho", o Kauai. Será que este tem "razões para se preocupar"?

Hyundai Bayon
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Recentemente apresentado, o Hyundai Bayon representa a “porta de entrada” na gama SUV da marca sul-coreana. Contudo, as suas dimensões, exteriores e interiores, não o colocam tão longe do “irmão mais velho”, o Kauai, como seria de esperar.

Será que o modelo recentemente renovado tem “motivos para se preocupar”? Ou a nova proposta da Hyundai veio para cobrir uma faixa do mercado onde este não chega e, assim, complementar a já de si vasta oferta SUV da marca sul-coreana?

Para descobrir os argumentos do novo Bayon e de que forma este se posiciona não só face ao Kauai como à restante concorrência, pusemo-lo à prova na única versão disponível no nosso país (a Premium) e com o único motor com o qual o podemos comprar por cá — o 1.0 T-GDi de 100 cv associado a uma caixa manual de seis velocidades (a automática é opcional).

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Hyundai Bayon
O visual do Bayon não o deixa passar despercebido. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Estética moderna

Com um visual moderno e em linha com as mais recentes propostas da Hyundai (prova disso são os faróis dianteiros bi-partidos), devo admitir que gosto do visual algo diferente do pequeno SUV com nome de inspiração gaulesa.

As suas dimensões (4180 mm de comprimento, 1775 mm de largura, 1490 mm de altura e uma distância entre eixos de 2580 mm) e, acima de tudo, as suas proporções fazem-me vê-lo como o rival natural de propostas como os “primos” Volkswagen T-Cross, SEAT Arona e Skoda Kamiq.

Já face ao Kauai que é marginalmente maior com 4205 mm de comprimento, 1800 mm de largura, 1565 mm de altura e 2600 mm de distância entre eixos, o Bayon disfarça bem a diferença de estatuto e, lado a lado, as suas dimensões parecem efetivamente iguais.

Hyundai Bayon
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel
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A grande diferença é que as formas do Kauai lhe dão um cunho mais dinâmico, enquanto as do Bayon (em particular a secção traseira) nos remetem para uma proposta mais familiar. Seja como for, a Hyundai tem razões para estar confiante: tem duas propostas de dimensões próximas que conseguem complementar-se na cobertura de um importante segmento.

Onde é que já vi este interior?

Se no exterior o novo Bayon é 100% original, no interior são muitas as semelhanças com o modelo com o qual partilha a plataforma: o novo i20. O design do tabliê é em tudo igual ao do utilitário e isso é algo positivo.

Afinal de contas, o tabliê do i20 e agora do Bayon pauta-se por uma boa ergonomia (obrigado, Hyundai, por teres mantido os comandos da climatização), um estilo moderno e atual (se bem que muito cinzento) e uma boa qualidade geral. Neste ponto deixem-me ressalvar que não há cá materiais macios ao toque (é um B-SUV, também não se esperava tal coisa), mas a montagem aparenta ser robusta e os ruídos parasita estão ausentes mesmo nos piores pisos.

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Já no capítulo da habitabilidade, o Hyundai Bayon dá cartas e “põe em cheque” o Kauai. É verdade que tem menos 2 cm de distância entre eixos mas não é menos verdade que nos bancos traseiros não sentimos ter menos espaço. Já no campo do espaço para bagagem, o Bayon até se sobrepõe ao maior Kauai com uns muito interessantes 411 litros de capacidade contra 374 litros.

Tendo em conta os valores apresentados por rivais como o Skoda Kamiq (400 litros), Volkswagen T-Cross (385 a 455 litros) ou Renault Captur (422 a 536 litros), o Bayon insere-se na média do segmento e só é pena não oferecer soluções de modularidade como os bancos traseiros ajustáveis longitudinalmente ou a bagageira com piso duplo.

Hyundai Bayon
O sistema Bluelink permite-nos usufruir de funcionalidades do smartphone no sistema de infoentretenimento. Uma das mais valias do Bayon é a conetividade com os Apple CarPlay e Android Auto sem fios. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Fácil e agradável de conduzir

Os primeiros quilómetros que fiz ao volante do Hyundai Bayon foram em plena cidade de Lisboa e, no meio do trânsito citadino onde este mais deverá circular, devo admitir que me surpreendeu pela positiva. Os comandos são leves sem serem amorfos, o ponto de embraiagem é facílimo de encontrar e tudo parece bem oleado e pronto a enfrentar a “selva urbana”.

Nestas circunstâncias o 1.0 T-GDi revelou-se mais do que capaz de nos impulsionar à saída dos semáforos com vigor e a direção precisa e rápida permite-nos desviar de todas as irregularidades que são “imagem de marca” de muitas das nossas estradas.

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Contudo, se nos primeiros momentos de convivência com o Bayon andei em cidade, nos restantes dias a sua utilização não podia ter sido mais diferente. “Confinado” a longas tiradas em autoestrada e estrada nacional, foi aí que o Hyundai Bayon me deixou totalmente convencido do bom trabalho efetuado pela Hyundai nesta plataforma (não que tivesse dúvidas).

Estável e resistente a (fortes) ventos laterais, o Bayon revelou-se confortável (os bancos, apesar do visual simples, oferecem um muito bom “encaixe”), o amortecimento conjuga bem a “benevolência” para passar por buracos sem queixumes com a “dureza” para conter os movimentos da carroçaria em curva e a direção já elogiada em cidade mostra-se uma boa aliada nas serras.

Hyundai Bayon
O motor de três cilindros e 1.0 l é um bom aliado do Bayon nas mais diversas circunstâncias. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Por falar em serras, por lá, o Bayon vê o seu três cilindros “cantar” alegremente (tem uma sonoridade característica algo engraçada), empurrá-lo com vontade e fazer dele uma proposta até… divertida. É claro que são só 100 cv e 172 Nm mas chegam bem “para a encomenda”, a caixa está bem escalonada e é agradável e a resposta do chassis parece pedir que procuremos mais curvas.

Mas o melhor para as jovens famílias que o Hyundai Bayon pretende seduzir talvez nem seja nada disto mas sim a sua economia. Com uma condução calma consegui médias de 4,6 l/100 km e quando me apliquei vi o computador de bordo marcar valores como 4 l/100 km, algo típico de um Diesel! Já em cidade as médias andaram por uns aceitáveis 5,9 a 6,5 l/100 km e sempre que “espicacei” o 1.0 T-GDi nunca o vi devolver-me médias superiores a 7/7,5 l/100 km.

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É o carro certo para si?

Ao fim de uns dias ao volante do Hyundai Bayon consegui facilmente encontrar uma resposta à pergunta que lancei no início deste texto: não, o Kauai não tem motivos para se “preocupar”, com a chegada do Bayon, mas há quem tenha: a concorrência.

É que com o Bayon a Hyundai veio completar a sua gama SUV com uma proposta mais focada nos argumentos racionais do que emocionais. Com uma maior bagageira e um visual que, apesar de moderno, apresenta proporções menos desportivas que o do Kauai, o Bayon é uma proposta pensada para as jovens famílias, enquanto o Kauai “pisca mais o olho” a quem não se importa de abdicar de espaço por um pouco mais de estilo.

Essa divisão entre a “racionalidade” e a “emoção” fica evidente quando olhamos para a gama de motorizações de ambos os modelos (a do Kauai conta com tudo, desde Diesel até híbridos e elétricos) e os preços de ambos (bem mais acessíveis no caso do Bayon).

O melhor de tudo é que, apesar de ter criado um “carro racional”, a Hyundai não caiu na tentação de o fazer aborrecido, oferecendo uma proposta equilibrada, bem equipada, económica, espaçosa e até interessante de conduzir. Tudo isto faz do Hyundai Bayon uma opção a levar muito em linha de conta no “efervescente” segmento B-SUV.

Nota: à data de publicação deste artigo está a decorrer uma campanha de financiamento que permite adquirir o Hyundai Bayon por 18 700 euros.

Testámos o Hyundai Bayon 1.0 T-GDi Premium. Será que o Kauai se deve “preocupar”?

Hyundai Bayon 1.0 T-GDi Premium

7/10

Nota: 7,5. Com o Hyundai Bayon a marca sul-coreana reforça a sua presença num dos mais importantes segmentos do mercado. Mais do que "ameaçar" o Kauai, o Bayon vem tentar captar as vendas que "escapam" ao "irmão mais velho". Para tal apresenta-se como uma proposta mais focada nas funções familiares, oferecendo boas cotas de habitabilidade e um bom nível de equipamento aos quais junta uma experiência de condução interessante e um motor frugal. Tudo isto a um preço deveras acessível que torna o Bayon numa das propostas mais interessantes do segmento.

Prós

  • Relação preço/equipamento
  • Espaço
  • Relação conforto comportamento
  • Consumos

Contras

  • Interior algo soturno
  • Ausência de gadjets como o sistema keyless ou o travão de mão automático

Versão base:€20.200

IUC: €103

Classificação Euro NCAP: 0/5

€20.630

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:3 cilindros em linha
  • Capacidade: 998 cm3 cm³
  • Posição:Dianteira transversal
  • Carregamento: 2 a.c.c.; 4 válv./cil. (12v)
  • Distribuição: Injeção direta + Turbo + Intercooler
  • Potência: 100 cv entre as 4500 e as 6000 rpm
  • Binário: 170 Nm entre as 1500 e as 4000 rpm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Manual de seis velocidades

  • Comprimento: 4180 mm
  • Largura: 1775 mm
  • Altura: 1490 mm
  • Distância entre os eixos: 2580 mm
  • Bagageira: 411 litros
  • Peso: 1170 kg
  • Peso/Potência: 10,7s

  • Média de consumo: 5,4 l/100 km
  • Emissões CO2: 123 g/km
  • Velocidade máxima: 183 km/h

    Tem:

    • Jantes em liga leve 17’’
    • Ecrã de 8''
    • Apple CarPlay e Android Auto sem fios
    • Painel de Instrumentos Digital de 10,25’’
    • Sensores de Estacionamento Traseiros
    • Câmara traseira
    • A/C Automático
    • Travagem Autónoma de Emergência (FCA)
    • Luzes de Circulação diurna em LED
    • Alerta de arranque do veículo dianteiro (LVDA)
    • Luz ambiente interior em LED

Pintura metalizada — 430€.

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