Notícias Confirmado. Renault Twingo não vai ter sucessor

Citadino

Confirmado. Renault Twingo não vai ter sucessor

Já se ouviam alguns rumores, mas agora foi confirmado pelo próprio Luca de Meo, diretor executivo do grupo francês. O Renault Twingo não terá sucessor.

Renault Twingo Electric

Luca de Meo, o diretor executivo do Groupe Renault, confirmou recentemente em declarações à publicação francesa L’Automobile, de que o Renault Twingo, o mais pequeno modelo da marca francesa, não teria um sucessor.

O atual Renault Twingo ainda continuará mais alguns anos no mercado — acabou de chegar a sua inédita e mais recente versão, 100% elétrica, que já conduzimos —, mas quando sair de cena não haverá um novo modelo para ocupar o seu lugar.

Algo que já era possível de prever depois de vermos o quadro em baixo, que mostra o que esperar em termos de novidades automóveis por parte da Renault até 2025:

Grupo Renault novidades
Os modelos a amarelo são os destinados ao mercado europeu, enquanto os cinzentos são os destinados a outros mercados, como o sul-americano ou o indiano, onde a Renault conta também com uma forte presença.
VÊ TAMBÉM: Mobilize EZ-1. O primeiro da nova marca de mobilidade da Renault

Como podemos observar, o grande foco da marca francesa estará nos segmentos C e D, onde a rentabilidade é maior. Entre os vários modelos previstos podemos contar com o Arkana, a versão de produção do Mégane eVision, uma nova geração do Kadjar — que terá uma versão de sete lugares —, e uma muito provável versão de produção do concept Morphoz para o segmento D.

Descendo um segmento, para o B, onde atualmente residem o Clio e o Zoe, veremos chegar em 2023 o novo Renault 5, exclusivamente elétrico. Em 2025 veremos uma nova adição ao segmento, também 100% elétrica, que ainda está aberta à especulação: será uma nova geração do Zoe?

Mais significativo é quando reparamos que na fila dedicada ao segmento A, o segmento onde o Renault Twingo reside, não há novidades previstas até, pelo menos, 2025.

Renault Twingo Electric
TENS DE VER: Os citadinos vão ACABAR?

Renault Twingo sem sucessor. Porquê?

A razão é a mesma para o maior investimento nos segmentos C e D: rentabilidade. Se nesses segmentos a Renault tem o retorno que necessita, no segmento A, o dos citadinos, não o tem, principalmente no contexto atual. É o que Luca de Meo diz à L’Automobile em que, apesar da saída anunciada da Renault do segmento, o próprio lamenta que tenha de ser assim.

Recordamos que a atual geração do Renault Twingo foi desenvolvida em parceria com a Daimler, dando origem aos Smart fortwo e forfour. Mas a próxima geração dos pequenos Smart vai ser desenvolvida e produzida na China, em parceria com a Geely, o grupo que detém, entre outros, a Volvo e a Lotus.

Para mais, tendo em consideração as transformações pela qual a indústria automóvel passa, as contas ficam difíceis de fazer para justificar o desenvolvimento de um citadino, onde os preços são por norma mais baixos que altos.

Entre o cumprir das exigentes normas de emissões, que encarecem substancialmente as mecânicas ou em que as baterias têm um custo exorbitante (o Twingo Electric ultrapassa os 20 mil euros, por exemplo); e a introdução futura (2022-2023) de normas de segurança mais exigentes, em que será obrigatório adicionar mais itens que elevarão os custos, os mais pequenos automóveis do mercado ficam entre a “espada e a parede”.

Ou os preços aumentam equiparando-se aos modelos do segmento acima, ou conseguem partilhar os custos de desenvolvimento e produção com outro construtor (obtendo maiores economias de escala), ou, ainda, optam por abandonar o mercado. É esta última opção que vemos cada vez mais construtores tomarem.

Não é só o Renault Twingo que não terá sucessor, também os Peugeot 108 e Citroën C1 não vão ter. O Skoda Citigo já não é comercializado e não parece, para já, haver futuro para os seus “irmãos” Volkswagen up! e SEAT Mii. Mesmo a líder do segmento, a Fiat, em poucos anos, deverá ficar resumida ao novo 500 elétrico (que está longe de ser um modelo acessível), não havendo previsão dos 500 e Panda a combustão virem a ter sucessores — veremos, por outro lado, novidades no segmento acima.

Fonte: L’Automobile.