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Berlinas topo de gama

Berlinas topo de gama elétricas. O que reserva o futuro?

Já existem berlinas topo de gama eletrificadas (híbridas), mas agora preparamos-nos para entrar numa nova era, a das berlinas topo de gama 100% elétricas.

Mercedes-Benz EQS

Desde sempre os porta-estandartes de várias marcas automóveis, exibindo as mecânicas mais nobres e os avanços tecnológicos mais recentes, as clássicas berlinas topo de gama adaptam-se também aos novos tempos, ou melhor, aos regulamentos existentes e aos que estão para vir.

Indubitavelmente, essa adaptação significa… eletrificação. Hoje em dia já é possível de adquirir estas requintadas berlinas com algum tipo de motorização híbrida, mas já se anuncia o próximo capítulo desta saga: as berlinas topo de gama 100% elétricas.

Já se avistam no horizonte novas gerações para os três principais representantes do segmento (F), os Audi A8, BMW Série 7 e a referência incontornável Mercedes-Benz Classe S, pelo que queremos saber o que o futuro reserva para cada um deles, e não só… Há mais berlinas topo de gama no mercado sem serem alemãs.

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Estratégias distintas

O que o futuro reserva? Nem o melhor pseudo-adivinho sabe… Tendo em conta os tempos de incerteza, sobretudo os que se referem à velocidade de adaptação da mobilidade elétrica, constatamos que cada uma das marcas que compõem o “trio alemão do costume” decidiu perseguir um caminho perfeitamente distinto.

Veja-se o caso do Mercedes-Benz Classe S, há muito o líder absoluto do segmento e sua referência incontornável. O porta-estandarte alemão — previsto para 2021, e já apanhado numa “fuga” de imagens —, curiosamente, não terá uma versão 100% elétrica. Isto porque passaremos a ter não um, mas dois Classe S distintos, um a combustão e parcialmente eletrificado, e outro, exclusivamente elétrico, com plataforma própria.

Mercedes-Benz EQS
Ao fundo o concept do EQS, e em primeiro plano, o protótipo do modelo de produção

Denominado de EQS, a sua comercialização está prevista também para 2021, mas é muito possível que fiquemos a conhecer a sua versão de produção — tivemos oportunidade até de testar o protótipo — ainda este ano, antes até do próprio Classe S.

Saltando de Estugarda para Munique, a BMW adotou uma estratégia totalmente distinta. O seu porta-estandarte, o BMW Série 7 será substituído por uma nova geração em 2022 (G70/G71). Além das versões com motor de combustão e híbridas plug-in que já temos hoje em dia, a próxima geração também contemplará uma versão 100% elétrica.

BMW 745e iPerfomance
BMW 745e iPerfomance em comercialização © Razão Automóvel

Uma decisão que vai ao encontro da estratégia da BMW para a eletrificação da sua gama: plataformas multi-energias. Desta forma a BMW espera poder cobrir todas as bases com um modelo só, independentemente de para onde o mercado pender. Assim o Série 7, sozinho, enfrentará tanto o Classe S como o EQS.

Dando um salto até Ingolstadt, na Audi vemos ainda uma terceira abordagem a esta questão. Berlinas topo de gama 100% elétricas? Nem vê-las… de acordo com o mais recente rumor. A nova geração do Audi A8 é aquela que mais longe está de chegar — temos de esperar até 2023, no mínimo —, mas a decisão parece já estar tomada. Isto após rumores indicarem precisamente o oposto o ano passado.

Audi A8 L 60 TFSI e quattro
Audi A8 L 60 TFSI e quattro.

Nem sequer está a ser equacionado um modelo à parte, como o EQS. A Audi apostará na evolução do híbrido plug-in do A8, para que possa fazer mais do que os 47 km que agora faz em modo elétrico. Ao invés de um A8 100% elétrico, a Audi prefere apostar nos SUV para serem os representantes máximos da sua gama elétrica. Além desses, é esperado este ano a revelação do Audi e-tron GT, com base no Porsche Taycan, uma berlina de caráter mais desportivo do que o A8.

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A razão é fácil de perceber: as berlinas convencionais estão a perder terreno para os SUV, mesmo quando se trata dos seus porta-estandartes. Já existem no mercado SUV que ocupam posicionamentos equivalentes, desde o Range Rover (a cada geração o seu posicionamento tem subido) até ao Bentley Bentayga, passando por modelos como o BMW X7. Mesmo na Audi está previsto haver um… Q9 — mais vale eletrificar este.

As alternativas

Apesar de serem as marcas alemãs que dominam o segmento, para aqueles ansiosos por alternativas ao “trio alemão do costume”, ainda existem alternativas.

A Jaguar antecipa-se novamente, como o fez com o I-Pace, e apresentará durante este ano o sucessor reinventado do XJa produção terminou em 2019. E refiro reinventado, pois o novo porta-estandarte da marca britânica será exclusivamente elétrico. Prevê-se que recorra a uma nova plataforma (fica por saber se é uma evolução da do I-Pace) dedicada a este tipo de motorização.

Jaguar XJ teaser
Para já, só existe este pequeno teaser do futuro XJ.

Bem mais a sul, vindo de Itália, também a Maserati passa por um processo de reinvenção, com renovado foco… eletrificado. O Quattroporte, se não haver alterações aos planos anunciados — uma constante nos anúncios da FCA —, receberá uma nova geração em 2022, e à imagem do BMW Série 7, compreenderá vários tipos de motorização, uma das quais 100% elétrica.

Maserati Quattroporte
Maserati Quattroporte

Por fim, da terra do sol nascente, o Lexus LS, lançado em 2017, não existem ainda indicações sobre quando poderá surgir uma nova geração. A geração atual vai receber uma atualização em 2021, que deverá prolongar a sua presença no mercado até 2023-24. Para já manter-se-á fiel à tecnologia híbrida (sem ser plug-in).

lexus ls
Lexus LS

Adeus nobres motores

Para dar lugar às versões 100% elétricas ou até às versões híbridas plug-in, as motorizações mais nobres das berlinas topo de gama deverão ser sacrificadas — é o adeus aos V12 e até alguns V8 deverão ficar pelo caminho. A junção de motorizações seis cilindros com motor(es) elétrico(s) suprimirá a necessidade de performance para a larga maioria. E os 100% elétricos preparam-se para ser aqueles que mais performance oferecerão.

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Apesar do desaparecimento anunciado, rumores recentes, no entanto, indicam que o V12 no próximo Classe S deverá permanecer na gama. O novo Série 7, por outro lado, deverá prescindir do V12 existente no atual M760i/M760Li, surgindo no seu lugar um novo… i7 M60e — isso mesmo, o mais potente dos Série 7 deverá ser elétrico.

É um novo mundo que está para chegar…