Ensaio Mazda MX-30 carrega mais depressa mas continua a ser só para a cidade?

Desde 41 085 euros

Mazda MX-30 carrega mais depressa mas continua a ser só para a cidade?

O Mazda MX-30 não esconde que é na cidade que se sente como «peixe na água», mas como é que se porta fora do meio urbano?

O Mazda MX-30 está de regresso à garagem da Razão Automóvel após ter sido recentemente atualizado. A principal novidade? Passou a carregar mais depressa.

O carregamento rápido em corrente contínua (DC) foi melhorado e a carga máxima admitida passou dos 40 kW para os 50 kW. Uma mudança que permite carregar a bateria em 26 minutos, cerca de 10 minutos mais rápido do que até agora.

Além disso, o primeiro elétrico da Mazda passou a suportar o carregamento em corrente alternada (AC) trifásica de 11 kW (antes era de 6,6 kW). Podem parecer pormenores, mas tornaram-se importantes mais valias durante os vários dias que passei com o MX-30.

A NÃO PERDER: Testámos o MINI 100% elétrico. Continua a ter os «genes» MINI?

Mazda MX-30 vista traseira
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel
Isto porque, apesar da atualização recebida, os 200 km de autonomia anunciada são os mesmos de antes — a bateria mantém a capacidade de 35,5 kWh —, e é mais ou menos a mesma distância que tenho de percorrer diariamente.

E não me é possível carregar em casa e na zona onde moro os postos de carregamento público ainda são escassos — os minutos ganhos em carregamento permitiram não fazer grandes alterações ao meu dia a dia.

Ou seja, este teste ao Mazda MX-30 acabou por obrigar a retirá-lo da sua «zona de conforto» — a cidade — e a levá-lo para as planícies da lezíria ribatejana, longe do rebuliço urbano e de… postos de carregamento. Estará o MX-30 à altura?

As melhorias no carregamento não transformaram o MX-30 num estradista nato — em estrada aberta estamos muito conscientes da autonomia (muito) modesta e não é fácil conseguir andar perto dos valores anunciados sem fazer algumas concessões ao ritmo da viagem.

Os 265 km anunciados em meio urbano também me pareceram algo otimistas. É óbvio que nessas circunstâncias conseguimos percorrer mais alguns quilómetros, mas a não ser que circulem em situações de trânsito muito intenso ou particularmente devagar, dificilmente vão alcançar os valores anunciados pela Mazda.

Mazda MX-30 em movimento vista lateral
O Mazda MX-30 continua a ser um dos modelos elétricos mais interessantes de conduzir. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel
Já os muitos modos de regeneração de energia (controlados através de patilhas atrás do volante) não só permitem recuperar energia como quase permitem «abdicar» do pedal do travão.

Um dos elétricos mais interessantes de conduzir

A autonomia limitada, contudo, não mudou a minha opinião de que o Mazda MX-30 não faz apenas sentido em meio urbano. Nas estradas nacionais e nas autoestradas o MX-30 não desilude e quando chegam as curvas é mesmo um dos elétricos mais interessantes de conduzir, quase nem parecendo um… elétrico.

Contudo, convém ressalvar que usar o Mazda MX-30 fora da «malha urbana» requer algum planeamento, sobretudo saber ao certo onde estão os postos de carregamento. Uma vez feito isso, o menor tempo de carregamento permite usá-lo de forma mais despreocupada e usufruir das suas qualidades.

Mazda MX-30 detalhe motor
Os 145 cv e 271 Nm permitem boas prestações ao MX-30. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Igual a si mesmo

De resto Mazda MX-30 continua a ser um dos modelos mais distintos do segmento, muito por «culpa» das portas traseiras de abertura invertida (vulgarmente conhecidas como «portas suicida»).

É uma solução interessante do ponto de vista visual, mas tem algumas limitações práticas. Se tivermos de estacionar o MX-30 em espinha ou perpendicularmente, entre outros veículos, raramente conseguimos abri-las na totalidade e a promessa de um acesso facilitado aos lugares traseiros acaba gorada, principalmente quando lá temos de colocar crianças.

Em tudo o resto, o interior do Mazda MX-30 é um espaço particularmente agradável de se estar. Os materiais são agradáveis à vista e ao tato e a montagem está em bom plano, deixando clara a aproximação da Mazda às propostas premium.

É o carro certo para si?

Graças ao menor tempo de carregamento, o Mazda MX-30 conseguiu tornar-se um pouco mais versátil e, desta forma, a quase poder arriscar não ser uma solução exclusivamente urbana.

Os 200 km de autonomia em circuito misto continuam a «saber a pouco», mas ao contrário da primeira vez que conduzi o MX-30, não houve receio de demorar demasiado tempo para fazer uma simples viagem. Afinal, no tempo em que se bebe um café já é possível repor autonomia suficiente para chegar ao destino.

Com um preço que o coloca em «rota de colisão» com propostas como o CUPRA Born e sem os os argumentos racionais de outros modelos como o Peugeot e-2008, o Mazda MX-30 vale-se de uma qualidade de montagem, materiais invejáveis e de um visual que lhe permite destacar-se da multidão.

Isto permite que se estabeleça como uma boa opção para quem valoriza fatores como a imagem e a qualidade, mesmo que isso signifique abdicar da alguma autonomia — talvez mais indicado para aqueles que podem carregá-lo em casa.

Mazda MX-30 carrega mais depressa mas continua a ser só para a cidade?

Mazda MX-30 Makoto Urban Expression + Premium

7/10

O MX-30 é um excelente exemplo de como a Mazda continua a fazer automóveis de forma muito característica. Bem construído e bem comportado, o MX-30 reúne as qualidades dos Mazda modernos, mas continua a ter na sua reduzida autonomia o seu «calcanhar de Aquiles». É verdade que agora carrega mais depressa o que potencia a sua versatilidade, mas continua a ser um «carro de cidade», mas com um preço equivalente a outros elétricos com mais «capacidades».

Prós

  • Qualidade de montagem e dos materiais
  • Relação conforto/comportamento
  • Carrega mais depressa
  • Facilidade de condução

Contras

  • Autonomia
  • Portas traseiras pouco práticas
  • Preço

Versão base:€41.085

Classificação Euro NCAP: 5/5

€42.685

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:Motor elétrico
  • Posição:Dianteira transversal
  • Carregamento: Bateria de iões de lítio de 35,5 kWh
  • Potência: 107 kW (145 cv)
  • Binário: 271 Nm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Caixa redutora (relação fixa)

  • Largura: 4395 mm
  • Comprimento: 1795 mm
  • Altura: 1555 mm
  • Distância entre os eixos: 2655 mm
  • Bagageira: 366-1171 l
  • Jantes / Pneus: 215/55 R18
  • Peso: 1720 kg

  • Média de consumo: 17,9 kWh/100 km
  • Emissões CO2: 0 g/km
  • Velocidade máxima: 140 km/h
  • Aceleração máxima: >9,7s

    Tem:

    • Blind Spot Assist
    • Vidros Traseiros Escurecidos
    • Driver Attention Alert (sem câmara)
    • Luzes e limpa-vidros automáticos
    • Sistema de Navegação
    • Sistema Monitorização de pressão dos pneus
    • Jantes de 18''
    • Piscas integrados nos retrovisores
    • Capas dos retrovisores pretas
    • Banco do passageiro ajustável em altura
    • Ecrã central de 8,8''
    • Vidros Eléctricos (à frente)
    • Botões de áudio e bluetooth no volante
    • Punho da caixa de velocidade e volante revestido a couro
    • Bancos traseiros rebatíveis assimetricamente (60:40)
    • Consola de tecto c/suporte para óculos de sol
    • A/C automático (individual) com ecrã para controlo
    • Sensores de estacionamento (traseiros e dianteiros)
    • Câmara traseira
    • Travão de estacionamento electrónico + Auto Hold
    • Retrovisores exteriores aquecidos e com recolhimento automático
    • Bancos eléctricos
    • Volante aquecido
    • Bancos dianteiros aquecidos
    • Assistente de arranque em subida
    • Lane Departure Warning/Lane Keep Assist
    • Máximos automáticos
    • Reconhecimento de sinais de trânsito
    • Intelligent Speed Assist
    • Painel de instrumentos de 7''

Multi-Tone Zircon Sand — 1600 €.

Sabe esta resposta?
Qual é a capacidade da bagageira do Mazda3?
Oops, não acertou!

Pode encontrar a resposta aqui:

Testámos o Mazda3 com sistema “mild-hybrid”. Que mais valias traz?