Ensaio Citroën C5 Aircross 1.5 BlueHDI. Motor Diesel faz mais sentido?

Desde 45 312 euros

Citroën C5 Aircross 1.5 BlueHDI. Motor Diesel faz mais sentido?

O Citroën C5 Aircross regressou à garagem da Razão Automóvel, desta vez com motor Diesel. Será esta a melhor opção?

Citroën C5 Aircross vista dianteira 3/4
© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

O meu avô costumava dizer que para cada trabalho existe uma ferramenta adequada. Passando esta máxima para o mundo automóvel, será que para um SUV familiar como o Citroën C5 Aircross a melhor «ferramenta» é um motor Diesel?

É o que pretendo descobrir regressando aos comandos do C5 Aircross, desta vez equipado com o Diesel 1.5 BlueHDI, depois de o ter testado  com o motor a gasolina 1.2 PureTech.

Tenho de admitir que as expectativas não eram baixas quando fui levantar o C5 Aircross. Afinal, este motor já me tinha surpreendido pelo seu desempenho e frugalidade na Peugeot 308 SW, mas como será que se adaptaria ao mais pesado C5 Aircross?

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Citroen C5 Aircross vista traseira 3/4
© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Diferenças? Só auditivas

Visualmente é impossível distinguir o C5 Aircross alimentado a octanas do C5 Aircross equipado com este motor inventado por Rudolf Diesel.

A bordo as diferenças também são inexistentes, e até o matraquear que denuncia a «dieta» a gasóleo do quatro cilindros está bem isolado, surgindo apenas como um ruído de fundo a bordo de um C5 Aircross que continua a convencer pelo espaço e conforto que oferece aos seus ocupantes.

Mesma potência, rendimentos diferentes

A matemática é uma ciência exata, mas no mundo automóvel os números por vezes enganam. É o que acontece quando comparamos os C5 Aircross com o 1.2 PureTech e o 1.5 BlueHDi olhando apenas para as suas fichas técnicas.

Motorização Potência Binário 0-100 km/h Vel. máxima
1.2 PureTech EAT8 131 cv às 5500 rpm 230 Nm às 1750 rpm 10,3s 188 km/h
1.5 BlueHDi EAT8 131 cv às 3750 rpm 300 Nm às 1750 rpm 10,6s 189 km/h

Como podem ver a potência dos dois motores é a mesma (apenas varia o regime a que é entregue), as prestações são praticamente idênticas e apenas no valor do binário é notória uma vantagem (já esperada) do motor a gasóleo.

Contudo, depois de ter conduzido o C5 Aircross com os dois motores, sempre equipado com caixa automática de oito relações, fiquei com a certeza de que os números não «contam a história toda».

Não é só o maior binário do 1.5 BlueHDi que permite mover com mais facilidade o C5 Aircross, mas também a sua superior disponibilidade ao longo de todo o regime do motor, o que permite uma condução mais descontraída e agradável.

As ultrapassagens são mais fáceis assim como manter uma velocidade de cruzeiro elevada em autoestrada, mesmo quando o Citroën C5 Aircross está carregado. Reparei também que a caixa automática (bem escalonada, diga-se de passagem) passa a ter de atuar menos vezes.

Por fim, a «cereja no topo do bolo» são os consumos. Médias de 5 l/100 km não são muito difíceis de alcançar e, a andar com calma, cheguei a ver médias tão baixas como 4,7 l/100 km — 2-2,5 litros a menos do que no 1.2 PureTech a gasolina.

Tudo isto vem reforçar os argumentos estradistas do SUV da Citroën, tornando a sua utilização particularmente agradável em estrada aberta e autoestrada, o seu “habitat natural”.

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É o carro certo para si?

Se o Citroën C5 Aircross com o motor a gasolina mostrou ser uma proposta bastante competente, com o motor Diesel 1.5 BlueHDI o SUV francês vê reforçados os seus argumentos.

Citroen C5 Aircross pormenor motor
Apesar de ser um motor Diesel o 1.5 BlueHDi não se revelou muito barulhento. © Thomas V. Esveld / Razão Automóvel
Os seus atributos estradistas ficam mais evidentes e é a opção certa para quem faz muitos quilómetros; o 1.2 PureTech é mais acessível, mas gasta mais e a ligeira vantagem teórica nas prestações não se reflete no «mundo real». Acaba por ser mais adequado a quem se desloca mais no meio urbano.

Citroën C5 Aircross 1.5 BlueHDI. Motor Diesel faz mais sentido?

Citroën C5 Aircross Shine Pack 1.5 BlueHDi

7/10

Nota: 7,5. Não foi preciso muito tempo ao volante do Citroën C5 Aircross 1.5 BlueHDI para me «reconvencer» de que, em alguns casos, o Diesel continua a ser a melhor opção. Mais difícil é justificar a diferença de preço entre as duas motorizações.

Prós

  • Conforto
  • Espaço a bordo
  • Flexibilidade/Modularidade da fila de bancos traseira
  • Consumos

Contras

  • Agradabilidade de alguns materiais
  • Preço

Versão base:€45.312

IUC: €149

Classificação Euro NCAP: 5/5

€45.612

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:4 cilindros em linha
  • Capacidade: 1499 cm3 cm³
  • Posição:Dianteira transversal
  • Carregamento: Injeção directa common-rail + Turbo de geometria variável + Intercooler
  • Distribuição: 2 a.c.c., 4 válv./cil. (16 válv.)
  • Potência: 131 cv às 3750 rpm
  • Binário: 300 Nm às 1750 rpm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Automática de 8 velocidades

  • Largura: 4500 mm
  • Comprimento: 1840 mm
  • Altura: 1654 mm
  • Distância entre os eixos: 2730 mm
  • Bagageira: 580-720-1630 l
  • Jantes / Pneus: 225/55 R18
  • Peso: 1574 kg

  • Média de consumo: 5,2 l/100 km
  • Emissões CO2: 136 g/km
  • Velocidade máxima: 189 km/h
  • Aceleração máxima: >10,6s

    Tem:

    • Pack Drive Assist com Highway Driver Assist
    • Ecrã tátil HD a cores de 10''
    • Faróis de nevoeiro com iluminação estática de interseção
    • Espelho retrovisor interior eletrocromático
    • Vidros laterais traseiros e óculo traseiro escurecidos
    • Vidros dianteiros laminados e acústicos
    • Bancos dianteiros com aquecimento
    • Barras longitudinais de tejadilho
    • Climatização automática bi-zona
    • Filtro de polen
    • Acesso e arranque mãos livres
    • Mirror Screen
    • Retrovisores exteriores rebatíveis electricamente com sistema ativo de controlo do ângulo morto
    • Regulação lombar do banco do condutor
    • Painel de instrumentos de 12,3''
    • Pack City Câmara

Pintura exterior dois tons — 300 €.

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