Primeiro Contacto Primeiro teste ao Peugeot 408. Há vida para além dos SUV?

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Primeiro teste ao Peugeot 408. Há vida para além dos SUV?

Fomos até Barcelona, em Espanha, conduzir o novo Peugeot 408 na versão híbrida plug-in. Tem argumentos para triunfar?

Peugeot 408 com Miguel Dias
© Razão Automóvel

Foi em Barcelona, na região de Sitges, que conduzimos pela primeira vez o novo Peugeot 408. Já o tínhamos visto ao vivo em Portugal, mas só agora que pudemos sentir pela primeira vez o «pulso» à nova proposta gaulesa.

Conduzimos o novo «ponta de lança» da marca do leão na versão mais potente da gama, a híbrida plug-in com 225 cv de potência máxima combinada, e ficámos surpreendidos com o seu comportamento dinâmico.

Mas esse não é o único trunfo do 408, que começa logo por se destacar pela imagem exterior e pela forte presença em estrada. Podem vê-lo em ação no vídeo abaixo:

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Revolução visual

Esqueçam os SUV. O Peugeot 408 aposta naquela que parece ser uma nova tendência do mercado, as berlinas crossover, ou fastback, como a própria fabricante francesa descreve.

Mistura várias tipologias, das berlinas aos SUV, passando pelos coupés e pelas carrinhas, e a receita parece funcionar porque o 408 não passa despercebido. Aqui, diria mesmo que ao vivo este modelo resulta ainda melhor, com uma forte presença em estrada.

Peugeot 408

Mas aqui também é impossível ignorar as dimensões do 408, que impressionam. Com 4,687 m de comprimento, o Peugeot 408 é mais comprido que o 5008, o SUV que tem lugar para sete ocupantes, e é 5,1 cm mais comprido do que a carrinha 308 SW. A diferença para o 308 hatchback é ainda maior — 32 cm, apesar de a plataforma (EMP2 V3) ser exatamente a mesma.

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E curiosamente, a altura ao solo não é assim tão diferente entre estes dois modelos, ainda que o perfil lateral do 408, as enormes jantes de 20” e as não menores proteções em plástico nos para-choques, nas saias laterais e nas cavas das rodas o façam parecer.

A somar a isso, a grelha dianteira infinita, que se estende até aos faróis, o capô descendente, a linha de tejadilho baixa e os muitos vincos da carroçaria se encarreguem de reforçar o caráter mais desportivo e agressivo desta proposta.

Peugeot 408 jantes
Também as jantes de 20″ apresentam um design único.

Versatilidade está garantida

A linha de tejadilho de inspiração coupé, muito descendente na secção traseira, poderia antecipar uma proposta algo «acanhada» ao nível dos bancos traseiros e da bagageira, mas isso não se verifica. De todo.

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Os lugares traseiros impressionam pelo espaço disponível para os joelhos, sendo que é possível, sem qualquer dificuldade, colocar os pés por baixo dos bancos dianteiros. Porém, o espaço para a cabeça não impressiona, mas cumpre perfeitamente. Mesmo nas unidades equipadas com tejadilho panorâmico, um elemento que acaba sempre por roubar preciosos centímetros ao nível da altura interna.

Peugeot 408 bancos traseiros

O lugar central não está, ainda assim, ao mesmo nível. É mais estreito e mais duro, além de ter menos espaço ao nível dos pés, por culpa do pequeno túnel central que existe ao nível do piso.

Já na bagageira, o 408 destaca-se por oferecer 471 litros nas versões híbridas plug-in e 536 litros nas versões com motor a gasolina. A título de exemplo, o Peugeot 308 disponibiliza 361 litros nas versões PHEV e a carrinha 308 SW (também nas versões híbridas plug-in) oferece 548 litros.

Peugeot 408 bagageira

Interior «familiar»

O habitáculo do 408 é praticamente decalcado do 308 que nós já conhecemos e isso não surpreende, já que este conceito interior — sempre centrado no i-Cockpit — foi pensado e desenvolvido com este novo fastback em mente, apesar da estreia ter acontecido no 308.

A muito boa qualidade geral do habitáculo é óbvia, tal como a montagem. Mesmo os acabamentos em plástico são agradáveis à vista e suaves ao toque. A perceção geral de qualidade elevada é notória.

Do ponto de vista tecnológico salta imediatamente à vista o painel de instrumentos digital de 10”, que nas versões GT assume um efeito 3D, o que torna a sua utilização e leitura ainda mais agradável.

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Ao centro encontramos um novo ecrã multimédia, também de 10”, que permite o emparelhamento sem fios com o smartphone através do Android Auto e Apple CarPlay. E tal como vimos no novo 308, também o 408 adota o i-Toggles, um grupo de teclas de atalho integradas numa superfície tátil abaixo do ecrã central.

Peugeot 408 bancos

Sem Diesel, mas eletrificado

A versão que testámos do 408 estava equipada com o nível de equipamento GT e contava com a motorização híbrida plug-in mais potente da gama, que combina um motor a gasolina PureTech de 1,6 l de 180 cv com um motor elétrico (dianteiro) de 81 kW (110 cv), para uma potência máxima combinada de 225 cv.

Esta versão eletrificada conta ainda com uma bateria de iões de lítio (montada sob o piso da bagageira) de 12,4 kWh, que permite percorrer cerca de 60 km em modo 100% elétrico: a Peugeot reclama 64 km em ciclo WLTP combinado e 74 km em cidade.

Peugeot 408

Existe outra versão híbrida plug-in, menos potente, com 180 cv de potência máxima combinada, e uma variante puramente a combustão que recorre ao nosso bem conhecido 1.2 PureTech a gasolina com 130 cv — não há nem está planeado haver uma motorização Diesel.

Independentemente da motorização escolhida, a transmissão é só uma: sempre automática e sempre com oito relações. Também a caixa manual passa a fazer parte da história.

Ao volante? Surpreendente!

O sistema híbrido já é nosso conhecido e destaca-se por ser suave e silencioso. Temos o habitual modo “B”, que aumenta a regeneração, ideal para quando estamos «presos» no trânsito, e três modos de condução: Electric, Hybrid e Sport.

Peugeot 408

Neste último, os comandos do 408 ganham «vida», o sistema híbrido ganha ainda mais apuro e o chassis deste 408 brilha. Andámos por estradas exigentes e a resposta foi surpreendente.

A direção está muito bem calibrada, é suficientemente rápida, muito precisa e comunicativa. Já o acerto da suspensão consegue dar resposta nos pisos em pior estado, ainda que neste teste não tenhamos encontrado muitos, e impressiona quando subimos o ritmo.

Aqui, e com o modo Sport selecionado, o 408 é capaz de acelerar dos 0 aos 100 km/h em 7,8s e chega aos 233 km/h de velocidade máxima.

A inclinação em curva está bem controlada assim como os restantes movimentos da carroçaria e tudo acaba por acontecer de forma previsível, ainda que este 408 nunca seja aborrecido. Mesmo quando o provocámos à entrada das curvas, nunca perdeu a compostura, apesar de ter exibido uma precisão e uma agilidade que eu não esperava encontrar.

Peugeot 408

Quanto ao funcionamento do sistema híbrido, quase nada a apontar. No modo híbrido o motor a combustão não é chamado muitas vezes a intervir, e quando o faz chega sempre de forma suave. Gostava apenas que o pedal do travão tivesse um pisar mais natural, um «mal» de que muitos híbridos plug-in ainda sofrem (gestão da transição entre a travagem regenerativa e mecânica).

E os consumos?

Este foi um primeiro contacto breve e isso é sempre importante ter em conta. Contudo, com a bateria carregada e com o sistema no modo híbrido, conseguimos fazer consumos em torno dos dois litros. Mas quando a bateria se esgota podem esperar médias a rondar os sete litros.

Quanto custa?

As primeiras unidades do novo Peugeot 408 chegam a Portugal ainda durante o mês de janeiro, com a gama a distribuir-se por três níveis de equipamento: Allure, Allure Pack e GT.

PEUGEOT 408
Versões Preço
Allure 1.2 PureTech 130 cv EAT8 35 800 €
Plug-in Hybrid 180 cv e-EAT8 44 600 €
Allure Pack 1.2 PureTech 130 cv EAT8 37 450 €
Plug-in Hybrid 180 cv e-EAT8 45 850 €
Plug-in Hybrid 225 cv e-EAT8 47 350 €
GT 1.2 PureTech 130 cv EAT8 40 250 €
Plug-in Hybrid 180 cv e-EAT8 48 650 €
Plug-in Hybrid 225 cv e-EAT8 50 150 €

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Primeiras impressões

8/10
O Peugeot 408 estreia um novo conceito e apresenta-se como uma alternativa aos SUV. E fá-lo bem. Aliás, muito bem. Posiciona-se acima do 308 e acrescenta um visual mais impactante e uma dinâmica mais desportiva. E tudo isto sem colocar a sua versatilidade em causa, até porque oferece um espaço bastante satisfatório nos bancos traseiros e uma bagageira que não compromete.

Data de comercialização: Dezembro 2022

Prós

  • Imagem
  • Comportamento dinâmico
  • Versatilidade de utilização

Contras

  • Tacto do pedal do travão
  • Consumos quando a bateria se esgota
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