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Comercial a HIDROGÉNIO é o futuro? Ao volante do Peugeot e-Expert Hydrogen

No Salão de Paris de 2022 conduzimos o Peugeot e-Expert Hydrogen e estivemos à conversa com Xavier Peugeot, o responsável pelo veículos comerciais da Stellantis.

O próximo ano será o ano da eletrificação na Peugeot, com a marca do leão a anunciar uma ofensiva de 24 propostas eletrificadas, que começam nas duas rodas, passam pelo 9X8 que vai correr em Le Mans e terminam no furgão e-Expert Hydrogen.

Este é um modelo inédito no alinhamento da Peugeot. É o primeiro fuel cell da marca do leão e nós não só o pudemos ver ao vivo no Salão de Paris como ainda o conduzimos durante breves instantes.

Foram muito poucos quilómetros, é certo, mas foram suficientes para percebermos o que a Peugeot pretende com esta proposta orientada para uso profissional:

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Peugeot e-Expert Hydrogen explicado por quem decide

Depois de conduzirmos este furgão a hidrogénio, tivemos oportunidade de entrevistar Xavier Peugeot, o responsável pelos veículos comerciais da Stellantis, que nos explicou: “Os elétricos são uma tecnologia em crescimento e na Stellantis temos cerca de 45% do mercado dos furgões elétricos. Mas somos capazes de providenciar uma oferta adicional a hidrogénio porque ela responde a diferentes necessidades de clientes”.

Entrevista Xavier Peugeot
Estivemos à conversa com Xavier Peugeot, responsável pelos veículos comerciais da Stellantis, no Salão de Paris de 2022. © Razão Automóvel
“Vou dar-te um exemplo concreto: Nós sabemos que 83% dos condutores de furgões conduzem em média 200 km. E isso não é um problema para um elétrico. Mas também sabemos que 44% destes condutores nunca conduz mais de 300 km, o que significa que os restantes esperam zero emissões mas mais autonomia.”

“Com a tecnologia de hidrogénio podemos dar-lhes quatro benefícios: zero emissões, 400 km de autonomia, apenas três minutos para reabastecer e zero compromissos em termos de capacidade”, explicou Xavier Peugeot.

Peugeot e-Expert Hydrogen perfil

Até 50 km de autonomia elétrica

Na base deste modelo está a mesma plataforma que serve de base à Peugeot e-Expert exclusivamente elétrica. Na dianteira encontramos um motor elétrico que produz um máximo de 100 kW (136 cv) e 260 Nm e uma pilha de combustível a hidrogénio, onde o hidrogénio e o oxigénio se misturam para gerar energia.

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Já debaixo dos bancos temos a mesma bateria que encontramos nos híbridos plug-in da Peugeot, com 10,5 kWh de capacidade útil. Mais atrás, por baixo do piso, onde na versão elétrica convencional encontramos a bateria, temos agora três depósitos de armazenamento de hidrogénio com 4,4 kg de capacidade.

Peugeot e-Expert Hydrogen abastecimento
Os abastecimentos de hidrogénio podem ser feitos em apenas três minutos.

No total o novo Peugeot e-Expert Hybrid oferece até 400 km de autonomia, de acordo com o ciclo WLTP, sendo que 350 km são garantidos pela pilha de combustível a hidrogénio e 50 km resultam da energia gerada na bateria.

Tal como num elétrico convencional ou num híbrido plug-in, esta bateria pode ser carregada a partir do exterior, suportando uma velocidade de carregamento de até 11 kW. Naturalmente, também pode ser carregada a partir da energia gerada em desaceleração e travagem.

“Não houve compromissos”

Como nos explicou Xavier Peugeot, a autonomia deste furgão podia ter sido de “700 km”, mas a Peugeot não quis fazer “qualquer compromisso” no que ao espaço de carga diz respeito.

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“Se abrires a porta deste furgão a hidrogénio percebes que tem exatamente a mesma capacidade de carga da versão elétrica. E esta é a base dos nossos produtos: zero compromissos ao nível da capacidade e ofertas elétricas complementares, todas elas com zero emissões”, adiantou Xavier Peugeot.

Peugeot e-Expert Hydrogen carga

O mesmo é dizer que a carrinha Peugeot e-Expert Hydrogen (na versão média, a versão longa só chega mais tarde) disponibiliza um volume de carga de até 6,1 m3, uma carga útil de 1100 kg e uma capacidade de reboque de até 1000 kg.

Como funciona?

A tecnologia que está na base deste furgão, que a Peugeot apelida de ”mid-power plug-in hydrogen fuel cell electric”, tem quatro fases de funcionamento distintas.

No arranque, em manobras e a velocidades mais baixas, é a bateria que fornece a energia necessária à tração ao motor elétrico. Já a uma velocidade estabilizada a energia que chega ao motor é diretamente fornecida pela pilha de combustível.

Nas acelerações ou em situações de maior necessidade de potência, como nas ultrapassagens ou subidas, a pilha de combustível assume grande parte das despesas.

Por fim, nas fases de travagem e desaceleração, a energia elétrica é aproveitada e o motor elétrico consegue carregar a bateria, de maneira a que a sua carga nunca esteja abaixo dos 50%.

Já é possível comprar? Quanto custa?

O Peugeot e-Expert Hydrogen já está a ser produzido e já pode ser encomendado em mercados como a França ou a Alemanha e, como nos explicou Xavier Peugeot, já existem “centenas de encomendas de empresas”.

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“Vamos fazer as entregas de forma progressiva. Temos capacidade para produzir cerca de 1000 furgões a hidrogénio por ano em 2022 e 2023 e esperamos aumentar para 5000 em 2024 e para 10 000 em 2025. Por isso esperamos um grande crescimento. Isto (o mercado para propostas a hidrogénio) vai acelerar e nós estamos prontos”, contou-nos Xavier Peugeot.

Peugeot e-Expert Hydrogen

Relativamente ao preço: “neste momento, o preço de um furgão a hidrogénio depende muito dos incentivos, que ainda recentemente era muito elevados na Alemanha. Para teres uma ideia, com incentivos, podias comprar um furgão na Alemanha por 46 000 euros. Já um furgão elétrico como este custa cerca de 40 000 euros. Em França o preço varia entre os 55 000 euros e os 61 000 euros”.

A diferença face a uma proposta equivalente elétrica convencional ainda é grande, mas Xavier Peugeot é peremptório a afirmar que a diferença será cada vez menor e que os preços vão descer: “Isto vai mudar, vai evoluir. Acreditamos que todos os governos estão muito interessados no desenvolvimento do hidrogénio”.

Infraestrutura tem de acelerar…

Independentemente de tudo, Xavier Peugeot confessou-nos que na base de tudo está a infraestrutura de estações de abastecimento de hidrogénio, que ainda é muito escassa na Europa.

“Neste momento existem cerca de 200 estações de abastecimento de hidrogénio na Europa, sendo que metade delas estão na Alemanha e cerca de 25% estão em França”, contou-nos.

Porém, Xavier Peugeot acredita que isso vai mudar em breve: “Muitos outros países também estão interessados. Os Países Baixos, a Itália e outros países já ‘levantaram o braço’. Tenho a certeza que em Portugal também vai acelerar”.

“Esperamos que em 2030 já existam 2500 estações de abastecimento de hidrogénio. Isto vai acelerar”, avançou.

Hidrogénio só para uso profissional?

Terminámos esta breve entrevista com Xavier Peugeot a questioná-lo acerca da possibilidade do hidrogénio vir a ser usado de forma mais recorrente em propostas de passageiros. E Xavier fechou a porta a essa possibilidade, ainda que admitindo que esse não é o foco imediato.

“Nesta altura estamos focados nos furgões. A questão dos carros de passageiros ainda não está em cima da mesa. Mas como podes imaginar, estando prontos para os profissionais, se tivermos que mudar para os carros de passageiros, deve ser fácil. Mas neste momento isso não está decidido”, disse.

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