Ensaio Testámos o Honda Civic 1.6 i-DTEC: o último de uma era

O último Diesel?

Testámos o Honda Civic 1.6 i-DTEC: o último de uma era

A partir de 2021 a Honda vai deixar de oferecer modelos Diesel na Europa. O Honda Civic 1.6 i-DTEC será dos seus últimos modelos com um motor Diesel.

Honda Civic 1.6 i-DTEC

Ao contrário de algumas marcas (como a Peugeot e a Mercedes-Benz) cujo nome é quase sinónimo de motores Diesel, a Honda sempre teve uma “relação distante” com este tipo de motorização. Agora, a marca japonesa planeia abandonar estes motores até 2021 e, de acordo com o calendário, o Civic deverá ser dos últimos modelos a usar este tipo de motor.

Face a este eminente desaparecimento, testámos um dos ”últimos dos moicanos” da gama Honda e pusemos à prova o Civic 1.6 i-DTEC equipado com a nova caixa automática de nove velocidades.

Esteticamente uma coisa é certa, o Civic não passa despercebido. Seja pela saturação de elementos estilísticos ou pelo visual de “falso sedan”, onde quer que passe o modelo nipónico capta atenções e motiva opiniões (se bem que nem sempre positivas).

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Honda Civic 1.6 i-DTEC

Conduzir o Civic com motor Diesel é como ver um jogo de velhas glórias do futebol.

Por dentro do Honda Civic

Uma vez dentro do Civic, a primeira sensação é de confusão. Isto deve-se a uma ergonomia melhorável da qual o melhor exemplo são o (confuso) comando da caixa de velocidades (desafio-te a descobrir como meter a marcha-atrás), os comandos do cruise control e ainda os vários menus do sistema de infotainment.

Por falar em infotainment, apesar de o ecrã apresentar dimensões bastante razoáveis, é pena a fraca qualidade dos gráficos que para além de não se apresentarem apelativos esteticamente são ainda confusos de navegar e compreender, sendo preciso um considerável tempo de habituação.

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Honda Civic 1.6 i-DTEC

Mas se esteticamente o Civic não nega as origens nipónicas, o mesmo também acontece com a qualidade de construção que se apresenta em muito bom nível, não só quando falamos dos materiais, mas também da montagem.

Quanto ao espaço, o Civic transporta confortavelmente quatro passageiros sendo ainda capaz de levar bastante bagagem. Destaque para a facilidade com que se entra e sai do carro, apesar de o design do tejadilho (principalmente na secção traseira) deixar antever outro cenário.

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Ao volante do Honda Civic

Quando nos sentamos ao volante do Civic, somos presenteados com uma posição de condução baixa e confortável que acaba por incitar a explorar as capacidades dinâmicas do chassis do modelo nipónico. Só é pena a fraca visibilidade traseira (o spoiler no vidro traseiro não ajuda).

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Honda Civic 1.6 i-DTEC
O Civic conta com um modo Eco, um modo Sport e ainda com um sistema de suspensão adaptável. Dos três, aquele que se faz mais sentir é o Eco, sendo que com os outros dois ativados as diferenças são escassas.

Já em movimento, tudo no Civic parece pedir que o levemos para uma estrada com curvas. Desde a suspensão (com acerto firme mas não desconfortável) até ao chassis, passando pela direção direta e precisa. Bem, quer dizer, tudo não, pois o motor 1.6 i-DTEC e a caixa automática de nove velocidades preferem longas tiradas em auto-estrada.

Aí, o Civic tira partido do motor Diesel e apresenta consumos baixos, na casa dos 5,5 l/100 km revelando uma notável estabilidade e usufruindo de um sistema de Lane Assist que realmente…assiste em vez de tentar tirar-nos o controlo do carro, sendo um bom aliado quando circulamos a velocidades mais elevadas em auto-estradas mais sinuosas.

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Honda Civic 1.6 i-DTEC
A unidade ensaiada contava com jantes de 17” de série.

Conduzir o Civic com motor Diesel é como ver um jogo de velhas glórias do futebol. Sabemos que o talento está lá (neste caso o chassis, a direção e a suspensão) mas no fundo falta qualquer coisa, seja “pernas” no caso dos futebolistas ou motor e caixa adequados às capacidades dinâmicas do Civic.

É o carro certo para mim?

A não ser que faças muitos quilómetros por ano, é difícil justificar a escolha de um Civic Diesel com 120 cv e uma longa caixa automática de nove velocidades em vez da versão a gasolina com o 1.5 i-VTEC Turbo e com a caixa manual de seis velocidades que permite usufruir muito mais das capacidades dinâmicas do Civic.

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Honda Civic 1.6 i-DTEC
O Civic ensaiado contava com o sistema de cruise control adaptativo.

Não é que falte competência ao conjunto motor/caixa (aliás, em termos de consumos oferecem muito bons números), no entanto, face às capacidades dinâmicas do chassis estes acabam sempre por “saber a pouco”.

Bem construído, confortável e espaçoso q.b, o Civic é uma boa escolha para quem quer um compacto de segmento C que se destaque esteticamente dos restantes (e o Civic destaca-se bastante) e competente dinamicamente.

Testámos o Honda Civic 1.6 i-DTEC: o último de uma era

Honda Civic 1.6 i-DTEC 9AT Executive Premium

6/10

Bem construído, espaçoso e competente dinamicamente (chega até a ser divertido de conduzir), o único senão do Honda Civic é precisamente o motor que a Honda quer deixar de vender. Não é que o 1.6 i-DTEC seja uma má motorização, mas quando associada à caixa automática de nove velocidades passa a estar, quase exclusivamente, focada nos consumos, acabando por "castrar" um pouco as competências dinâmicas do Civic.
Face a estes fatores, a compra do Civic 1.6 i-DTEC com caixa automática de nove velocidades só se justifica para quem faça muitos quilómetros por ano. Para todos os outros, o ideal talvez seja optar pelas versões a gasolina, que oferecem todas as qualidades intrínsecas ao Civic e até são mais potentes.

Prós

  • Robustez
  • Dinâmica
  • Habitabilidade
  • Direção

Contras

  • Ergonomia
  • Visibilidade traseira
  • Sistema de infotainment
  • Combinação Motor/Caixa (longa)

Versão base:€35.130

IUC: €147

Classificação Euro NCAP: 4/5

€35.130

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:4 cil. em linha
  • Capacidade: 1597 cm3 cm³
  • Posição:Dianteira transversal
  • Carregamento: Injeção Direta + Turbo de Geometria Variável + Intercooler
  • Distribuição: 2 a.c.c., 4 válvulas por cilindro
  • Potência: 120 cv às 4000 rpm
  • Binário: 300 Nm às 2000 rpm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Automática de nove velocidades

  • Largura: 4518 mm
  • Comprimento: 1799 mm
  • Altura: 1434 mm
  • Distância entre os eixos: 2697 mm
  • Bagageira: 478 l
  • Jantes / Pneus: 235/45 R17
  • Peso: 1340 kg

  • Média de consumo: 4,1 l/100km
  • Emissões CO2: 109 g/km (NEDC2)
  • Velocidade máxima: 200 km/h
  • Aceleração máxima: >11s

    Tem:

    • Bancos em pele
    • Informação de ângulo morto incluindo monitor de trânsito lateral
    • Sistema inteligente de acesso e arranque sem chave (Smart Entry & Start)
    • Avisador de saída de faixa
    • Avisador de colisões dianteiras
    • Sistema assistência à manutenção na faixa de rodagem
    • Sistema de travagem atenuante de colisões
    • Volante em pele
    • Pedais em aluminio
    • Sistema de suspensão adaptável (Frente & Atrás) com 2 modos: Dynamic (ON) & Normal (Off)
    • A/C Automático com controlo duplo da climatização
    • Espelho retrovisor interior com escurecimento automático
    • Espelhos das portas com regulação elétrica e aquecimento
    • Honda CONNECT NAVI Garmin (ecrã tátil de 7"", Apple CarPlay/Android Auto, rádio via internet, aplicação Aha TM e navegador de internet)
    • Carregamento sem fios
    • Câmara Traseira de Auxílio ao Estacionamento
    • Faróis em LED
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