Ensaio Testámos o novo Mazda3 SKYACTIV-D com caixa automática. Uma boa combinação?

Desde 37 963 euros

Testámos o novo Mazda3 SKYACTIV-D com caixa automática. Uma boa combinação?

Até chegar o SKYACTIV-X, as honras de motor mais eficiente do Mazda3 cabem à versão Diesel. Para saber o que esta vale, testámos o Mazda3 1.8 SKYACTIV-D.

Mazda Mazda3 SKYACTIV-D
© Raul Mártires / Razão Automóvel

O novo Mazda3 até pode estar prestes a receber o revolucionário SKYACTIV-X (um gasolina com consumos de Diesel), no entanto, isso não significa que a marca nipónica tenha abdicado por completo do Diesel e a prová-lo está o facto de ter equipado a quarta geração do compacto de segmento C com uma motorização a gasóleo.

O motor usado pelo Mazda3 é o SKYACTIV-D, o mesmo 1.8 l de 116 cv e 270 Nm que se estreou debaixo do capot do renovado CX-3. Para saber como correu o “casamento” entre este motor e o novo modelo nipónico, testámos o Mazda3 1.8 SKYACTIV-D Excellence equipado com caixa automática de seis velocidades.

Interpretação mais recente do design Kodo (que lhe valeu até um prémio RedDot), o Mazda3 caracteriza-se pela redução de linhas (adeus vincos e arestas pronunciadas), destacando-se a superfície lateral ininterrupta sofisticadamente modelada, apresentando-se baixo, largo e com uma postura mais desportiva deixando o papel de familiar de segmento C entregue ao CX-30.

VÊ TAMBÉM: Testámos o renovado Porsche Macan. O último com motor de combustão
Mazda Mazda 3 SKYACTIV-D
Esteticamente, a aposta da Mazda passou por conferir um aspeto mais desportivo ao Mazda3. © Raul Mártires / Razão Automóvel

No interior do Mazda3

Se há área onde a Mazda se aplicou foi no desenvolvimento do interior do novo Mazda3. Bem construído e ergonomicamente bem pensado, o compacto nipónico apresenta ainda uma criteriosa escolha de materiais, apostando em materiais macios ao toque e, acima de tudo, de qualidade.

Quanto ao sistema de infotainment, este surge com um grafismo bem mais atual do que noutros modelos da Mazda. Há ainda a destacar o facto de o ecrã central não ser… tátil, sendo operado através dos comandos no volante ou do comando rotativo entre os bancos, algo que, apesar de a início se estranhar, acaba por se “entranhar” à medida que o usamos.

VÊ TAMBÉM: Já guiámos o novo Renault Clio, ainda em protótipo. Como se comporta?
Mazda Mazda3 SKYACTIV-D
No interior do Mazda3 destaca-se a qualidade de construção e, acima de tudo, dos materiais. © Raul Mártires / Razão Automóvel

Quanto ao espaço, não esperes poder levar este mundo e o outro dentro do Mazda3. A bagageira fica-se pelos 358 l e o espaço para as pernas dos passageiros do banco traseiro também não é referencial.

VÊ TAMBÉM: Testámos o BMW i3s: agora só em modo elétrico
Mazda Mazda3
Apesar de não serem referenciais, os 358 l de capacidade mostram-se suficientes. Note-se a presença de duas tiras na lateral da bagageira que se revelam muito práticas na hora de prender objetos que não queremos “à solta”. © Raul Mártires / Razão Automóvel

Ainda assim, é possível levar quatro passageiros com conforto, sendo apenas necessária alguma atenção ao entrar nos bancos traseiros devido à linha descendente do tejadilho que pode motivar alguns “encontros imediatos” entre a cabeça dos mais incautos e o tejadilho.

VÊ TAMBÉM: És tu, Qashqai? IMQ Concept é o futuro eletrificado dos crossovers da Nissan

Ao volante do Mazda3

Uma vez sentados ao volante do Mazda3 é fácil encontrar uma posição de condução confortável (se bem que sempre baixa). Torna-se também evidente uma coisa: a Mazda deu primazia à forma sobre a função e o pilar C acaba por prejudicar (e muito) a visibilidade traseira — a câmara traseira, mais que um gadget, torna-se uma necessidade, e deveria fazer parte do equipamento de série de todos os Mazda3…

VÊ TAMBÉM: Este é o STI S209, só não lhe chamem Subaru
Mazda Mazda3 SKYACTIV-D
O painel de instrumentos é intuitivo e de fácil leitura. © Raul Mártires / Razão Automóvel

Com um acerto de suspensão firme (mas sem ser desconfortável), uma direção direta e precisa e um chassis equilibrado, o Mazda3 pede que o levem para as curvas, tornando-se evidente que nesta versão Diesel com caixa automática temos chassis a mais para motor a menos (à semelhança do que acontece com o Civic Diesel).

Por falar em Civic, também o Mazda3 aposta forte na dinâmica. No entanto, o rival da Honda apresenta-se mais ágil (e solto) enquanto o Mazda3 revela uma eficácia a toda a prova — no final, a verdade é que depois de andar com ambos, ficamos com a sensação de que estamos perante dois dos melhores chassis do segmento.

VÊ TAMBÉM: Testámos o novo Jeep Wrangler. Como não estragar um ícone
Mazda Mazda3 SKYACTIV-D
O motor SKYACTIV-D revela-se progressivo na entrega de potência, no entanto, a caixa automática acaba por limitá-lo um pouco. © Raul Mártires / Razão Automóvel

Quanto ao SKYACTIV-D, a verdade é que este se revela apenas suficiente. Não é que não cumpra, no entanto parece faltar sempre algum “pulmão”, algo que é (muito) influenciado pelo facto de a caixa de velocidades automática ser para, além de lenta (acabamos a usar muitas vezes as patilhas), tem relações bastante longas.

O único sítio onde o conjunto motor/caixa parece sentir-se como peixe na água é em autoestrada, onde o Mazda3 se revela confortável, estável e silencioso. No que diz respeito aos consumos, apesar de não assustarem, estes nunca chegam a impressionar, ficando-se entre os 6,5 l/100 km e os 7 l/100 km em percurso misto.

VÊ TAMBÉM: Honda HR-V Sport. Agora com mais picante

É o carro certo para mim?

Se procuras um carro confortável, bem equipado e competente dinamicamente, o Mazda3 1.8 SKYACTIV-D Excellence pode muito bem ser a escolha ideal. No entanto, não estejas à espera de prestações de grande nível. É que quando conjugado com a caixa automática, o SKYACTIV-D cumpre apenas os “mínimos olímpicos”.

Aliás, a conjugação do 1.8 SKYACTIV-D com a caixa automática de seis velocidades acaba mesmo por ser o principal “calcanhar de Aquiles” do modelo japonês, sendo que caso queiras mesmo um Mazda3 a Diesel, o melhor mesmo é optares pela caixa manual.

VÊ TAMBÉM: “Imagine by Kia”. Como reinventar a berlina de três volumes
Mazda Mazda3 SKYACTIV-D
A unidade ensaiada contava com um sistema de som da Bose. © Raul Mártires / Razão Automóvel

Tivemos a oportunidade de conduzir também o Mazda3 SKYACTIV-D conjugado com a caixa manual (seis velocidades), sendo difícil defender a escolha da caixa automática. É que apesar de o 1.8 SKYACTIV-D nunca se mostrar muito célere, verifica-se uma maior vivacidade deste, com o bónus de a caixa manual oferecer um excelente tacto mecânico.

Testámos o novo Mazda3 SKYACTIV-D com caixa automática. Uma boa combinação?

Mazda Mazda3 HB 1.8 SKYACTIV-D 116 cv AT

7/10

Com um comportamento dinâmico bastante interessante e um estilo bem conseguido, o Mazda3 apresenta-se na versão Diesel como o companheiro ideal para quem faz muitos quilómetros. Bem construído e bem equipado, só é pena que a caixa de velocidades automática acabe por prejudicar a performance do modelo nipónico revelando-se longa e algo lenta.
Assim, se aprecias o estilo do Mazda3 e procuras um carro dinamicamente competente, não ponhas de parte a possibilidade de comprar o modelo japonês com motor Diesel, com a única ressalva que talvez devas optar pela versão com caixa manual.

Prós

  • Qualidade de construção/materiais
  • Comportamento
  • Conforto

Contras

  • Visibilidade traseira
  • Caixa automática

Versão base:€37.963

IUC: €258

Classificação Euro NCAP: 0/5

€38.363

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:4 cil. em linha
  • Capacidade: 1759 cm3 cm³
  • Posição:Dianteira transversal
  • Carregamento: Inj. Dir. Common Rail + Turbo de Geometria Variável + Intercooler
  • Distribuição: 2 a.c.c., 4 válv./cil.
  • Potência: 116 cv às 4000 rpm
  • Binário: 270 Nm entre 1600 rpm - 2600 rpm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Auto. 6 vel.

  • Largura: 4460 mm
  • Comprimento: 1795 mm
  • Altura: 1435 mm
  • Distância entre os eixos: 2725 mm
  • Bagageira: 358 l
  • Jantes / Pneus: 215/45 R18
  • Peso: 1395 kg

  • Média de consumo: Entre 4,8 e 5,7 l/100km (WLTP)
  • Emissões CO2: Entre 130 e 151 g/km (WLTP)
  • Velocidade máxima: 192 km/h
  • Aceleração máxima: >12,1s

    Tem:

    • Assistência à travagem de emergência
    • Retrovisores eléctricos automáticos
    • Bluetooth
    • Entradas USB
    • Sensor de estacionamento dianteiro e traseiro
    • Volante revestido a pele
    • Vidros eléctricos dianteiros e traseiros
    • Faróis LED
    • Ar condicionado automático
    • Hill Launch Assist
    • i-Stop
    • Sistema de monitorização da pressão pneus
    • Jantes de liga leve de 18''
    • Mazda Radar Cruise Control
    • Lane Departure Warning
    • Lane Keep Assist
    • Smart Brake Support
    • Adaptive High Beam Control (máximos automáticos)
    • Sensor de luminosidade/chuva
    • Travão mão eléctrico
    • Head-up Display
    • Monitorização de ângulo morto
    • Monitorização do condutor
    • Android Auto/Carplay
    • Alarme
    • Reconhecimento de sinais de trânsito
    • Vidros traseiros escurecidos
    • Chave inteligente (sistema sem chave)
    • Câmara de auxílio ao estacionamento traseiro
    • Câmara 360º
    • Smart Brake Support
    • Cruising & Traffic Support
    • Front Cross Traffic Alert
    • Luzes LED diurnas
    • Sistema de som Bose
    • Estofos em pele
    • Banco do condutor com memória
    • Bancos dianteiros aquecidos
    • Sistema de navegação

Pintura metalizada Vermelho Soul Crystal (300 euros)-

Sabe esta resposta?
Em que ano é que o Nissan Patrol deixou de ser produzido em Espanha?
Oops, não acertou!

Pode encontrar a resposta aqui:

Foi há 35 anos que o Nissan Patrol começou a ser produzido na Europa