Ensaio Testámos o Mazda CX-5 Homura. Diesel de 184 cv é o motor certo para este SUV?

Desde 50 098 euros

Testámos o Mazda CX-5 Homura. Diesel de 184 cv é o motor certo para este SUV?

Depois de o termos posto à prova com motor a gasolina, reencontrámo-nos com o Mazda CX-5 Homura, desta vez com motor a gasóleo.

Mazda CX-5 Skyactiv-D
© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Cerca de um ano depois de o Miguel Dias o ter posto à prova com o motor a gasolina Skyactiv-G, o Mazda CX-5 Homura voltou à garagem da Razão Automóvel.

Desta vez com o motor Diesel 2.2 Skyactiv-D de 184 cv (também está disponível com 150 cv) o que leva a perguntar: será este o motor que melhor «assenta» à proposta nipónica?

Afinal de contas, no anterior teste o Miguel Dias referiu que o conjunto composto pelo motor 2.0 Skyactiv-G de 165 cv e a caixa manual de seis relações eram algo «curtos» para um SUV como o CX-5. Será este 2.2 Skyactiv-D uma melhor opção?

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Mazda CX-5 Homura Skyactiv-D
Se há algo que ajuda os Mazda atuais a destacarem-se esta é, sem dúvida, a bem conseguida paleta de cores da marca japonesa. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Cada vez melhor

Antes de responder a essa questão, há a destacar que, no período de tempo que separa estes dois testes, o CX-5 foi «refrescado». Além de diferenças no exterior, tanto à frente como atrás, o CX-5 também foi tecnologicamente reforçado.

O ecrã central passou a medir 10,25” (em vez de 8”) e o sistema de infoentretenimento também é novo. O ecrã tem uma boa leitura e o novo sistema merece elogios por não oferecer menus em excesso que, muitas vezes, acabam por nem ser «visitados».

Mas é na qualidade geral do habitáculo dos seus modelos que a Mazda tem mais evoluído nos últimos anos. O Mazda CX-5 Homura não é exceção e não estou a exagerar quando afirmo que a distância entre a proposta nipónica e as propostas premium  é cada vez mais curta neste capítulo.

 

Quanto ao espaço, faço minhas as palavras do Miguel. Atrás o espaço é abundante e as necessidades de uma família estão mais do que garantidas. Já a bagageira com 510 l de capacidade e tapete de borracha está mais do que à altura do que oferece a concorrência.

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E o motor, vale a pena?

Se levarmos à letra o ditado que afirma que as primeiras impressões são as que mais contam, não posso dizer que tenha ficado imediatamente impressionado com o 2.2 Skyactiv-D.

A frio revelou-se particularmente ruidoso, mas melhora à medida que atinge a temperatura ideal de funcionamento sem nunca se tornar, no entanto, uma referência em refinamento, em claro contraste com o restante trabalho de isolamento acústico levado a cabo pela Mazda.

Se o 2.2 l Diesel não desilude em desempenho, também é verdade que nunca chega a impressionar. Por exemplo, no papel, o CX-5 Homura é mais rápido, que um Tarraco 2.0 TDI de 150 cv e caixa DSG, mas na prática os 34 cv a mais não se fazem sentir por aí além.

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A «culpa» é, em parte, da caixa automática de seis velocidades, que apesar de suave no funcionamento não se revelou particularmente rápida e, acima de tudo, apresenta um escalonamento longo que «denuncia» a preferência do CX-5 por autoestrada e aí, tenho de admitir, foi onde o apreciei mais.

Consola central com manípulo da transmissão
A caixa de velocidades automática prefere ritmos mais calmos. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Aí, a caixa longa «obriga» o motor a «cantar baixinho», mantendo as rotações no regime ideal, ali por volta das 2000-2500 rpm, mesmo quando circulamos um pouco mais depressa.

Além disso, é nessas circunstâncias que o conforto a bordo do CX-5 Homura mais sobressai, bem como a sua elevada estabilidade.

Já quando chegam as curvas, a caixa longa acaba por «trair» a direção precisa e direta e o bem afinado chassis. Sempre seguro, previsível e estável, o CX-5 não consegue oferecer, naturalmente, os mesmos níveis de diversão ao volante das propostas mais pequenas da marca japonesa, mas não anda longe.

Por fim, no campo dos consumos, a caixa longa só ajuda se circularmos bastante em estrada e autoestrada. Aí esta permite-nos alcançar médias de 5,8 l/100 km a 6,2 l/100 km sem particular dificuldade.

Já em meio urbano, muitas vezes somos obrigados a recorrer ao modo manual para «espevitar» o 2.2 l e isso reflete-se nos consumos, que dificilmente andam abaixo dos 6,5-7,0 l/100 km nestas situações.

É o carro certo para mim?

Sóbrio e com uma qualidade geral muito próxima à oferecida pelas referências germânicas, o Mazda CX-5 continua a ser uma opção a ter em conta para quem procura um SUV familiar confortável e espaçoso.

O CX-5 Homura apresenta-se com um visual mais distinto, mas, acima de tudo, com uma boa dotação de equipamento de série, área na qual se afasta definitivamente dos potenciais rivais germânicos premium com os quais as propostas da marca de Hiroshima parecem, cada vez mais, aptas a competir.

Quanto ao motor, apesar de se adequar melhor ao carácter familiar do CX-5 do que o seu congénere a gasolina, a verdade é que mesmo nesta versão de 184 cv e 445 Nm não impressiona pelas prestações.

Ao invés, «assenta como uma luva» ao carácter mais descontraído e familiar deste SUV, revelando-se um bom aliado em viagens longas, sobretudo em autoestrada, o «habitat natural» do CX-5 Homura.

Testámos o Mazda CX-5 Homura. Diesel de 184 cv é o motor certo para este SUV?

Mazda CX-5 2.2 Skyactiv-D 184 cv Homura

7/10

Os anos passam, mas o Mazda CX-5 continua a ser uma opção válida entre os SUV. Com uma qualidade geral acima da média e um nível de conforto assinalável, o SUV japonês conta ainda com uma interessante oferta de equipamento de série. Quanto ao 2.2 Skyactiv-D, este acaba por ser prejudicado pelo escalonamento longo da caixa, pelo menor refinamento e ainda pela «nossa» fiscalidade «pouco amiga» de cilindradas elevadas.

Prós

  • Conforto
  • Direção
  • Qualidade geral
  • Equipamento de série

Contras

  • Caixa de escalonamento longo
  • Prestações modestas
  • Refinamento do motor

Versão base:€50.098

IUC: €259

Classificação Euro NCAP: 5/5

€50.748

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:4 cilindros em linha
  • Capacidade: 2191 cm3 cm³
  • Posição:Dianteira transversal
  • Carregamento: 2 a.c.c., 4 válv. por cil./16 válv.
  • Distribuição: Injeção direta Common Rail + Turbo de geometria variável + Intercooler
  • Potência: 184 cv às 4000 rpm
  • Binário: 445 Nm às 2000 rpm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Automática de 6 relações

  • Largura: 4575 mm
  • Comprimento: 1845 mm
  • Altura: 1685 mm
  • Distância entre os eixos: 2700 mm
  • Bagageira: 510 l
  • Jantes / Pneus: 225/55 R19
  • Peso: 1703 kg

  • Média de consumo: 6,1 l/100 km
  • Emissões CO2: 160 g/km
  • Velocidade máxima: 210 km/h
  • Aceleração máxima: >9,3s

    Tem:

    • Chave inteligente
    • Volante revestido a pele
    • AC automático
    • Abertura/fecho de bagageira elétrica
    • Faróis LED adaptativos
    • Luzes Diurnas em LED
    • Lane Departure Warning system
    • Botão Start&Stop (com função de arranque de motor)
    • Cruise Control
    • Sensor de luz e chuva
    • Sistema Monitorização de pressão dos pneus
    • Sensores de estacionamento (traseiros e dianteiros)
    • Câmara 360º
    • Traffic Sign Recognition
    • Travagem automática com deteção de peões
    • Blind Spot Monitoring
    • Jantes 19" em preto
    • Ecrã de 10,25''
    • Retrovisores exteriores em preto
    • Hill Launch Assist
    • Retrovisores Eléctricos
    • Travão mão elétrico
    • Android Auto / Carplay
    • Faróis máximos automáticos
    • Head-up display
    • Carregador telemóvel sem fios
    • Bancos dianteiros aquecidos

Pintura "Polymetal Grey" — 650 €.

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