Ofensiva Fisker com três novidades absolutas: PEAR, Ronin e Alaska

Três novos modelos de uma assentada foi o que o primeiro Product Vision Day da Fisker revelou, evento onde o construtor californiano mostrou ao mundo os seus planos para os próximos anos.

Atualmente a empresa norte-americana só tem um modelo à venda, o SUV Ocean, mas prepara-se para lançar mais três novos modelos até 2026 e um quarto que não é mais que uma variante do Ocean.

Henrik Fisker, o fundador e «patrão», cumpre assim o que nos tinha prometido há cerca de ano e meio, quando o entrevistámos em Barcelona.

Mesmo assim, apesar da promessa, poucos esperavam uma ofensiva de produto tão forte por parte da Fisker. Além disso mostrou ainda tecnologia e um novo supercomputador que servirá como cérebro dos próximos modelos da marca.

Quanto aos modelos em si, todos 100% elétricos, há opções para todos os gostos. Do compacto PEAR, ao Ronin de alta performance, passando pela Alaska, uma pick-up obrigatória para vingar no mercado norte-americano.

O menu da Fisker fica completo com o Force E, revelado há uns meses, que pode ser visto como a versão mais radical do Fisker Ocean, que nós já tivemos oportunidade de ver ao vivo:

PEAR terá preço abaixo dos 30 mil dólares

Um dos modelos apresentados foi o PEAR (acrónimo para Personal Electric Automotive Revolution), um crossover compacto que já tinha sido antecipado por vários teasers. Este será o modelo mais acessível da Fisker.

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Apesar de mais compacto (aprox. 4,5 m de comprimento), a Fisker promete um interior versátil e modular e será capaz de acomodar até seis pessoas em duas filas de bancos — à la Fiat Multipla. A diferença para o Multipla é que o banco dianteiro é parcialmente corrido e não individual para o conseguir.

A funcionalidade mais surpreendente deste PEAR é, porventura, a sua bagageira, que não tem um portão convencional, como estamos habituados a ver.

Em vez disso tem uma solução que a Fisker apelida de Houdini Trunk, que permite descer o portão traseiro pelo para-choques — faz lembrar as portas do BMW Z1 —, facilitando assim a sua abertura em espaços apertados.

Disponível a partir de meados de 2025, este elétrico compacto terá uma autonomia máxima a rondar os 483 km (ainda não foram divulgados números oficiais) e um preço a começar nos 29 900 dólares nos Estados Unidos da América, qualquer coisa como 27 300 euros.

Uma surpresa chamada Ronin

O desportivo Ronin foi quem roubou quase todas as atenções, ou não fosse, segundo a Fisker, o “primeiro GT descapotável de quatro portas 100% elétrico”.

Com uma imagem com alguns ecos do Karma, o modelo que colocou a Fisker no mapa, o Ronin tem um design irreverente e futurista, marcado pelas suas quatro portas com abertura do tipo borboleta e por uma capota em fibra de carbono.

A somar a isso, conta com três motores elétricos que entregam mais de 1000 cv, o que lhe vai permitir acelerar dos 0 aos 96 km/h (60 mph) em cerca de 2s, e com uma autonomia superior a 600 milhas, qualquer coisa como 966 km.

Contudo, a Fisker ainda não revelou muitos dos segredos deste GT descapotável, que só vai começar a ser produzido em 2025. Já pode, no entanto, ser pré-reservado, mediante o pagamento de 2000 dólares.

Alaska vs Cybertruck?

Descrita como a “pick-up elétrica mais leve do mundo”, a Alaska passa diretamente a ser o modelo mais versátil da Fisker. De dimensões mais compactas que as outras pick-up elétricas já conhecidas — Rivian R1T, a Ford F-150 Lightning e a Tesla Cybertruck —, a aposta da Alaska está mais no lazer do que no trabalho.

Assente sobre a mesma plataforma FT31 do Ocean, a pick-up Alaska conta com uma caixa de carga extensível, que pode ir dos 137 cm até aos 280 cm.

Para o conseguir apresenta uma solução, denominada “Houdini bed”, que permite «unir» a caixa de carga ao habitáculo. Podem ver esta funcionalidade aqui:

Versatilidade é, por isso, uma palavra de ordem para descrever a Alaska, que vai apresentar autonomias que variam entre os 370 km e os 547 km, graças a uma bateria com 113 kWh de capacidade.

As entregas arrancam em 2025 e o preço de partida nos EUA está fixado nos 45 400 dólares, aproximadamente 41 477 euros.

Um SUV para os maus caminhos

Já o tínhamos visto há uns meses, mas só agora fez a primeira aparição pública. Falamos do Force E, que pode ser visto como a variante mais radical do Fisker Ocean.

Com uma imagem mais agressiva, orientada para uma utilização fora de estrada, o Force E destaca-se do Ocean convencional por contar com pneus cardados de 33” montados em jantes reforçadas de 20”, proteções robustas nos para-choques, cavas das rodas alargadas e luzes auxiliares na dianteira.

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A juntar a isso apresenta ainda uma caixa de trabalho no tejadilho e várias alterações ao nível da suspensão, o que permitiu elevar de forma significativa a altura disponível ao solo.

Esta versão estará disponível a partir do primeiro trimestre de 2024 sob a forma de um pack off-road, que poderá ser aplicado às versões Ultra e Extreme do Fisker Ocean. Os preços ainda não foram anunciados.

Supercomputador a caminho

Além dos quatro modelos que «subiram» ao palco, a Fisker apresentou ainda o «Blade», um supercomputador que servirá de cérebro para os futuros veículos da marca, estreando-se no PEAR.

Com uma capacidade de processamento de 6,2 teraflops, este computador será capaz de suportar renderizações gráficas de alta qualidade e até recursos de inteligência artificial que, de acordo com Henrik Fisker, podem “prever falhas antes mesmo delas ocorrerem”.

Não faltam por isso novidades a esta construtora californiana, que já fez saber, pela voz do seu diretor executivo, Henrik Fisker, que “não está parada”.

Queremos que o mundo saiba que temos grandes planos e pretendemos entrar em vários segmentos diferentes, redefinindo cada um com a nossa mistura única de design, inovação e sustentabilidade.

Henrik Fisker, diretor executivo da Fisker Inc.

Recorde-se que atualmente a Fisker só tem um modelo em comercialização, o Ocean, um SUV 100% elétrico cuja primeira unidade foi entregue no passado mês de maio, num dos espaços mais recentes da marca, em Copenhaga, na Dinamarca.

Miguel Dias

Futebol e automóveis, duas paixões que o perseguem. Começou por trabalhar na primeira mas acabou a perceber que aquilo que o fazia mesmo feliz era a segunda.

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