Desde 29 136 euros
Novo Suzuki S-Cross. Testámos a alternativa 4×4 do segmento
Com mecânica mild-hybrid e com a opção invulgar de tração integral, será o novo Suzuki S-Cross uma escolha a considerar?

A segunda geração do Suzuki S-Cross chega ao mercado nacional com uma tarefa ainda mais difícil do que do seu antecessor, lançado em 2013.
Isto porque não só o segmento nunca parou de crescer em propostas, como também estas nunca pararam de evoluir, fosse em conteúdos, fosse em tamanho.
E isto coloca o novo S-Cross numa posição peculiar. Tudo porque a nova geração assenta sobre a mesma base da anterior, ao ponto de herdar ao milímetro as dimensões do primeiro S-Cross.
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Ora, se há cerca de 10 anos os seus 4,3 m de comprimento o colocavam em linha com os C-SUV, hoje as suas dimensões exteriores e cotas internas colocam-no mais em linha com o segmento abaixo, o dos B-SUV, que também não parou de crescer — segmento onde a Suzuki já tem o Vitara.
Nesta posição peculiar, como que entre segmentos, fomos descobrir os argumentos da segunda geração do S-Cross que, por enquanto, está disponível apenas com uma motorização a gasolina turbo e mild-hybrid, mas que traz tração integral, uma característica pouco usual nesta faixa do mercado.
Poupado, mas não só
E começamos mesmo pela sua cadeia cinemática, já conhecida do anterior S-Cross e também do Vitara e… do Swift Sport. O 1.4 turbo mild-hybrid 48 V, aqui associado a uma caixa manual de seis velocidades não desilude, quando associado ao crossover japonês.
Com 129 cv às 5500 rpm e 235 Nm entre as 2000 rpm e 3000 rpm aos quais poderão se adicionar 10 kW (14 cv) do motor-gerador elétrico, no papel pode não ser o «rei das fichas técnicas», mas na prática revelou-se bastante adequado a um modelo com as características do S-Cross.

Acelera com agradável à vontade e as recuperações deixam patente não só a elasticidade do motor como o bom escalonamento da caixa manual.
VEJAM TAMBÉM: Mokka-e. Testámos o elétrico que abre uma nova era na OpelPor falar na caixa, esta não «esconde» as origens japonesas, apresentando um tato mecânico e agradável. Não está ao nível do que vemos na Mazda, mas convence mais depressa um petrolhead do que, por exemplo, algumas caixas manuais de origem europeia.

A disponibilidade do motor nos diversos regimes de funcionamento e a presença do sistema mild-hybrid fazem-se ainda sentir no campo dos consumos.
Ao longo deste teste não foi difícil conseguir médias entre os 5,5 l /100 km e os 6,0 l/100 km. E mesmo quando «puxei» mais pelo K14D estas não foram além dos 6,5 l/100 km a 7,0 l/100 km.
Quanto ao comportamento, o que posso dizer é que o S-Cross revelou-se particularmente ágil, dando a perceção de ser até mais leve que os 1360 kg (EU) que declara, não se sentido tão «pesado» como outras propostas C-SUV ou até B-SUV.
A suspensão «casa» bem as exigências familiares e com o comportamento em curva, preciso e previsível. Só é pena é que a direção, apesar de rápida e direta, seja filtrada em demasia.
Aventureiro q.b.
A tradição da Suzuki no campo do todo o terreno é grande e estando este Suzuki S-Cross dotado de tração integral, não pude deixar de o pôr à prova fora de estrada.

A verdade é que nessas circunstâncias a marca japonesa continua a não deixar «créditos por mãos alheias» e o S-Cross chegou bem mais longe do que inicialmente esperava.
O sistema de tração integral é rápido na transferência de binário entre os eixos, lida bem com piso escorregadio e nem os cruzamentos de eixos «assustam» o S-Cross.
Neste capítulo só tenho a lamentar a reduzida altura ao solo do modelo da Suzuki que impede outro tipo de aventuras. Com mais alguns centímetros de altura ao solo e melhores ângulos característicos, o S-Cross poderia até estabelecer-se, neste campo, como uma alternativa ao Dacia Duster para quem não abdica ou precisa de andar fora de estrada.
Soluções comprovadas
Se no plano mecânico e dinâmico o Suzuki S-Cross apresentou um forte caso a seu favor, o mesmo já não acontece no seu interior.
Nada contra o design conservador, mas algumas soluções adotadas lembram-nos que as origens desta segunda geração são mais antigas do que seria de esperar. Mas também a aposta em soluções comprovadas contribuem positivamente para a usabilidade.

Por exemplo, a solução de colocar o ecrã central por cima das saídas de ventilação, também adotada por vários fabricantes, é bastante correta do ponto de vista ergonómico — apesar de nem sempre trazer benefícios estéticos —, pois deixa o ecrã melhor alinhado com o nosso raio de visão e mais próximo da mão.
Quanto à agradabilidade dos materiais, neste campo o S-Cross deixa a desejar, até tendo em conta a classe onde se insere, sendo abundante o recurso aos plásticos duros. Já a montagem não motiva particulares críticas, mas há margem para evoluir em alguns acabamentos.
Por fim, no que diz respeito à habitabilidade, as dimensões inalteradas do novo S-Cross «fazem-se sentir», com as cotas internas a estarem mais próximas dos B-SUV do que dos C-SUV.
O espaço a bordo é suficiente para uma jovem família, assim como os 430 l da bagageira, o que permite fazer face à maioria das necessidades familiares.

Contudo, a sensação a bordo da proposta japonesa é de que contamos com menos espaço, por exemplo, que um Renault Captur ou até de um Skoda Kamiq cujas bagageiras oferecem, respetivamente até 536 l no caso do gaulês e 400 l no caso do modelo checo.
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Comecei por dizer que o Suzuki S-Cross tem uma tarefa difícil pela frente e, após o ter conduzido durante alguns dias, não creio que vá ter a «vida facilitada».

A «jogar» a seu favor tem uma agilidade acima da média, uma muito boa dotação de equipamento (a S3 é a versão mais equipada), um motor económico e o facto de, nesta versão, contar com tração integral — está também disponível com tração dianteira —, algo muito pouco comum entre os potenciais rivais.
Contudo, o facto de o novo S-Cross se basear no seu antecessor faz-se sentir. A habitabilidade está mais longe das referências e há hoje B-SUV com mais espaço. A agradabilidade do seu habitáculo também fica atrás da concorrência.
E o seu preço de 32 470 euros, no caso da unidade ensaiada, acaba por ser mais elevado do que o esperado, mesmo considerando o equipamento e a tração integral. A versão de duas rodas motrizes é apenas 630 euros mais acessível.
Preço
unidade ensaiada
Versão base: €29.136
IUC: €137
Classificação Euro NCAP: N/D
- Motor
- Arquitectura: Quatro cilindros em linha
- Capacidade: 1373 cm3
- Posição: Dianteira transversal
- Carregamento: Inj. Direta, Turbo, Intercooler
- Distribuição: 2 a.c.c.; 4 válc./cil.
- Potência: 129 cv às 5500 rpm; motor elétrico: 14 cv às 3000 rpm
- Binário: 235 Nm entre as 2000 rpm e 3000 rpm
- Transmissão
- Tracção: Integral
- Caixa de velocidades: Manual de seis velocidades
- Capacidade e dimensões
- Comprimento / Largura / Altura: 4300 mm / 1785 mm / 1585 mm
- Distância entre os eixos: 2600 mm
- Bagageira: 430 l
- Jantes / Pneus: 215/55R17
- Peso: 1360 kg (EU)
- Consumo e Performances
- Consumo médio: 5,9 l/100 km
- Emissões de CO2: 133 g/km
- Vel. máxima: 195 km/h
- Aceleração: 10,2s
-
Equipamento
- Jantes de liga leve com superfície polida
- Teto solar panorâmico
- Barras de tejadilho
- Molduras janelas cromadas
- Faróis LED
- Regulação automática da altura dos faróis
- Sensor de luz
- Faróis de nevoeiro
- Luzes traseiras em LED
- Vidros escurecidos
- Limpa para-brisas automático
- Retrovisores exteriores na cor da carroçaria, com regulação elétrica, rebatíveis eletricamente, aquecidos e com piscas integrados
- Volante em pele
- Ar condicionado automático
- Ecrã de 9" com ligação smartphone / Bluetooth / DAB / Sistema Navegação
- Cruise control adaptativo e limitador de velocidade
- Bancos dianteiros aquecidos
- Bancos em pele genuína + pele sintética
- Câmara 360
Avaliação
- Relação prestações/consumos
- Caixa de velocidades
- Agilidade
- Versatilidade
- Equipamento de série
- Preço
- Habitabilidade mediana
- Abundância de plásticos duros e detalhes de montagem
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