Espace ou Austral XL? Já conduzimos o novo SUV de 7 lugares da Renault

Espace era sinónimo de monovolume, mas agora é um SUV

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A Renault escolheu a cidade do Porto e as paisagens do Rio Douro para fazer a apresentação internacional dinâmica do novo Espace, que chega ao mercado nacional em setembro.

Disponível apenas com uma motorização híbrida de 200 cv, que também encontramos no Austral, o Espace tem preços a começar nos 45 500 euros no mercado português e assume-se — a par do novo Rafale — como o topo de gama da Renault.

Mas agora que abandonou de vez as raízes de monovolume (MPV) e se transformou num SUV, será que faz jus aos quase 40 anos de história que carrega? A resposta está neste vídeo:

De monovolume a SUV

Agora na sua sexta geração, o Espace passou pela sua maior transformação até à data. Depois de ter sido pioneiro entre os monovolumes na Europa, o familiar francês adotou definitivamente um perfil 100% SUV.

E depois de o vermos ao vivo, apesar das dimensões muito generosas, é difícil de ignorar o óbvio: o Espace assume-se como uma espécie de versão XL (com até sete lugares) do Austral.

Isso fica logo evidente na imagem exterior, que é praticamente decalcada do Austral, divergindo deste apenas do pilar B para trás.

Porém, é 21 cm mais longo, as portas traseiras são bem mais compridas e a traseira, além de mais longa, é mais vertical, para acomodar melhor a terceira fila de bancos.

O interior do Espace também é partilhado com o Austral, sobretudo à frente. O painel do tabliê é exatamente o mesmo, tal como a consola central e o sistema de infoentretenimento.

Mas se quiserem conhecer em maior detalhe o interior do novo Renault Espace, então o melhor mesmo é verem (ou reverem) o vídeo que está em destaque neste artigo.

Renault Espace tem dois lugares de borla

Disponível com cinco ou sete lugares, o novo Renault Espace começa por se destacar nos bancos da segunda fila, que não são individuais, ao contrário do que sempre aconteceu no MPV Espace.

Porém, quer comprem o Espace com cinco ou sete lugares, o preço a pagar é sempre o mesmo. A Renault não cobra mais pelos dois lugares da terceira fila.

Por isso mesmo, imagino que grande parte das vendas deste modelo será feita nessa configuração, até porque isso não só representa uma maior versatilidade no imediato como acrescenta mais valor no futuro, na hora de uma eventual venda.

O Renault Espace só está disponível com uma motorização híbrida de 200 cv, que é precisamente a mesma motorização que encontramos nas versões topo de gama do Austral.

Por isso mesmo, este sistema combina um motor a gasolina de três cilindros de 1,2 litros (turbo) com dois motores elétricos. Um tem 50 kW (68 cv) e 205 Nm, com responsabilidades de tração, e outro mais pequeno, de 25 kW (34 cv) e 50 Nm, que serve de gerador e que substituiu a embraiagem de maneira a sincronizar a velocidade de rotação do motor com a relação selecionada.

E já que falamos em relações, importa dizer que este sistema híbrido não recorre a uma caixa automática do tipo CVT, como acontece com a grande maioria dos modelos híbridos semelhantes.

Por outro lado, temos direito a uma caixa multimodo (também automática) com sete relações: tem duas para o motor elétrico (passa automaticamente de uma para a outro quando se superam os 80 km/h) e cinco para o motor a combustão. A gestão entre as várias relações é sempre feita de forma automática, sem qualquer intervenção do condutor.

O funcionamento deste sistema híbrido convence pelo funcionamento suave, pela disponibilidade e, acima de tudo, pelos consumos. Até porque é possível andar grande parte do tempo em modo 100% elétrico, sobretudo quando estamos a circular em cidade.

Neste vídeo tive oportunidade de testar o Renault Espace em cidade, em autoestrada e até em estradas mais reviradas, na zona de Arouca e Castelo de Paiva. Se quiserem saber como este Espace se portou nesses territórios, então convido-vos a ver o vídeo em destaque neste artigo:

Eixo traseiro direcional faz diferença

Independentemente do tipo de estrada, o Espace mostrou-se sempre uma proposta confortável e com um rolamento refinado, até porque a unidade que testei estava equipada com suspensão traseira multibraços, que está presente nas versões mais equipadas (Esprit Alpine e Iconic).

Mesmo assim, sinto que o acerto da suspensão é ligeiramente mais firme do que aquilo que estávamos habituados a ver neste modelo da Renault. Contudo, este mostra-se muito bem resolvido do ponto de vista dinâmico, sobretudo quando equipado com o sistema de quatro rodas direcionais.

A agilidade surpreende e as transferências de massas estão bem controladas, além de que a direção tem um peso muito satisfatório e é bastante precisa, o que ajuda a que a experiência ao volante seja até mais entusiasmante do que por norma acontece neste tipo de propostas.

E se as rodas traseiras direcionais fazem diferença em andamento, acreditem que também se fazem notar nas pequenas manobras: graças a esta tecnologia o Espace tem o mesmo ângulo de viragem de um Clio.

O novo Renault Espace vai chegar a Portugal com três estilos à escolha: Techno, Esprit Alpine e Iconic.

Neste vídeo testámos o Espace na versão Iconic, que assinala o topo de gama do SUV francês e que se destaca por oferecer suspensão traseira multilink e quatro rodas direcionais de série, bem como jantes de 20”.

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Os preços arrancam nos 45 500 euros da versão Techno, com a variante Esprit Alpine, vincadamente mais desportiva, a surgir logo acima, nos 48 300 euros. Já a versão Iconic do Renault Espace está disponível no mercado português com preços desde 50 300 euros.

Mas porventura, o exercício mais interesse é mesmo comparar estes preços com os do Austral equivalente. E se olharmos para as versões Techno de ambos, sempre na motorização híbrida de 200 cv, percebemos que a diferença entre estes dois modelos é de 3800 euros.

Por isso mesmo, para quem precise de mais espaço e queira ter dois bancos extra disponíveis sempre que necessário, pode fazer sentido pagar esta diferença de preço.