Ensaio Dacia Jogger Hybrid vale a diferença de preço face à versão GPL?

Desde 28 850 euros

Dacia Jogger Hybrid vale a diferença de preço face à versão GPL?

A nova opção de topo para o Dacia Jogger é a que inclui o desejado sistema híbrido, que eleva o seu desempenho. Mas também o seu preço.

Dacia Jogger Extreme Hybrid 140 7L

8/10
A adição de uma versão híbrida ao Dacia Jogger faz com que esta fusão de conceitos soe ainda mais interessante.

Prós

  • Eficácia do sistema híbrido
  • Médias de consumo
  • Espaço disponível a bordo
  • Versatilidade
  • Preço

Contras

  • Motor ruidoso
  • Isolamento acústico
  • Apenas uma versão disponível

Se existisse uma espécie de «ranking» para os automóveis mais racionais de cada mercado, de certeza que o Dacia Jogger estaria presente no topo de muitas tabelas.

Foi concebido com o objetivo de agradar ao máximo número de clientes através do preenchimento dos requisitos mais solicitados. O mais importante, no entanto, continua a ser o preço.

Dacia Jogger Hybrid 3/4 traseira
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

O Dacia Jogger estava até agora disponível com uma versão a gasolina, com 110 cv, mas também numa interessante opção a GPL de 100 cv.

Mas nem a Dacia está imune ao avanço da eletrificação e, depois do elétrico Spring, é agora a vez de o Jogger receber o primeiro sistema híbrido da marca.

Esta importante adição surge precisamente na altura em que a Dacia também acaba de renovar a sua imagem. Há um novo logótipo e também novos detalhes de estilo para todos os modelos da gama.

Herança tecnológica

O Jogger Hybrid 140 herda do Renault Clio E-Tech Full Hybrid o sistema híbrido. Este é composto por um motor térmico a gasolina e dois motores elétricos, ainda que estes tenham «missões» diferentes.

Um deles conta com 50 cv de potência e tem a capacidade de locomover o Jogger nos momentos em que o motor térmico está desligado. O outro, é o que substitui o motor de arranque e o gerador. E para os juntar a todos, está presente uma caixa de velocidades automática com atuadores elétricos, que foi criada especificamente para este sistema híbrido.

Para alimentar o sistema elétrico, está presente uma compacta bateria de 1,2 kWh, engenhosamente encaixada no espaço que estava antes destinado à roda suplente. Ocupa exatamente o mesmo espaço onde encontramos o depósito de GPL da versão ECO-G.

Por isso mesmo, o Dacia Jogger Hybrid 140 consegue manter a lotação máxima de sete lugares, sem qualquer perda de espaço a bordo.

O tr(i)unfo do sistema híbrido em cidade

Já ao volante e quase sem hesitar, o primeiro trajeto do ensaio foi diretamente para o centro da cidade. Com o ar condicionado ligado, mas também com o modo ECO ativo, adotei a condução mais ecológica e tranquila possível.

Tentei usufruir de todas as descidas e momentos de desaceleração, em alguns casos, passando o seletor da caixa para o modo “B”, que ativa uma maior regeneração de energia.

Dacia Jogger Hybrid condução
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Em ambiente urbano, o motor de combustão é dispensado em diversos momentos e o motor elétrico está sempre pronto para tomar o seu lugar. Aliás, em cidade, a versão híbrida do Jogger circula em modo 100% elétrico durante mais de 50% do tempo.

E isso confirma-se facilmente através da instrumentação, que mostra o funcionamento do sistema em tempo real. Ou seja, qual o motor em uso e para onde está a ser canalizada a energia.

O motor térmico é apenas solicitado quando surge uma subida mais íngreme, ou quando é necessário adicionar mais carga à bateria. Os arranques são feitos sempre em modo elétrico e com algum cuidado no doseamento do pedal do acelerador, podemos percorrer até alguns metros em «zero emissões».

Não demorei muito a constatar a principal vantagem deste sistema híbrido, registando uma média de 4,1 l/100 km. E em alguns percursos, a média chegou mesmo a ser inferior aos quatro litros.

Mais apetite em autoestrada

Saindo da cidade e entrando na autoestrada, o Dacia Jogger Hybrid já não se mostra tão eficiente. Ficamos mais dependentes do esforço do motor de combustão e isso reflete-se nos consumos.

Ainda assim, apesar do «esforço», a média de consumo não passou para valores assustadores. Cheguei a registar seis litros, mas na maior parte do tempo a média andou em torno dos cinco.

No final do ensaio, com cidade, estrada e autoestrada, o valor registado foi de 4,9 l/100 km. Ou seja, precisamente o valor oficial em ciclo combinado WLTP.

Ritmo elevado traduz-se em ruído elevado

Por falar em autoestrada, o aumento da velocidade e do regime do motor deixa a descoberto o isolamento acústico que mostrou ser insuficiente. O que me faz querer conduzir mais vezes em modo 100% elétrico.

Além do ruído do motor, e tal como os outros Jogger, há também a registar alguns ruídos aerodinâmicos.

Mas de uma forma geral, a condução deste «cocktail» de conceitos sugerido pela Dacia continua a oferecer uma boa robustez de suspensão e um amortecimento confortável. Até quando o piso está mais degradado.

Interior mais evoluído

De todos os Dacia que já conduzi, o Jogger ainda é o que parece ter o interior mais refinado. É claro que continuam presentes os plásticos rígidos e alguns comandos datados, que foram herdados de modelos da Renault, mas isso já se sabe mesmo antes de entrar.

© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

No entanto, neste nível de equipamento Extreme há também revestimentos em tecido, que melhoram a agradabilidade a bordo, além de uma robustez acima da média.

A presença de um painel de instrumentos digital e de um monitor central com Apple CarPlay ou Android Auto (sem fios), também conferem uma imagem mais sofisticada.

De resto, a bordo do Dacia Jogger Hybrid não existem grandes diferenças físicas face às outras versões da gama que já passaram pela Razão Automóvel.

Ou seja, há sete verdadeiros lugares disponíveis, sendo que os da terceira fila não estão reservados apenas a crianças. E caso não sejam necessários, podemos mesmo retirar estes dois assentos e deixá-los em casa.

Uma «assoalhada» que podemos levar connosco

Com sete lugares, a capacidade da bagageira ronda os 160 l, mas sem a terceira fila, o espaço disponível chega quase aos 700 l.

E sem a segunda fila de assentos, o espaço no habitáculo é tão amplo que, se formos acampar, nem é preciso levar tenda. Podemos dormir a bordo do Dacia Jogger.

Aliás, na oferta de acessórios, a marca até tem disponível um conjunto de cortinas (220 €) opacas, que deixam o habitáculo totalmente isolado. Além de uma tenda para três pessoas (430 €), com um quarto integrado e que se adapta à parte de trás do Jogger.

Depois disto, resta definir (ou não) o destino e começar a somar quilómetros ao Dacia Jogger Hybrid. Seja a dois ou a sete, este é um modelo que parece preparado para todo o tipo de aventura.

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Diretamente para o topo da gama

O Dacia Jogger Hybrid 140 é o Jogger mais caro de todos, mas é também o híbrido mais barato do mercado.

Os 140 cv de potência máxima combinada acabam por servir como «compensação» para o preço mais elevado, fazendo deste Jogger o mais potente e rápido da gama.

O preço base é de 28 850 euros, mas no caso da unidade ensaiada, ascende aos 30 900 euros. São 7200 euros a mais que a opção GPL com o mesmo nível de equipamento — uma diferença considerável, justificada pelo custo adicional do sistema híbrido.

Talvez por haver essa diferença tão grande, a versão híbrida do Jogger está apenas disponível com o nível de equipamento mais completo de todos, o Extreme. E também apenas na configuração de sete lugares.

Híbrido ou GPL?

Compensa optar pelo Jogger híbrido ao invés do GPL, apesar da diferença significativa de preço? Vamos a contas.

Vamos considerar os consumos conseguidos pelo Miguel Dias quando testou o Jogger ECO-G: 9,1 l/100 km a GPL e 7,0 l/100 km a gasolina. Quando comparados com os 4,9 l/100 km que obtive com o Jogger Hybrid, como se traduz em euros por cada 100 km?

Dacia Jogger Hybrid versão Extreme
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Tendo em consideração o preço dos combustíveis à data da publicação deste teste, os consumos registados traduzem-se em 6,90 €/100 km para o GPL e 11,76 €/100 km para a gasolina no Jogger ECO-G; e em 8,23 €/100 km para a gasolina gasta no Jogger Hybrid.

Caso andem maioritariamente a GPL no Jogger ECO-G, a vantagem no custo de combustível por cada 100 km relativamente ao Jogger Hybrid será sempre do ECO-G que, para mais, é 7200 euros mais acessível.

Onde o Jogger Hybrid pode pender a balança para o seu lado é com um uso praticamente só urbano, onde os consumos são ainda mais baixos e os do Jogger ECO-G são ainda mais altos.

Leiam também: Testámos os Dacia Sandero Stepway GPL e gasolina. Qual a melhor opção?

Mesmo assim considerem este dado: os 7200 euros de diferença entre os dois dá para comprar aproximadamente 9500 l de GPL, o que equivale percorrer mais de 100 mil quilómetros.

Veredito

Dacia Jogger Extreme Hybrid 140 7L

8/10

A diferença de preço face à versão a GPL é a primeira «pedra no sapato» do Dacia Jogger Hybrid. No entanto, o seu preço pode ser justificado por tudo o que oferece. Além do amplo espaço a bordo, dos sete lugares e da capacidade que tem para dar resposta a tudo o que precisamos ao longo do dia, há ainda um eficiente e muito económico sistema híbrido.

Prós

  • Eficácia do sistema híbrido
  • Médias de consumo
  • Espaço disponível a bordo
  • Versatilidade
  • Preço

Contras

  • Motor ruidoso
  • Isolamento acústico
  • Apenas uma versão disponível

Especificações Técnicas

Versão base:28.850€

IUC: 144€

Classificação Euro NCAP: 1/5

30.900€

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:Combustão: 4 cilindros em linha; Elétrico: 2 motores
  • Capacidade: 1598 cm³
  • Posição:Dianteira, transversal
  • Carregamento: Injeção indireta
  • Distribuição: 2 a.c.c.; 4 válv./cil. (16 válv.)
  • Potência: Máxima combinada: 140 cv às 5600 rpm
  • Binário:
    Combustão: 144 Nm às 3400 rpm
    Elétrico: 215 Nm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Automática multimodo

  • Largura: 4547 mm
  • Comprimento: 1784 mm
  • Altura: 1691 mm
  • Distância entre os eixos: 2897 mm
  • Bagageira: 160-696-1807 litros
  • Jantes / Pneus: 205/60 R16
  • Peso: 1460 kg

  • Média de consumo: 4,9 l/100 km
  • Emissões CO2: 110 g/km
  • Velocidade máxima: 167 km/h
  • Aceleração máxima: >10,1 s

    Tem:

    • Barras de tejadilho longitudinais modulares
    • Airbags laterais, airbag central dianteiro e airbag de cortinas
    • Assistência à travagem de emergência (AFU)
    • ESP + Sistema de ajuda ao arranque em subida (HSA)
    • Sensores de chuva e de luminosidade
    • Painel de instrumentos digital (TFT 3,5″)
    • Volante em pele
    • Vidros traseiros escurecidos
    • Regulador e limitador de velocidade
    • Luzes de condução diurna em LED
    • Ar condicionado automático
    • Compatível com Android Auto e Apple CarPlay
    • 2 entradas USB nos lugares dianteiros + 2 nos lugares traseiros

Câmara de marcha-atrás
Alerta de ângulo morto
Cartão Mãos-Livres
Sensores de estacionamento dianteiros e traseiros

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O primeiro Dacia Duster esteve quase para ser um novo...
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Pode encontrar a resposta aqui:

O primeiro Dacia Duster quase que foi uma nova Renault 4L