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SEAT vai mesmo acabar? A resposta em 3 pontos essenciais

No Salão de Munique, Thomas Schäfer, CEO da Volkswagen, vaticinou o fim da SEAT. Wayne Griffiths, o seu CEO, veio por água na fervura.

SEAT ARONA 2022 PORTUGAL
© SEAT

O fim da SEAT tem sido um dos tópicos mais discutidos nos últimos dias no rescaldo do Salão de Munique.

O «culpado»? Thomas Schäfer, o diretor executivo da Volkswagen, que afirmou durante o evento que “o futuro da SEAT é a CUPRA”, prevendo o fim da SEAT como marca automóvel.

Schäfer não foi o primeiro a proferir esta sentença. O próprio Wayne Griffiths, o diretor executivo da SEAT e da CUPRA, já a diz há pelo menos meio ano. E reafirmou-a à Razão Automóvel quando o entrevistámos:

Modelos da SEAT ainda estão e vão continuar à venda

Contudo, apesar de ser certo que a SEAT passará o testemunho da produção e venda de automóveis para a mais rentável CUPRA, não será já amanhã.

SEAT Arona, Ateca e Tarraco
A gama SUV da SEAT: Arona, Ateca e Tarraco.

A marca espanhola continua a ter uma mão cheia de modelos — Ibiza, Arona, Leon, Ateca e Tarraco — à venda e continuarão a ser vendidos, pelo menos até terminarem os seus ciclos de vida. Em quanto tempo isso se traduz? Talvez mais do que à partida se imagine.

Há novidades a caminho

Nem sequer há duas semanas, Griffiths, em declarações ao Portal Movilidad, abordou esse tópico em particular. E em Munique reforçou essas declarações, levantando a «ponta do véu» sobre o destino de alguns dos modelos da marca.

SEAT Ibiza e Arona
© SEAT

Primeiro voltou a confirmar que os SEAT Ibiza e Arona vão receber mais uma atualização. O que vai permitir que ambos fiquem em conformidade com os novos regulamentos de segurança da União Europeia que todos terão de cumprir a partir de julho de 2024.

O Leon também tem anos de carreira pela frente e prepara-se para receber a sua primeira atualização em 2024.

Contudo, um rumor indica que quando essa atualização acontecer, o Leon deixará de ser vendido como SEAT. Isto porque o Leon verá a sua dianteira reestilizada com a nova identidade da CUPRA — vejam abaixo. Será preciso esperar mais algum tempo para confirmar o rumor.

Quanto ao futuro dos Ateca e Tarraco não temos boas notícias. O Ateca será substituído pelo CUPRA Terramar e não há planos para o vender como SEAT. O Tarraco, por outro lado, não há nada que indique um substituto. A comercialização do Ateca e Tarraco poderá terminar tão cedo como o próximo ano.

Futuro como marca de mobilidade

Também não podemos ignorar as possíveis consequências da Euro 7 no futuro da marca. Caso seja aprovada na forma que foi anunciada e entre em vigor em 2025, a existência da SEAT como marca automóvel poderá terminar mais cedo que tarde.

Isto porque os custos adicionais que incidirão sobre os motores de combustão vai transformá-los numa opção (praticamente) inviável nos segmentos mais baixos, onde habitam o Ibiza e o Arona, por exemplo.

Wayne Griffiths não descarta a possibilidade da SEAT vir a ter um elétrico para manter-se no segmento — uma versão do Volkswagen ID. 2All e CUPRA Raval —, mas vai depender muito da evolução não só destes regulamentos como do próprio mercado.

O destino da SEAT, contudo, está traçado. É quase certo que ainda durante esta década a SEAT, a marca automóvel, cessará funções dando lugar à SEAT, a marca de mobilidade.

Ou seja, deixará de vender automóveis e passará a vender soluções de mobilidade que se traduzirão em veículos como trotinetas e scooters 100% elétricas, com a (mais que provável) adição de um quadriciclo elétrico para «dar luta» ao Citroën Ami.