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Wayne Griffiths, CEO da SEAT S.A.: “CUPRA é o futuro da SEAT”

A SEAT S.A. fez hoje a sua conferência anual e, além dos números de 2022, ficámos a saber mais sobre os destinos das marcas CUPRA e SEAT.

Wayne Griffiths, CEO da SEAT S.A., encostado a CUPRA Formentor
© SEAT S.A.

Qual o futuro da marca SEAT? Esta tem sido uma das perguntas mais repetidas dirigidas a Wayne Griffiths, o diretor executivo da SEAT S.A., nos últimos tempos. E hoje, durante a conferência anual da SEAT S.A., que a Razão Automóvel participou online, não foi diferente.

Wayne Griffiths durante conferência anual da SEAT S.A.
© SEAT S.A. Wayne Griffiths, diretor executivo da SEAT S.A., durante a conferência anual da SEAT S.A., na Casa SEAT em Barcelona.

Isto porque tem sido a CUPRA a concentrar todas as atenções de Griffiths neste período de grande transformação de toda a indústria em direção à eletrificação total. E os resultados estão à vista.

Em 2022, as vendas da CUPRA quase que duplicaram, subindo 93%, para 153 mil unidades, contrastando com a performance da SEAT, cujas vendas desceram 41%, para as 232 700 unidades. Esta disparidade é justificada, em grande parte, pela prioridade dada à CUPRA na entrega de componentes chave como chips.

Os modelos da CUPRA garantem maior rentabilidade e a prioridade dada à jovem marca refletiu-se nos resultados da empresa. Depois de em 2021 ter tido prejuízos de 256 milhões de euros, a SEAT S.A. fechou 2022 com um lucro de 68 milhões de euros, apesar de ter vendido menos do que em 2021.

Se a performance comercial da CUPRA foi fundamental para estes resultados positivos, a redução dos custos operacionais de toda a empresa não lhe fica atrás.

Podemos medir a redução de custos, em parte, pela evolução do break-even (ponto onde se cruzam custos e receita) nos últimos 18 meses. Se antes a SEAT S.A. precisava de vender 48 mil unidades por mês para começar a ter lucro, esse valor é de agora 38 mil unidades por mês.

CUPRA elétrica, SEAT a combustão

O foco na CUPRA pode ser apreciado também pelos vários modelos já confirmados para os próximos dois anos: Tavascan, Terramar e Urban Rebel.

E a SEAT? Não há sequer rumores de novos modelos. Wayne Griffiths começou por justificar, durante a conferência, a ausência de novidades elétricas na SEAT com a impossibilidade de eletrificar as duas marcas, SEAT e CUPRA, em simultâneo. Por agora a prioridade é a CUPRA.

Griffiths realçou, por outro lado, a forma como as duas marcas se complementam, com a CUPRA focada cada vez mais na eletrificação, enquanto a SEAT deverá concentrar-se, por enquanto, nos modelos a combustão: “acho que a ideia de as duas marcas complementarem-se uma à outra estando no mercado ao mesmo tempo, particularmente durante esta fase de transição, faz muito sentido”.

Seat Leon FR Sportstourer
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel Eletrificação na SEAT deverá resumir-se, nos próximos anos, às versões híbridas plug-in, como no Leon.

Dito isso, o silêncio à volta de novidades automóveis para a SEAT é ensurdecedor. Os rumores de que a SEAT se tornará uma marca de micro-mobilidade a médio prazo, são cada vez mais certezas. Atentem às palavras de Griffiths:

“Estamos a trabalhar numa estratégia para a SEAT de micro-mobilidade para fazermos um modelo de quatro rodas e decisões sobre o futuro da eletrificação da SEAT (em termos de automóveis) será tomada numa data posterior.”

Wayne Griffiths, diretor executivo da SEAT S.A.

Relembramos que a SEAT já se encontra no segmento da micro-mobilidade, através da marca SEAT MÓ. A marca espanhola comercializa a trotineta elétrica eKickScooter e a «acelera» elétrica eScooter, que já tivemos oportunidade de testar:

Quanto ao modelo de quatro rodas, esperem um quadriciclo elétrico, ou seja, um potencial rival do Citroën Ami. Há uns anos a SEAT antecipou com um protótipo esse modelo: o Minimò.

SEAT Minimó
© SEAT SEAT Minimó, 2019. O projeto acabou por ser suspenso devido à pandemia, mas os planos da SEAT para um quadriciclo mantém-se.