Conduzi o novo BYD Seal. O «estado da arte» da tecnologia chinesa

A tecnologia é de «ponta» e o design convence. Ainda não sabemos os preços mas a BYD veio para ficar.

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A BYD acaba de chegar a Portugal pelas mãos da Salvador Caetano, o histórico importador nacional de marcas como a Toyota. Tem sido assim em todos os mercados: a BYD tem procurado parceiros consolidados nos vários países europeus onde está a implementar-se.

O plano da marca chinesa é claro: crescer rápido e de forma sustentada. É que entre nós a BYD pode ser uma desconhecida, mas na China é líder de mercado há 10 anos consecutivos. Em 2022 vendeu 1,85 milhões de veículos e este ano pode chegar aos 3 milhões.

Em setembro, aos três modelos atualmente à venda — o Atto 3, o Han e o Tang — juntam-se mais dois de uma nova geração: o BYD Dolphin, que deverá custar pouco mais de 30 mil euros, e este BYD Seal, que assume-se como rival de modelos como o Tesla Model 3 e do futuro Volkswagen ID.7.

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Neste vídeo, podem ficar a conhecer as minhas primeiras considerações num contacto muito breve com este modelo em Espanha, antes da sua chegada a Portugal:

O interior era talvez o campo onde tinha mais dúvidas relativamente a este BYD Seal. Não por ser um produto «made in China», mas porque este é um campo onde as marcas mais jovens têm tido dificuldades em nivelar o jogo com as marcas tradicionais.

No entanto, as dúvidas foram prontamente dissipadas pela sensação de qualidade que o BYD Seal transmite. A escolha de materiais e montagem não merecem reparos.

Como mostro no vídeo em destaque, tudo parece estar no seu devido lugar. Ficando apenas por saber como é que tudo se comporta em condições reais de utilização: buracos, lombas e juntas de dilatação e, enfim, todas as agruras que os nossos automóveis enfrentam no dia-a-dia. Recordo que este primeiro contacto foi muito breve e aconteceu em pista, longe destas dificuldades.

Só o design geral interior é que denuncia as origens deste BYD Seal. Nota-se que não foi pensado com o gosto dos europeus no topo das prioridades. Há muitos elementos, linhas e detalhes que contrastam com as opções das principais marcas europeias, com soluções mais simples e depuradas.

Tal como referi no vídeo, este primeiro contacto com o BYD Seal soube a pouco em termos dinâmicos. Ao contrário do que é normal nestas apresentações, não houve oportunidade para conduzir em estrada.

Tive apenas oportunidade de fazer dois exercícios: um de aceleração e outro mais “dinâmico” de slalom, num percurso delimitado por vários pinos.

A aceleração dos 0-100 km/h impressionou, como seria de esperar. Conduzi a versão mais potente, com 390 kW de potência — ou se preferirem, na «moeda antiga» com 530 cv de potência — o que permite a este BYD Seal despachar este exercício em apenas 3,8 segundos.

Neste artigo, mais extenso, podem ter acesso a todas as especificações técnicas do BYD Seal:

A melhor surpresa estava reservada para o teste de slalom. Este modelo recorre à nova «e-platform 3» da marca chinesa. É 40% mais rígida e utiliza a bateria como elemento estrutural para melhorar o conforto e, principalmente, o comportamento.

De resto, a BYD é um excelente exemplo de como as marcas chinesas têm uma vantagem no campo da tecnologia das baterias. O formato «lâmina» da BYD oferece vantagens em termos de segurança e densidade energética, como expliquei no vídeo em destaque.

Ainda não são conhecidos os preços do BYD Seal em Portugal. O preço é talvez a grande incógnita de um modelo que aparenta ter tudo para bater-se com a concorrência de «igual para igual».

Uma coisa é certa, a BYD não vai querer afirmar-se no mercado nacional pelos preços baixos — uma garantia que nos foi dada pelos responsáveis da marca em Portugal. A estratégia é de longo prazo: mostrar que pode afirmar-se pelas suas qualidades intrínsecas.