Clássicos Renault Mégane. Vencedor do troféu Carro do Ano 2003 em Portugal

Carro do Ano

Renault Mégane. Vencedor do troféu Carro do Ano 2003 em Portugal

Depois do Laguna em 2002, foi a vez do Renault Mégane e da sua completa gama conquistarem o troféu do Carro do Ano em Portugal em 2003.

Renault Mégane II

Seguindo o exemplo da SEAT que conquistou o troféu do Carro do Ano em Portugal em 2000 e 2001, a Renault teve também uma dobradinha. Assim, depois do Laguna em 2002, foi a vez do Renault Mégane conquistar o troféu um ano depois, em 2003.

Contudo, o sucesso da segunda geração do familiar gaulês havia de ser um pouco maior que o do seu “irmão mais velho”. É que além de ter conquistado o troféu do Carro do Ano em Portugal, o Mégane conheceu ainda o sucesso continental, vencendo o cobiçado prémio de “Carro Europeu do Ano”.

Para o fazer, o compacto gaulês contou com uma ajuda preciosa do seu design. Enquanto o primeiro Mégane era algo conservador (uma evolução dos temas do Renault 19), a segunda geração cortou radicalmente com o passado, sendo muito mais ousada e vanguardista, recorrendo à mesma linguagem visual que a marca francesa tinha inaugurado com o Avantime que lhe assentava “como uma luva”.

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Renault Mégane II
Ainda hoje uma visão habitual nas nossas estradas, o Mégane II continua com um visual atual.

Uma gama (muito) completa

Se o design era controverso e divisivo, por outro lado não se podia acusar a segunda geração do Renault Mégane de falta de variedade. Além do tradicional hatchback de três e cinco portas, o Mégane apresentava-se ainda como carrinha (que muitos fãs conquistou em Portugal), como sedã (particularmente apreciado pela nossa PSP) e ainda como um então obrigatório descapotável com capota rígida.

De fora da gama ficava apenas o monovolume, tudo porque por aquela altura a Scénic já tinha conquistado a sua “independência” do Mégane, apresentando-se até em dois tamanhos, mas isso é uma história para outro dia.

Segurança a toda a prova…

Se o design fazia virar cabeças (principalmente a peculiar traseira dos hatchback) foi a segurança passiva que ajudou o Mégane a destacar-se junto da imprensa especializada. Depois do Laguna ter conseguido as cinco estrelas no Euro NCAP, o primeiro a fazê-lo, o Mégane seguiu-lhe as pisadas e tornou-se no primeiro carro do segmento C a conseguir a pontuação máxima.

Tudo isto confirmava o foco posto pela Renault na segurança dos seus modelos na viragem do século e, verdade seja dita, veio estabelecer a “bitola” pela qual a concorrência passou a ser medida.

… e tecnologia também

À entrada do século XXI outro dos focos da Renault era a oferta tecnológica e, tal como o Laguna, também o Mégane parecia uma “montra sobre rodas” de tudo aquilo que a marca gaulesa tinha para oferecer.

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O maior destaque ia, sem margem para dúvidas, para o cartão de arranque, uma estreia no segmento. A isto juntavam-se, consoante as versões, “luxos” como os sensores de luz e chuva ou o tejadilho panorâmico, e pequenos “mimos” como as luzes de cortesia nas portas que apenas ajudavam a elevar a sensação de qualidade a bordo da proposta francesa.

Renault Mégane II
Os tons claros eram usuais num interior cujos materiais não se celebrizaram por resistirem bem à passagem do tempo.

A era do Diesel

Se a aposta na segurança e na tecnologia têm hoje tanta ou mais importância do que aquando do lançamento do Mégane, por outro lado, a aposta nos motores Diesel, crucial na altura, hoje está praticamente esquecida, com os eletrões, sejam na forma de motorizações híbridas ou puramente elétricas, a tomar o seu lugar.

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Depois de a sua primeira geração ser servida apenas por motores Diesel com 1.9 l, o Renault Mégane recebeu na sua segunda geração um dos seus mais famosos motores: o 1.5 dCi. Inicialmente com 82 cv, 100 cv ou 105 cv, depois do restyling, em 2006, este viria a oferecer 85 cv e 105 cv.

Renault Mégane II
A versão de três portas acentuava ainda mais a peculiar secção traseira.

Ao pequeno 1.5 l juntava-se ainda na gama Diesel o 1.9 dCi com 120 c e 130 cv ao qual se viria ainda a juntar, mais tarde, o 2.0 dCi com 150 cv depois da renovação do Mégane.

Quanto à oferta a gasolina, a quase total ausência de motores turbo relembra-nos a época em que o Mégane II foi lançado. Na base estava um 1.4 l com 80 cv (que desapareceu com o resyling) e 100 cv. A este seguia-se um 1.6 l com 115 cv, um 2.0 l com 140 cv (que perderam 5 cv depois da renovação) e no topo surgia um 2.0 turbo com 165 cv.

Renault Mégane II
O restyling trouxe novos faróis e um arredondar das linhas da grelha.

O inédito Mégane R.S.

Além do design, segurança e tecnologia, houve mais um fator diferenciador da segunda geração do Renault Mégane e falamos, claro está, do Mégane R.S., o primeiro capítulo de uma saga que nos deu uma das principais referências em matéria de hot hatch até hoje.

Exclusivamente disponível no formato hatchback e três portas, o Mégane R.S. não só contava com uma aparência específica, mais agressiva, como recebeu um chassis revisto e, claro está, o motor mais potente da gama: um 2.0 l turbo com 16 válvulas e 225 cv.

Verdade seja dita, as primeiras avaliações não foram as mais positivas, mas a Renault Sport soube evoluir a sua máquina até se tornar uma referência entre a crítica e os seus pares.

O expoente máximo dessa evolução seria o Mégane R.S. R26.R. Descrito como “uma espécie de Porsche 911 GT3 RS dos hot hatch“, este era 123 kg mais leve que os outros e estabeleceu-se, sem grande dificuldade diga-se de passagem, como o derradeiro Mégane II, além de ter conquistado, na altura, o recorde para o mais rápido tração dianteira no lendário Nürburgring. Uma máquina tão fantástica que mereceu até um atenção mais especial da nossa parte:

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Com 3 100 000 de unidades produzidas entre 2003 e 2009, o Renault Mégane foi durante largos anos uma das referências do segmento. Curiosamente, e apesar de a sua imagem mais bem conseguida, ficou algo longe dos cinco milhões de unidades vendidas pela primeira geração.

Renault Mégane II

Um sério caso de sucesso no nosso país (até o Guilherme Costa teve um), o Mégane II foi responsável pela introdução no segmento de inúmeras tecnologias e pelo aumento dos padrões de segurança.

Hoje, a quarta geração continua a somar sucessos e até já se eletrificou. Contudo, o testemunho de vanguarda transportado pela segunda geração do Mégane parece ter no novo, e inédito, Mégane E-Tech Electric o seu principal herdeiro.

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