Desde 33 420 euros
Testámos o Renault Scénic 1.3 tCe: já não é moda, mas ainda tem argumentos?
A moda dos monovolumes deu lugar à dos SUV, no entanto, ainda vão havendo alguns "resistentes" como o Renault Scénic. Será que este ainda tem argumentos?

As modas têm destas coisas. Por vezes põem toda a gente a vestir-se da mesma forma, a ver os mesmos programas e, no mundo automóvel, antes dos SUV, a moda eram os monovolumes.
Um dos maiores símbolos dessa moda e o seu principal impulsionador foi o Scénic (a par da Espace). Hoje, a moda passou, mas o Scénic continua no mercado. Para saber até que ponto um monovolume continua a ter argumentos num mercado inundado por SUV, testámos o recém-lançado em Portugal (agradeçam à lei das portagens) Scénic.
Esteticamente, o modelo da Renault não tenta esconder as suas origens (ao contrário do que acontece com a Espace que adotou um look de crossover), apresentando-se com formas arredondadas e fluídas típicas de monovolume.
VÊ TAMBÉM: 12 carros que ninguém esperava ver no Rali DakarSem ser o modelo mais chamativo do mercado, nesta última geração adotou linhas mais estilizadas e adotou jantes de 20’’ (as únicas disponíveis), o que acabam por fazer o Scénic destacar-se.

Por dentro do Renault Scénic
Com um desenho muito similar ao que a Renault nos tem habituado na maioria dos seus modelos (chega até a ser demasiado parecido), o interior do Scénic é composto por uma mistura de materiais moles no topo do tablier e mais duros na parte inferior, sendo que a montagem, apesar de estar em bom nível, podia ainda ser melhorada — na unidade por nós testada, por exemplo, verificou-se que o porta luvas por vezes abria sozinho.

Já em termos ergonómicos, apesar de o Scénic abdicar de grande parte dos comandos físicos, é fácil usar todas as funcionalidades e equipamentos. Esta facilidade deve-se, acima de tudo, aos comandos presentes no volante que não só são fáceis de operar como permitem evitar ter de recorrer ao ecrã tátil, tornando mais intuitiva a utilização do sistema de infotainment.
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Mas se a ergonomia está em bom plano, a verdadeira jóia da coroa do Scénic é o seu interior versátil. Desde mesas para piquenique a uma consola central deslizante, passando por bancos traseiros ajustáveis longitudinalmente, não faltam soluções de arrumação e, acima de tudo, espaço dentro do monovolume da Renault.
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Ao volante do Renault Scénic
Apesar dos inúmeros ajustes possíveis, a verdade é que encontrar uma posição de condução confortável ao volante do Scénic é capaz de demorar um pouco. Uma vez encontrada, o que mais salta à vista é a excelente visibilidade para o exterior, conseguida graças à grande superfície vidrada da qual o maior destaque é o vidro no duplo pilar A que ajuda, e muito, em cidade.

Dotado de cinco modos de condução (Eco, Sport, Neutral, Comfort e Personalizado), a verdade é que escolhas que modo escolheres o grande foco do Scénic está no conforto. Assim, a única diferença entre os vários modos são o peso da direção (mais pesada no Sport e mais leve no Comfort) e a resposta do acelerador (letargia em modo Eco, um pouco mais “atrevida” no Sport).
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Com uma suspensão capaz de absorver a maioria das irregularidades (apesar das jantes de 20”), o Scénic revela-se acima de tudo estável, previsível e seguro, demonstrando uma certa tendência subviradora bem perto do limite e facilmente corrigível. Já os comandos apresentam um tato excessivamente filtrado.
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A unidade que ensaiámos contava com o 1.3 TCe na versão de 140 cv e associado à caixa manual de seis velocidades. Apesar de conseguir imprimir ritmos bastante aceitáveis ao Scénic, o pequeno tetracilíndrico peca pela fraca disponibilidade a baixo regime, obrigando a recorrer muito à caixa.
Já os consumos, se em estrada o 1.3 TCe até se revela económico, com consumos na casa dos 6,2 l/100 km, já em circuito urbano, por muito que se tente, é difícil baixar dos 8,5 l/100 km.
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É o carro certo para mim?
Confortável, bem equipado e espaçoso, o Scénic traz-nos à memória as razões pelas quais este tipo de modelo chegou a estar na moda. Apesar de um monovolume não ter o sex appeal de um SUV, este tipo de carroçaria mantém todos os seus argumentos, e o Scénic faz uso de todos eles para se estabelecer como um veículo familiar de excelência.
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Desde espaço com fartura até um interior modular onde salta à vista o elevado nível de equipamento e os muitos espaços de arrumação, o Scénic é a opção ideal para quem gosta ou precisa do espaço oferecido pelas carrinhas, mas aprecia uma posição de condução mais alta e pretende um pouco mais de versatilidade.
Dinamicamente competente, confortável e seguro, o 1.3 TCe usado pelo Scénic “pede” que lhe dêem estrada. Aí, o tetracilíndrico oferece consumos relativamente baixos e boas prestações. Já em cidade, este revela a sua baixa cilindrada mostrando-se amorfo a baixa rotação e obrigando a um recurso mais frequente à caixa que acaba por se refletir nos consumos.

Preço
unidade ensaiada
Versão base: €33.420
IUC: €171
Classificação Euro NCAP:
- Motor
- Arquitectura: 4 cil. em linha
- Capacidade: 1332 cm3
- Posição: Dianteira transversal
- Carregamento: Injeção Direta + Turbo + Intercooler
- Distribuição: 2 a.c.c., 4 válvulas por cilindro
- Potência: 140 cv às 5000 rpm
- Binário: 240 Nm às 1600 rpm
- Transmissão
- Tracção: Dianteira
- Caixa de velocidades: Manual de seis velocidades
- Capacidade e dimensões
- Comprimento / Largura / Altura: 4406 mm / 1866 mm / 1653 mm
- Distância entre os eixos: 2734 mm
- Bagageira: 496 l
- Jantes / Pneus: 195/55 R20
- Peso: 1529 kg
- Consumo e Performances
- Consumo médio: 6,8 l/100km
- Emissões de CO2: 154 g/km
- Vel. máxima: 201 km/h
- Aceleração: 10,4s
-
Equipamento
- Alerta de colisão frontal
- Alerta de excesso de velocidade c/reconhecimento dos sinais de trânsito
- Sistema de assistência à travagem de urgência
- Alerta de transposição involuntária de faixa
- Sistema de travagem de emergência ativa com deteção de peões
- Alerta de deteção de fadiga
- Câmara de marcha-atrás (inclui sistema de ajuda ao estacionamento dianteiro)
- Head-Up Display
- Regulador e limitador de velocidade
- Sensores de luz e chuva com máximos automáticos
- Sistema de recuperação de energia "Energy Smart Management" (ESM)
- Sistema de recuperação de energia "Energy Smart Management" (ESM)
- Ar condicionado automático "bi-zone" (regulação independente condutor/passageiro)
- Gaveta Easy Life (iluminada e refrigerada)
- Sistema R-LINK 2 com ecrã tátil de 8,7’’ + Sistema de som Premium Bose®
- Volante em couro Premium
- Design de jantes em liga leve 20" BOSE
- Bancos traseiros rebatíveis "One Touch"
- Mesas Easy Life nas costas dos bancos dianteiros
Avaliação
- Versatilidade e modularidade interior
- Espaço
- Visibilidade
- Tato filtrado dos comandos
- Falta de pujança do motor a baixa rotação
Sabes responder a esta?
Em que ano foi lançada a atual geração do Renault Twingo?
Não acertaste.
Mas podes descobrir a resposta aqui:
O Renault Twingo foi renovado, mas será que detetas as diferenças?Em cheio!!
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