Ensaio Testámos o Mercedes-Benz A 250 e. Gasolina? Quase que não foi necessária

Desde 44 850 euros

Testámos o Mercedes-Benz A 250 e. Gasolina? Quase que não foi necessária

A versão híbrida plug-in do Mercedes-Benz Classe A foi melhorada e consegue percorrer mais quilómetros sem usar o motor térmico a gasolina.

Mercedes-Benz A250e

7.5/10

Prós

  • Comportamento dinâmico (com Pack AMG)
  • Eficiência do sistema híbrido
  • Posição de condução

Contras

  • Comandos táteis no volante
  • Preço de alguns opcionais
  • Volumetria da bagageira

O Mercedes-Benz Classe A é um dos modelos que se mantém ativamente no «campo de batalha» do segmento dos pequenos familiares e que vai ditando algumas das tendências de mercado

Apesar de ter sido recentemente atualizado, trazendo novos detalhes de cosmética e um reforço de equipamento, devido aos anos que conta de mercado, visualmente não suscita grandes surpresas, sendo uma presença familiar nas nossas estradas.

No caso da unidade ensaiada, no entanto, a presença da versão AMG Premium Plus com jantes de 19″ e a pintura mate da carroçaria, fizeram com que este Mercedes-Benz A 250 e não tivesse passado despercebido. Mesmo quando se deslocava em modo silencioso, com o motor térmico desligado.

Visual retocado

Tal como no exterior, o habitáculo do Classe A não apresenta grandes diferenças face ao A 250 e que ensaiámos há quase três anos. A instrumentação continua a ser totalmente digital e personalizável.

Mercedes-Benz A 250 e instrumentação personalizável
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Mesmo ao lado deste, o monitor do sistema MBUX está alinhado com o da instrumentação no mesmo painel. O tabliê mantém as originais saídas de ventilação redondas e a maioria dos comandos também são os que já conhecíamos, tanto no Classe A como em outros modelos da marca.

A posição de condução continua excelente e o espaço disponível no habitáculo, não sendo uma referência, também não desilude. Já os 310 litros de capacidade da bagageira poderiam ser um pouco mais generosos.

Eficiência híbrida

Aquele que poderá ser um dos maiores trunfos deste Mercedes-Benz Classe A 250 e é mesmo o da experiência de condução, por diversos motivos. Ainda antes de arrancar, temos acesso à tal excelente posição de que falávamos há pouco, mas depois disso conta com algumas (boas) surpresas.

A presença de um “e” minúsculo no final da sua designação, indica-nos a presença de um sistema híbrido que, neste caso é um plug-in. Ou seja, tem a capacidade de carregar a bateria do sistema através da rede ou de uma simples tomada doméstica.

Caso esteja a pensar que esta versão já existia, tem toda a razão, só que agora está ainda melhor. O motor térmico a gasolina é precisamente o mesmo, ou seja, um 1,3 l de quatro cilindros com 163 cv, mas há algumas novidades na máquina elétrica.

A começar no motor elétrico, que é mais potente (80 kW ou 109 cv), e na bateria que foi melhorada. Apesar de esta manter os mesmos 15,6 kWh de capacidade, pode agora ser carregada em corrente contínua (DC) a 22 kW, além dos habituais 11 kW em corrente alternada (AC). A autonomia declarada em modo 100% elétrico pode agora chegar aos 76 km (+4 km que antes).

Em modo 100% elétrico

No início do ensaio, o «nosso» Mercedes-Benz A 250 e indicava uma autonomia em modo elétrico de 73 km (estado de carga a 100%). Não comecei com o «pé leve»; logo nos primeiros quilómetros decidi explorar as suas aptidões dinâmicas, dado a presença dos elementos com a assinatura da AMG.

Mercedes-Benz A 250 e modos de condução
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Ainda assim, foram necessários mais de 60 km para que surgissem as primeiras instruções algo «insultuosas» no painel de instrumentos, relacionadas com o facto de ainda não termos ligado o A 250 e a nenhuma tomada.

Até este momento, a média de consumo registada foi de 18,5 kWh/100 km e nem uma gota de gasolina gasta.

Depois de ter esgotado toda a energia da bateria, é claro que o motor térmico tem de intervir. Ainda que esteja longe de ser o cenário ideal do ponto de vista da eficiência — nesta condição registei 7,2 l/100 km —, acabou por me mostrar o desempenho do sistema.

Mesmo com a bateria a «zeros», o Classe A não se coíbe de desligar o motor térmico, usando toda a energia que vamos recuperando através das desacelerações e travagens.

Altura de voltar a carregar a bateria para um novo dia da rotina habitual casa-trabalho-casa, com muito trânsito à mistura e alguns desvios necessários e, no final do dia, com pouco mais de 50 km percorridos, o motor térmico até podia ter ficado em casa. Afinal, não foi usado uma única vez durante todo o dia.

De qualquer forma, caso seja necessário, é sempre bom saber que temos uma espécie de «plano B» no Mercedes-Benz A 250 e.

Dinâmica muito apurada

Na unidade que tivemos oportunidade de ensaiar, estavam incluídos diversos elementos AMG. Por causa disso, depois de deixar toda a gente em casa, usei uma daquelas desculpas esfarrapadas do género “vou só ali comprar pão, já volto”, para ir dar uma volta maior com este híbrido plug-in.

A suspensão mais firme, que deixa a carroçaria ligeiramente mais próxima do piso, as jantes de liga leve com 19” de diâmetro e uma direção mais precisa ajudam a que «aquela» nossa estrada preferida tenha sempre uma dose de emoção acrescida.

Mercedes-Benz A250e perfil, em movimento
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Com esta configuração, os movimentos da carroçaria são muito controlados e previsíveis, mesmo quando abusamos da tolerância dos sistemas de segurança ativa.

No entanto, a «missão» deste A 250 e não é ser um devorador de curvas. Para isso, há outras opções nesta gama, ainda mais eficazes e… muito mais potentes. Ainda assim, que boa surpresa.

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Preço demasiado «exclusivo»

A aventura de configuração de um novo Mercedes-Benz Classe A 250 e começa com um valor de 44 850 euros. No entanto, com a adição da versão AMG Premium Plus (13 450€), da pintura magno Manufaktur Cinza Mountain (2700 €) e das jantes AMG de 19” (950 €), que também requerem a presença do Pack Night (600 €), já estamos a falar de um Classe A que custa mais de 62 500 euros. E ainda faltam alguns extras.

Os quase 18 mil euros de equipamento opcional transformam por completo o A 250 e, tornando-o muito melhor em diversos aspetos. No entanto, estamos a falar de um acréscimo de preço «pesado», na ordem dos 40% face ao valor base. É claro que podemos sempre não os adicionar a todos.

Por estes mais de 60 mil euros já temos acesso a modelos de segmentos acima. Ainda que, muito provavelmente, sem uma dotação de equipamento tão completa.

Veredito

Mercedes-Benz A250e

7.5/10

A atualização da versão híbrida plug-in do Mercedes-Benz Classe A trouxe poucas, mas boas novidades e contribuem para uma experiência em modo elétrico superior, a que se junta uma dinâmica apurada. A «culpa» é em parte do Pack AMG que a nossa unidade trazia que, apesar de acrescentar muito equipamento, também coloca o preço do A 250 e num patamar demasiado alto.

Prós

  • Comportamento dinâmico (com Pack AMG)
  • Eficiência do sistema híbrido
  • Posição de condução

Contras

  • Comandos táteis no volante
  • Preço de alguns opcionais
  • Volumetria da bagageira

Especificações técnicas

Versão base:44.850€

IUC: 144€

Classificação Euro NCAP: 5/5

63.300€

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura: 4 cilindros em linha, motor elétrico
  • Capacidade: 1332 cm³
  • Posição: Dianteira, transversal
  • Carregamento: Injeção direta, com turbo e intercooler; Bateria de 15,6 kWh
  • Distribuição: 2 a.c.c., 4 válv./cil. (16 válv.)
  • Potência:
    Motor de combustão: 163 cv às 5500 rpm
    Motor elétrico: 80 kW (109 cv)
    Potência máxima combinada: 210 cv
  • Binário:
    Motor de combustão: 270 Nm a partir das 2000 rpm
    Motor elétrico: 300 Nm
    Binário máximo combinado: 450 Nm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Automática 8G-DCT de dupla embraiagem com oito relações

  • Largura: 4428 mm
  • Comprimento: 1796 mm
  • Altura: 1452 mm
  • Distância entre os eixos: 2729 mm
  • Bagageira: 310-1125 litros
  • Jantes / Pneus: 225/40 R19
  • Peso: 1695 kg

  • Média de consumo: 0,8-1,1 l/100 km; Autonomia: 76 km
  • Emissões CO2: 18-25 g/km
  • Velocidade máxima: 225 km/h
  • Aceleração máxima: >7,4s

    Tem:

    • Ar condicionado automático THERMOTRONIC
    • Bancos desportivos com encostos de cabeça integrados (AMG Line)
    • Bancos dianteiros aquecidos
    • Cabo de carregamento para wallbox e postos de carregamento públicos com 5 metros (até 11kW)
    • Cruise control
    • Deteção de crianças no interior com o veículo trancado
    • Direção assistida paramétrica
    • Jantes de liga leve de 18″ (AMG Line)
    • Painel de instrumentos digital
    • Patilhas de seleção da caixa de velocidades integradas no volante
    • Sistema de chamada de emergência Mercedes-Benz
    • Sistema de iluminação em LED
    • Sistema de navegação
    • Sistema multimédia MBUX
    • Volante desportivo multi-funções em pele (AMG Line)

Versão AMG Premium Plus: 13 450 €
Pintura Magno Manufaktur Cinza Mountain: 2700 €
Jantes AMG de 19″: 950 €
Pack Night: 600 €
Acabamentos interiores em madeira Linden preta porosa: 350 €
Pack Integração de Smartphone: 400 €

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