Manhart dá ao BMW M3 E30 um seis cilindros com mais de 400 cv

Não há carro a salvo do restomod, seja o modesto Fiat Panda ou o icónico Porsche 911; porque é que o incontornável BMW M3 E30 deveria ser exceção?

É o que propõe a Manhart, que conhecemos das preparações a carros novos, mas que também se dedica ao restauro e modificação de clássicos, através da Manhart Classic Cars.

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O BMW M3 E30 (quase) dispensa apresentações. Foi o primeiro M3 e um especial de homologação, estabeleceu a sua reputação nas pistas e hoje é um clássico extremamente valioso. E a Manhart arriscou modificá-lo, com o resultado final a receber o nome de MH3 3.5 Turbo.

«Coração» Alpina

A preparadora não se ficou pela cosmética, havendo diferenças óbvias para o modelo original. Se «ignorarmos» a pintura verde mate (na realidade é um wrap), o que mais se destaca são as novas rodas.

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Estas cresceram das originais 15″ para umas impressionantes 19″, com a Manhart a adicionar ainda um lábio dianteiro inferior e um spoiler traseiro, ambos em fibra de carbono, e aproximando o aspeto do M3 Evo, o derradeiro M3 E30.

Porém, a grande diferença entre o M3 E30 e o MH3 3.5 Turbo encontra-se por debaixo do capô. Ao invés do quatro cilindros em linha naturalmente aspirado de 2,3 l do modelo original, encontramos um seis cilindros em linha turbo com 3,5 l de capacidade.

O aspeto mais curioso desta troca de motor é que não se trata de uma unidade nova. Provém de um Alpina B7S Turbo (1981/82), baseado num Série 5 E12 — uma agradável atenção ao detalhe por parte da Manhart ao ir buscar um motor «de época».

O Alpina B7S Turbo era uma evolução do B7 Turbo/1, que foi na altura a berlina de quatro portas mais rápida do planeta. O B7S Turbo debitava 330 cv — um valor que só superdesportivos conseguiam igualar na altura —, mas no MH3 3.5 Turbo debita ainda mais.

A Manhart instalou um novo turbocompressor, intercooler e sistema de escape, fazendo com que a potência seja agora de 405 cv (e 650 Nm), números muito maiores que os 200 cv (e 240 Nm) do M3 E30 original.

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Além das rodas de maiores dimensões (Fr: 215/35 R19; Tr: 245/30 R19), para manter tudo sob controlo, a Manhart deu ao MH3 3.5 Turbo um novo diferencial autoblocante da Drexler e um novo kit de suspensão (coilovers) da H&R.

Para parar o ímpeto do pequeno coupé, também o sistema de travagem foi revisto com novos discos dianteiros (330 mm x 32 mm) e pinças de quatro pistões da Brembo, enquanto atrás, os discos (282 mm x 12 mm) são mordidos pelas pinças do E30 M3 original.

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Quanto custa?

A Manhart não anuncia o preço para o seu MH3 3.5 Turbo. Caso seja um dos interessados e não tenha um modelo dador, convém relembrar que o BMW M3 E30 já é um clássico que, em muitos casos, vem com uma etiqueta com seis algarismos.

Previsivelmente, este restomod será tudo menos «em conta».

Fernando Gomes

Entrou no universo dos automóveis através do design, hoje expressa a sua paixão pelo automóvel na escrita.

BMW, Série 3

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