O regresso do Toyota MR2 será como um… elétrico?

Há três anos a Toyota revelava o S-FR no Salão de Tóquio, um protótipo para um potencial rival do MX-5 e um sucessor indireto para o Toyota MR2 que deixara de ser produzido em 2005.

Tal como o MX-5 era compacto (4,0 m de comprimento), estava também equipado com um motor de 1.5 l atmosférico, e a arquitetura era idêntica ao rival — motor longitudinal dianteiro e tração traseira. Ao contrário do MX-5, o S-FR era um coupé e graças a uma distância entre eixos generosa conseguia oferecer dois lugares traseiros.

Apesar do protótipo apresentado ter mais a ver com um carro de produção do que um puro concept, o S-FR (inspirado no Sports 800) nunca chegou às linhas de produção. O porquê do seu cancelamento não sabemos…

O regresso do MR2

Agora os rumores estão outra vez em polvorosa com um potencial novo pequeno desportivo da Toyota, posicionado abaixo do GT86. Como já reportámos antes, é intenção de Akio Toyoda, o CEO da marca, voltar a ter na marca uma família de desportivos, tal como aconteceu no passado, fazendo regressar os “Três Irmãos”.

No passado, esse trio de modelos era composto pelo MR2, Celica e Supra. Hoje em dia, o GT86 tomou o lugar do Celica, e o Supra será apresentado, em definitivo, no início do próximo ano. Fica a faltar preencher o lugar deixado vago pelo MR2, e com o S-FR descartado, o que poderá vir aí?

Desde 35 805 euros

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O que está a ser discutido?

Matt Harrison, o vice-presidente de vendas e marketing na Europa da Toyota, em declarações à Autocar no último Salão de Paris, levantou um pouco a ponta do véu. Ele afirmou que existem discussões na Toyota sobre um novo MR2, e que tudo corre de feição para se tornar numa nova adição ao portefólio da marca.

O que parece ser certo é que se terá o nome MR, de Midship Runabout, isso significará um motor localizado em posição central traseira e isso coloca um problema. A Toyota não possui uma plataforma com esse tipo de configuração.

Tal como aconteceu com o GT86 e o Supra, a solução poderá passar por partilhar os custos de desenvolvimento ou adquirir uma base a outro construtor. E considerando as características específicas do MR2, o único que nos ocorre é mesmo a Lotus (agora nas mãos da Geely).

Mas outra solução está a ser considerada. A de transformar o MR2 num desportivo para o séc. XXI e torná-lo 100% elétrico.

Um Toyota MR2 elétrico?

Sim, parece ser uma hipótese realista e viável do que desenvolver uma nova base, já que a hipótese MR2 elétrico poderia derivar da TNGA, a super-plataforma da Toyota que já serve modelos como o Prius, o Rav4 ou o Corolla.

Apesar de a TNGA ser de raíz concebida para automóveis “tudo à frente”, esta está pronta para um futuro elétrico. Já foram apresentadas variantes híbridas com um eixo traseiro motriz via motor elétrico. Não é preciso puxar muito pela imaginação e ver uma variante mais curta desta base — só com dois lugares — a prescindir do motor de combustão interna dianteiro na frente e vir apenas com o motor elétrico no eixo traseiro.

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O pack de baterias também não precisa de ser muito volumoso. Tal como o MR2 original, a Toyota podia vender o pequeno desportivo como uma alternativa ao típico “commuter car”, ou seja, um carro (divertido) para o dia-a-dia, para as deslocações casa-trabalho-casa, pelo que a necessidade de muita autonomia não seria absolutamente necessária.

Vai mesmo para a frente?

Falta apenas confirmação oficial da Toyota. A acontecer, só o deveremos ver perto do meio da próxima década, o que também ajuda à viabilidade da hipótese 100% elétrico. O custo do kWh, de acordo com os analistas, será mais baixo, e a densidade energética das baterias deverá ser maior, pelo que será mais fácil justificar os custos de desenvolvimento para um carro de nicho.

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Fernando Gomes

Entrou no universo dos automóveis através do design, hoje expressa a sua paixão pelo automóvel na escrita.

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