Toyota GR Yaris vai custar o dobro em França e não é o único

Desde 2023 que está em vigor em França a malus écologique (penalização ecológica) que se traduz numa taxa — paga no momento do primeiro registro no país — que penaliza os automóveis que mais CO₂ emitem.

Esta medida tornou-se mais severa este ano. Não só foi reduzido o limite mínimo de emissões a partir do qual a taxa começa a ser paga (passou de 123 g/km para 118 g/km), como o valor máximo a pagar subiu dos 50 mil euros para os 60 mil euros (para veículos que emitam 194 g/km ou mais). O valor mínimo a pagar é de 50 euros para um veículo que emita 118 g/km.

Além disso, a regra que limitava o valor máximo da taxa a pagar a 50% do preço do veículo foi removida. Ou seja, este ano, qualquer veículo que emita 194 g/km de CO₂ ou mais, paga os 60 mil euros adicionais na totalidade, independentemente do preço base.

O exemplo do GR Yaris

Entre os muitos modelos afetados por esta medida está o Toyota GR Yaris. O hot hatch foi atualizado e recebeu uma nova versão com caixa automática e vai ser particularmente lesado. O preço vai disparar para o dobro e até mais, no caso da versão com caixa automática.

No caso do GR Yaris manual, este tem preços a partir dos 46 300 euros no mercado francês, e declara emissões de CO₂ de 190 g/km. De acordo com a tabela estabelecida pela malus écologique 2024, a este valor irão acrescentar 45 990 euros de taxa. Ou seja, quem comprar um GR Yaris em França vai pagar, pelo menos, 92 290 euros.

Na versão automática, o cenário agrava-se ainda mais. Isto porque as emissões de CO₂ são mais elevadas: 210 g/km. O que significa que, de acordo com a tabela de penalizações, ao preço final de 48 800 euros se irão somar 60 mil euros de taxa. Ou seja, um total de 108 mil euros.

O Toyota GR Yaris não é o único a ser fortemente penalizado pela malus ecologique. São muitos os modelos afetados, até mesmo os mais modestos, como o Dacia Sandero (100 euros de taxa). Outros hot hatch, como o Ford Focus ST (28 413 euros) ou o Honda Civic Type R (35 346 euros) também estão a ser particularmente afetados.

Há exceções que ajudam a reduzir o valor da taxa a pagar, como por exemplo, caso um veículo seja adquirido por famílias numerosas.

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Além das emissões de CO₂ há outras métricas que podem agravar o valor a pagar, como o peso (caso tenha mais de 1600 kg) ou os famosos “cavalos fiscais”, neste caso apenas para veículos não certificados pela CE. De qualquer forma, o valor máximo da taxa a pagar foi fixado nos 60 mil euros.

Ao mesmo tempo que penaliza os veículos mais poluidores, França mantém incentivos à aquisição de veículos elétricos e híbridos plug-in que, em 2024, são de 5000 euros e 3000 euros, respetivamente, para particulares.

Mariana Teles

O universo das «quatro rodas» entrou na sua vida por intermédio da Razão Automóvel. É a sua primeira volta no mundo do jornalismo e promete não parar.

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