Acabou a espera. Já estivemos com o novo Tesla Model 3

Depois de muita antecipação, a Tesla mostrou finalmente o renovado Model 3, até aqui conhecido internamente por Project Highland.

Lançado em 2017, o Tesla Model 3 já soma dois milhões de exemplares vendidos em todo o mundo. E apesar de agora o best seller da marca na Europa ser o Model Y, não nos podemos esquecer que o Model 3 foi o primeiro a chegar às massas.

Com cada vez mais marcas a entrar no mercado, sobretudo na Europa e na China, impunha-se que o construtor norte-americano atualizasse o Model 3, que continua a ser o modelo mais acessível da Tesla.

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Para o conhecer em primeira mão, viajámos até Oslo, na Noruega, num exclusivo nacional da Razão Automóvel, onde já pudemos ter um primeiro contacto com o novo Model 3.

Mas feitas que estão as apresentações, vamos à questão que mais importa: o que mudou? Bem, como nos explicaram os responsáveis da Tesla durante o evento exclusivo organizado na Noruega, 50% do que vemos no novo Model 3 é inteiramente novo. E as diferenças começam logo no exterior

Mais aerodinâmico que o Tesla Model S

Na dianteira, por exemplo, encontramos uma assinatura luminosa completamente nova, mais esguia, que ajuda a dar um ar mais agressivo ao Model 3.

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Se antes tínhamos os faróis de nevoeiro montados no para-choques, numa posição mais baixa, agora eles surgem integrados na ótica principal, o que ajudou a criar uma imagem mais «limpa» na dianteira.

Para isso muito contribuiu o facto de a Tesla se ter livrado da saliência na dianteira, que ficou conhecida por muitos como «cara de pato». Ainda encontramos este elemento no Model Y, por exemplo, mas no novo Model 3, nem sequer um vestígio.

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Na traseira, além dos novos farolins, que assumem igualmente um visual mais rasgado e expressivo, que permite acentuar a sensação de largura do carro, destaca-se o difusor de ar traseiro, que foi ligeiramente retocado.

Já de perfil o que salta á vista são as novas jantes de 18” e 19”, mais eficazes no plano aerodinâmico, com ganhos entre os 5% e os 8%, dependendo do tamanho.

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Para os que estão a perguntar pelas jantes de 20” das versões Performance, posso já adiantar-vos que, por agora, a Tesla só mostrou este modelo nas versões Tração Traseira e Long Range.

Contas feitas, apesar das modificações terem sido menos expressivas do que muitos podiam esperar, são suficientes para dar uma nova «cara» a este modelo, além de terem tido um efeito muito positivo ao nível da aerodinâmica.

Isto porque agora o Model 3 anuncia um coeficiente aerodinâmico (C_x) de apenas 0,219, quando antes era 0,23.

Um Model S consegue até fazer melhor, com um coeficiente de 0,208, mas como o Model 3 tem uma superfície frontal menor, passou a ser o modelo com menor resistência aerodinâmica da Tesla.

Interior evoluiu bem

Para o interior, a Tesla ouviu o feedback dos seus clientes e procurou resolver duas das queixas mais frequentes: qualidade dos materiais e ruídos a bordo.

Na altura em que estou a escrever este artigo ainda não tive oportunidade de conduzir o Model 3, pelo que não consigo antecipar se as alterações feitas para melhorar as suas características dinâmicas resultaram em pleno ou não.

Porém, posso adiantar-vos que agora todos os vidros são laminados, ao contrário do que acontecia antes.

Quanto aos materiais e aos acabamentos, a evolução é óbvia. A consola central conta com um novo acabamento em alumínio, que dá um ar mais sofisticado e… premium a este modelo. Já o tabliê — foi totalmente redesenhado — apresenta novos materiais e, à primeira vista, parece contar com uma montagem mais sólida.

Escondido no novo tabliê está a mais recente evolução do sistema de climatização da Tesla, que agora permite que o condutor possa desligar a saída de ar do passageiro da frente, e vice-versa. Algo que já vinha a ser pedido há muito tempo pela comunidade de clientes Tesla.

E já que falamos de climatização, importa dizer que os bancos dianteiros do Model 3 não só são aquecidos como também passam a ser refrigerados.

Volante totalmente novo. E não só…

Outra grande novidade no interior é o volante, que foi completamente redesenhado e ganhou elementos que nos remetem de imediato para o volante dos Model S e Model X.

Na sequência disso perdeu as hastes laterais, que permitiam selecionar os modos da caixa (passaram a estar no ecrã central) e os piscas de mudança de direção, que agora são dois botões no volante.

Quanto ao ecrã multimédia, tem 15,4” e é mais brilhante, mais rápido e tem uma moldura bem mais pequena. É lá que podemos aceder a outra novidade importante do interior do Model 3: o sistema de iluminação ambiente personalizável que se estende a toda a largura do habitáculo.

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O sistema de som Premium também é novo. Nas versões Long Range inclui 17 altifalantes, dois subwoofers e dois amplificadores; nas versões com tração traseira tem nove altifalantes, um subwoofer e um amplificador.

Tive oportunidade de testar o sistema com 17 altifalantes e posso dizer-vos que fiquei muito surpreendido.

Além do sistema de som, a Tesla também aumentou o número de microfones a bordo, de maneira a melhorar a qualidade do áudio nas chamadas de telefone.

Segundo ecrã na traseira

Na segunda fila, o espaço disponível não sofreu alterações, porque as dimensões do renovado Model 3 são as mesmas de antes. Porém, há uma grande novidade para quem viaja atrás: um ecrã traseiro de 8”, semelhante ao que já tínhamos visto nos renovados Model S e Model X.

A juntar a isso, continuamos a contar com duas portas USB-C na traseira (mais uma na frente, «escondida» no apoio de braços), cada uma agora capaz de chegar aos 65 W de potência, o suficiente para carregar dois laptops.

Olhando para a conectividade, a performance dos smartphones que funcionam como chave do carro foi melhorada em 10 vezes através da tecnologia UWB (Ultra-Wideband) e o alcance do Wi-Fi ser agora o dobro do que antes.

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Baterias sem novidades, mas autonomia cresceu

Ao contrário do que muitos esperavam, a Tesla optou por não fazer alterações às cadeias cinemáticas que já conhecíamos do Model 3. Contudo, graças às melhorias aerodinâmicas, a autonomia subiu em qualquer uma das versões.

O mesmo é dizer que na versão de tração traseira o Model 3 continua a contar com uma bateria de 60 kWh e um motor elétrico que produz 208 kW (283 cv). Porém, a autonomia cresceu até aos 554 km nas versões com jantes de 18” e até aos 513 km nas versões com jantes de 19”.

A aceleração dos 0 aos 100 km/h manteve-se nos 6,1s, mas a velocidade máxima caiu dos 225 km/h para os 201 km/h. A Tesla justifica a descida com o facto de ter privilegiado o conforto de rolamento.

Já o Model 3 Long Range manteve a configuração de dois motores (um por eixo) que já conhecíamos, com a marca a anunciar 366 kW (497 cv) e 510 Nm, e a bateria de 75 kWh de capacidade. Só que a autonomia também subiu: até aos 678 km com as jantes de 18” e até aos 629 km com as jantes de 19”.

No que toca às performances, a aceleração dos 0 aos 100 km/h manteve-se nos 4,4s, mas a velocidade máxima também caiu: passou de 233 km/h para 201 km/h.

Com esta renovação a Tesla deixa de disponibilizar o Model 3 Performance, uma decisão que os responsáveis da marca se recusaram a comentar se será revertida dentro de algum tempo. Mas se tivéssemos de adivinhar, diríamos que é precisamente isso que vai acontecer.

Quanto às impressões de condução ao volante do novo Model 3, elas estão a caminho. E podemos já deixar uma garantia: vai sair brevemente um primeiro contacto em vídeo no nosso canal de YouTube. Estejam atentos.

Preço continua igual

As entregas do novo Tesla Model 3 vão arrancar no final do próximo mês de outubro na Europa e no Médio Oriente. A produção para o nosso mercado vai continuar a ser garantida pela fábrica da Tesla em Xangai, na China.

E quem reservou um Model 3 nas últimos semanas e ainda não tem um carro atribuído nem uma data de entrega marcada, vai ser convidado a receber o novo modelo, algo que os clientes podem aceitar ou não.

Quanto aos preços, não vão sofrer alterações no nosso país, pelo que o Tesla Model 3 vai continuar a estar disponível desde os 39 990 euros para a versão de tração traseira e desde os 48 990 euros para a versão Long Range.

Miguel Dias

Futebol e automóveis, duas paixões que o perseguem. Começou por trabalhar na primeira mas acabou a perceber que aquilo que o fazia mesmo feliz era a segunda.

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