Renault responde aos chineses com Twingo elétrico por menos de 20 mil euros

Tinha sido anunciado que o atual Renault Twingo não teria sucessor após o fim de produção agendado para 2024, mas o construtor francês acaba de anunciar um novo Twingo para 2026, 100% elétrico e com a promessa de um preço inferior a 20 mil euros.

O anúncio foi feito pelo próprio diretor executivo do Grupo Renault, durante a apresentação da estratégia da Ampere, a sua divisão dedicada apenas a modelos 100% elétricos e ao software. E até já pudemos ver um primeiro protótipo que antecipa este modelo, que será lançado em 2026.

Tal como a Renault já tinha feito com o 5 e o 4, também o novo Twingo vai ao encontro das raízes e parece apostar num design em linha com o modelo original, lançado em 1993.

Resta apenas saber quanto deste protótipo chegará à produção. Contudo, se olharmos para os exemplos do Scénic E-Tech e do Mégane E-Tech Electric, podemos esperar que a versão de produção mantenha os traços gerais deste concept. E isso são boas notícias.

Chega ao mercado em 2026

Como Luca de Meo anunciou durante o evento, o novo Twingo vai ser desenvolvido “num tempo recorde de dois anos”, a tempo de ser lançado no mercado em 2026.

O «patrão» da Renault não escondeu a ambição para este elétrico, que apresenta como sendo “a resposta à descarbonização, aos problemas de qualidade do ar, à mobilidade acessível, à reindustrialização da Europa e à criação de uma cadeia de fornecimento europeia. E tudo isto num só produto, o futuro Twingo”.

Vai novamente mudar as regras do jogo. Tal como aconteceu há 30 anos.

Luca de Meo, diretor executivo do Grupo Renault

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Resposta aos chineses… e não só

Descrito por Luca de Meo como a “bala de prata para a mobilidade sustentável”, o novo Twingo será peça chave no plano da Renault de criar um elétrico acessível.

Recorde-se que a Renault já tinha prometido um elétrico por 25 mil euros, neste caso o Renault 5, que será mostrado ao mundo em março de 2024, durante o regressado Salão Automóvel de Genebra, na Suíça.

Agora, com o futuro Twingo, a construtora gaulesa compromete-se a ir mais além, ficando abaixo da barreira dos 20 mil euros, tal como promete «ponta de lança» da mobilidade elétrica acessível da rival francesa, o Citroën ë-C3, que em 2025 vai ter uma versão a começar nos 19 990 euros.

Além disso, o futuro Twingo é uma resposta direta à «invasão chinesa», que promete fazer chegar à Europa uma série de modelos elétricos baratos, à semelhança do que já acontece dentro de portas.

Importa recordar que a Comissão Europeia deu início a uma investigação contra as subvenções dos elétricos chineses, com a presidente do Executivo comunitário, Ursula von der Leyen, a alertar para o facto de os mercados globais “estarem inundados com carros elétricos chineses baratos que têm subsídios de Estado”.

Indústria

Comissão Europeia acusa carros elétricos chineses baratos de “distorcerem o mercado”

A presidente da Comissão Europeia diz que o mercado está “inundado com carros elétricos chineses baratos que têm subsídios de Estado”.

Miguel Dias

A somar a isso, von der Leyen defendeu que isso “está a distorcer o nosso mercado. O seu preço é mantido artificialmente baixo por conta de grandes subsídios do Estado”, acrescentou.

O mais eficiente do segmento

Nesta altura, os dados técnicos em torno do novo Renault Twingo elétrico ainda são praticamente inexistentes. Porém, Luca de Meo promete o carro “mais eficiente do segmento” e aponta a um consumo médio de apenas 10 kWh/100 km.

O futuro Twingo, tal como acontece com os futuros 5 e 4, assentará na plataforma Ampere Small, a nova designação dada à CMF-BEV. Fica por saber dados relativos à bateria e autonomia.

Apesar de Luca de Meo não ter detalhado muito mais sobre as especificações do futuro Twingo, promete uma redução de 75% das emissões de CO₂ ao longo do ciclo de vida, quando comparado com um automóvel europeu atual equivalente com motor a combustão.

Miguel Dias

Futebol e automóveis, duas paixões que o perseguem. Começou por trabalhar na primeira mas acabou a perceber que aquilo que o fazia mesmo feliz era a segunda.

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