O príncipio do fim do trovão V8? Próximo AMG GT 63 será a eletrões

Até hoje, só tivemos um «cheirinho» do que poderá ser um AMG 100% elétrico, materializado nas versões 43 e 53 das berlinas e SUV das gamas EQE e EQS.

Ainda não vimos o que poderá ser um AMG 100% elétrico «sem amarras» e desenvolvido de raíz para ser apenas e só um AMG, sem ser uma declinação de um “Benz”.

Um dos mais próximos é o imenso GT 63 S E Performance de quatro portas, um híbrido plug-in que combina o emblemático V8 biturbo com um motor elétrico para entregar «gordos» 843 cv e até 1470 Nm. O seu sucessor promete tornar estes números modestos.

GT 4 portas a eletrões

Isto porque o próximo AMG GT 4 portas (C 295) será apenas e só elétrico. E fazendo jus à fama de que é mais fácil adicionar cavalos kilowatts aos elétricos, os rumores indicam que o futuro GT 63 possa entregar praticamente 735 kW, ou seja, redondos 1000 cv — não ficando muito longe dos 782 kW ou 1063 cv do AMG One.

Será suficiente? Para os rivais Porsche Taycan — que deverá ter uma versão de 1000 cv brevemente — e Audi RS e-tron GT, sim.

Mas há mais berlinas elétricas de quatro portas com números absurdos: Tesla Model S Plaid tem 1020 cv, Lucid Air Sapphire chega aos 1250 cv e a shooting brake chinesa Zeekr 001 FR atinge os 1265 cv. Se faz sentido ou não percorrer este caminho, deixamos à vossa consideração.

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O que esperar?

As primeiras «mulas de teste» do AMG GT 4 portas já foram vistas na estrada, disfarçadas de Mercedes-Benz EQE. Mesmo disfarçado, é possível constatar que as vias são mais largas — os alargamentos dos arcos das rodas são evidentes.

Para se ter uma ideia de como poderá ser este futuro AMG GT 4 portas, temos de olhar para o Vision AMG Concept (2022), que dá pistas importantes, sobretudo sobre proporções e estilo:

Proporções que só são possíveis por assentar numa plataforma exclusiva para elétricos, designada de AMG.EA. Esta distingue-se da EVA dos “Benz” por permitir silhuetas mais baixas, consequência do uso de baterias de alta densidade energética e altura reduzida que deverão ser exclusivas dos AMG.

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Além disso, o futuro AMG GT 4 portas fará uso dos motores elétricos de fluxo axial da britânica Yasa, que são muito compactos e leves, mas também muito potentes. Dificilmente seduzirão como o ronco do V8 biturbo, mas é impossível ficar indiferente aos números que são capazes de entregar.

Tim Woolmer, o «patrão» da Yasa, em declarações à Autocar, disse que um dos motores que está a desenvolver para os alemães pesa apenas 24 kg, mas entrega mais de 480 cv e 800 Nm(!).

Multiplicando por dois — o número de motores que o novo AMG GT 63 deverá ter —, são mais de 960 cv e 1600 Nm, indo de encontro aos rumores de uma potência máxima a roçar os 1000 cv.

4 imagens

Mais intrigante é a possibilidade avançada, ainda pela Autocar, de que este GT 63 elétrico seja apenas de tração traseira e não integral. Ou seja, ao contrário da configuração habitual de um motor por eixo (garantindo quatro rodas motrizes), o AMG GT 63 teria um motor por roda traseira — os construtores de pneus agradecem…

Quando chega?

O futuro da AMG será mais sobre eletrões que gloriosas bestas mecânicas consumidoras de hidrocarbonetos pelas quais ficou famosa. Um percurso que já começou a ser trilhado com híbridos plug-in — entre os quais o controverso C 63 —, ou as versões «vitaminadas» dos EQE e EQS.

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Em 2025, contudo, com a chegada do novo GT 4 portas exclusivamente elétrico, será o maior passo até agora dessa transformação. Um AMG «puro e duro» a eletrões com muitas expectativas a repousar sobre os seus ombros: conseguirá cativar como os AMG a combustão?

Fernando Gomes

Entrou no universo dos automóveis através do design, hoje expressa a sua paixão pelo automóvel na escrita.

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