Giulia SWB Zagato. O coupé que falta à Alfa Romeo mas que não vai ter

Como todas as criações da Zagato, dificilmente o Alfa Romeo Giulia SWB Zagato gerará consenso, mas ninguém lhe ficará indiferente.

Tem como ponto de partida o Giulia de quatro portas, assente sobre a plataforma Giorgio, mas a Zagato retirou-lhe vários centímetros à distância entre eixos — não sabemos quantos — justificando a designação SWB, de Short Wheelbase ou distância entre eixos curta em português.

A berlina foi transformada em coupé (perdeu duas portas) e ganhou uma silhueta evocativa que remete para os «Alfas» do passado assinados pela Zagato, mais especificamente a linhagem SZ (Sprint Zagato).

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Herança

Uma linhagem que remonta ao final da década de 50, mas neste caso, é o Giulietta SZ de 1961, o primeiro codatronca (traseira cortada) com origem no atelier milânes, aquele que mais informou o Giulia SWB Zagato.

Trata-se de uma solução aerodinâmica assente nas teorias de Wunibald Kamm (ainda hoje usada, conhecida como Kamm tail ou Kammback) e que permite reduzir a resistência ao ar, resultando numa velocidade máxima superior — do qual a Alfa Romeo retirou pleno proveito nos circuitos.

O design dos posteriores Giulia TZ e TZ2 (Tubolare Zagato) levaram este conceito ainda mais longe.

A linhagem SZ seria retomada em 1989, com a revelação do Alfa Romeo… SZ — alcunhado de “Il Mostro” devidos aos seus atributos estéticos — baseado no 75 e que serve também de inspiração a este novo Giulia SWB Zagato. Os óticas triplas à frente são o elo de ligação.

Pode ter Giulia no nome, mas a mais recente criação da Zagato não partilha nenhum painel com este. A nova «pele», de linhas mais agressivas, é toda ela em fibra de carbono.

O conceito, desenvolvimento e produção são totalmente responsabilidade da Zagato, mas o design acabou por ter o apoio de Alejandro Mesonero, o chefe de design da Alfa Romeo, e da sua equipa — poderão estar aqui elementos que indiquem o que esperar dos próximo Alfa Romeo?

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V6 com especificação GTAm e caixa manual

O Alfa Romeo Giulia SWB Zagato surpreende pelo design e estilo, mas também pela sua cadeia cinemática.

Isto porque combina o V6 biturbo do Giulia Quadrifoglio, elevado à especificação do GTAm — 540 cv em vez de 510 cv —, com uma caixa manual de seis velocidades. Uma opção que o Giulia Quadrifoglio chegou a oferecer.

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A Zagato não avança com números, mas tendo em conta que o Giulia SWB é mais pequeno e conta com painéis de carroçaria em fibra de carbono, é de esperar que seja mais leve e logo mais rápido que o modelo que lhe dá origem.

Único

As origens deste exclusivo coupé remontam a 2021, o ano em que se celebrou 100 anos de colaboração entre a Alfa Romeo e a Zagato — o G1 foi o primeiro da marca de Arese a receber a atenção da Zagato em 1921.

Que melhor forma de comemorar tão especial centenário do que com a criação de mais um modelo, mais especificamente, um coupé com base nos Alfa Romeo atuais?

O projeto rapidamente interessou a um cliente alemão da Zagato que também é um colecionador de Alfa Romeo. E, claro, é um fã dos muitos Gran Turismo da Zagato, usando frequentemente um SZ e sendo dono também de vários Aston Martin com a assinatura da casa milanesa.

Por isso este Giulia SWB Zagato permanecerá como modelo único e, acreditamos, inalcançável para a maioria das bolsas.

A esperança de vermos a Alfa Romeo voltar a oferecer um coupé de quatro lugares — excluindo o supercarro anunciado para 2023 ou o mini-supercarro 4C —, uma tipologia onde detém um historial riquíssimo, vai ter de esperar.

Fernando Gomes

Entrou no universo dos automóveis através do design, hoje expressa a sua paixão pelo automóvel na escrita.

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