Desde 33 195 euros
Toyota Yaris Cross testado. Demorou a chegar, mas tem argumentos para vingar?
O Yaris Cross marca a entrada «a sério» da Toyota no segmento B-SUV. Tem argumentos para bater os rivais mais experientes?

Posicionado abaixo do C-HR, o Toyota Yaris Cross é a aposta da marca japonesa num dos segmentos que mais tem crescido nos últimos anos na Europa: o dos B-SUV.
É uma aposta algo tardia, o que não deixa de ser curioso, pois a Toyota foi uma das pioneiras neste tipo de veículos: nos anos 90 com o primeiro RAV4 (sim, começou como um pequeno SUV) e em 2009 lançou o «esquecido» Urban Cruiser, um ano antes do Nissan Juke, o B-SUV que acabou por definir o segmento.
Tendo em conta o «tempo extra» que teve para preparar o Yaris Cross, será que a nova proposta da Toyota tem argumentos para bater as referências do segmento? Para descobrir pusemo-lo à prova.
A NÃO PERDER: Renault Captur E-TECH (híbrido plug-in). O mais económico é também o mais caro. Vale a pena?

Mais do que um «Yaris de saltos altos»
Apesar de partilhar o nome com o bem sucedido utilitário, o Yaris Cross consegue ter uma personalidade própria, para mais com a pintura bicolor dourada e preto da unidade ensaiada que considero particularmente interessante, na minha opinião, é claro. A destacar ainda a distância ao solo (160 mm) que lhe confere um visual particularmente aventureiro.
Já no interior, o tabliê é em tudo idêntico ao do Yaris, destacando-se a robustez e a proliferação de espaços de arrumação. Também positiva é a manutenção dos comandos físicos para o sistema de climatização e das teclas de atalho para o novo sistema de infoentretenimento da Toyota, cujo funcionamento, apesar de melhor do se via noutras propostas da marca, podia ser mais responsivo.
Se até aqui o Yaris Cross faz «jogo igual» com a concorrência, tanto no que à oferta de equipamento diz respeito como no campo da robustez e dos materiais (maioritariamente duros), o mesmo não pode ser dito no capítulo da habitabilidade.
Apesar do acréscimo de dimensões face ao Yaris traduzir-se em maiores cotas internas, face aos seus rivais o Yaris Cross é mais acanhado nos bancos traseiros, não ajudado pela reduzida amplitude de abertura das portas, o que também dificulta a tarefa de colocar cadeiras de criança naqueles lugares.

Por falar nos bancos traseiros, apesar de confortáveis, os seus encostos de cabeça são fixos e altos, o que acaba por prejudicar a visibilidade traseira.
Já na bagageira, o Yaris Cross «redime-se» e apresenta-se com 397 litros de capacidade, um valor bastante positivo, destacando-se ainda a modularidade da mesma, com um piso duplo, mas dividido em dois que nos permite baixar somente um dos lados da bagageira.

O «novo normal» da Toyota
Cada vez mais focada em fazer automóveis “não aborrecidos” — como Akio Toyoda, o presidente da Toyota, tem repetido regularmente —, a Toyota conseguiu fazer do Yaris Cross uma das propostas mais interessantes de conduzir do segmento.
A conjugação entre um amortecimento mais duro (sem ser, contudo, desconfortável) e de jantes de 18” com pneus de perfil mais baixo permitem ao Yaris Cross um comportamento bastante competente e até… divertido.

Ok, a direção é leve e não tão conseguida como a do Puma, mas é precisa e direta, e a verdade é que o modelo nipónico não anda tão longe assim da proposta da Ford no campo dinâmico.
A NÃO PERDER: Crossover por fora, monovolume por dentro. Opel Crossland renovado ainda é opção a ter em conta?Contudo, não há «bela sem senão»: a insonorização podia ser melhor. Os pneus de perfil mais baixo fazem-se ouvir, assim como os ruídos aerodinâmicos ou o som do motor de combustão, principalmente em autoestrada.
Descubra o seu próximo carro:
O valor da experiência
Por falar no motor, o três cilindros de 1,5 l surge associado a um motor elétrico e à transmissão e-CVT, formando assim o sistema híbrido. Longe de ser uma referência nas performances (nem se esperava que fosse com os seus 116 cv de potência combinada), este impressiona, acima de tudo, pela eficiência e pela suavidade de funcionamento quando circulamos em meio urbano.

Como que a provar a experiência da Toyota no «mundo» dos híbridos, este 1.5 Hybrid, já conhecido do Yaris, permitiu-me médias de 4,7 l/100 km (curiosamente em percursos maioritariamente feitos em autoestrada e estrada nacional), enquanto em cidade estes andaram entre os 5,5 l/100 km e os 5,7 l/100 km.
LEIAM TAMBÉM: Testámos o Hyundai Bayon 1.0 T-GDi Premium. Será que o Kauai se deve “preocupar”?Tal deve-se, em grande parte, ao facto deste motor ser capaz, segundo a Toyota, de circular até +70% em cidade em modo 100% elétrico. Como é óbvio, não consegui contabilizar de forma exata a percentagem de quilómetros feitos em modo elétrico, mas admito que em meio urbano raramente ouvi o motor de combustão.

Face à concorrência, que na larga maioria recorre apenas a motores de combustão (por vezes associado a um sistema mild-hybrid) ou até híbridos plug-in, o Yaris Cross apresenta-se como uma «solução de compromisso», e atenção, não é no mau sentido.
VEJAM TAMBÉM: Dacia Duster ECO-G (GPL). Com o preço dos combustíveis em alta, será este o Duster ideal?É que esta solução híbrida permite efetivas poupanças sem «exigir» o carregamento frequente da bateria, como acontece nos híbridos plug-in.
É o carro certo para si?
A Toyota levou algum tempo a entrar «de cabeça» no segmento B-SUV, mas quando o fez aplicou toda a sua experiência a fazer SUV ao seu «benjamim».

Apesar de não ser o mais espaçoso do segmento, o Toyota Yaris Cross compensa esse facto com uma mecânica que o transforma numa das propostas mais interessantes para quem se desloca maioritariamente em meio urbano.
Fora dessa utilização o SUV nipónico também não desilude, sendo apenas «traído» pela insonorização, sobretudo do motor, em regimes mais elevados. Contudo, quando olhamos para o computador de bordo e vemos os consumos averbados depressa nos esquecemos desse pormenor.
Preço
unidade ensaiada
Versão base: €33.195
IUC: €137
Classificação Euro NCAP:
- Motor
- Arquitectura: 3 cilindros em linha
- Capacidade: 1490 cm3
- Posição: Dianteiro Transversal
- Carregamento: Injeção indireta
- Distribuição: DOHC, 4 válv./cil.; 12 vál.
- Potência: Motor combustão: 91 cv às 5500 rpm; Motor elétrico: 80 cv; Potência máxima combinada: 116 cv
- Binário: Motor combustão: 120 Nm às 3600 rpm; Motor elétrico: 141 Nm; Binário máximo combinado: N.D.
- Transmissão
- Tracção: Dianteira
- Caixa de velocidades: Automática, e-CVT — Variável Contínua Controlada Eletronicamente (engrenagens planetárias)
- Capacidade e dimensões
- Comprimento / Largura / Altura: 4197 mm / 1765 mm / 1560 mm
- Distância entre os eixos: 2560 mm
- Bagageira: 397 litros
- Jantes / Pneus: 215/50R18
- Peso: 1360 kg
- Consumo e Performances
- Consumo médio: 5 l/100 km
- Emissões de CO2: 113 g/km
- Vel. máxima: 170 km/h
- Aceleração: 11,2s
- Garantias
- Mecânica: 7 anos ou 160 000 km
-
Equipamento
- Antena tipo barbatana de tubarão
- Jantes em liga leve de 18'
- Pneu suplente temporário
- Puxadores exteriores das portas à cor da carroçaria
- Barras de tejadilho
- Tejadilho Night Sky
- Spoiler traseiro à cor da carroçaria
- Vidros traseiros escurecidos
- Alavanca de velocidades em pele
- Ar condicionado automático (2 zonas)
- Banco do condutor com ajuste em altura manual
- Banco do condutor com ajuste lombar elétrico
- Banco do passageiro frontal com ajuste em altura manual
- Bancos dianteiros aquecidos
- Bancos em pele
- Bancos traseiros rebatíveis a 40:20:40
- Espelhos de cortesia nas palas de sol
- Espelho retrovisor interior eletrocromático
- Espelhos retrovisores exteriores, elétricos, retráteis e aquecidos
- Porta da bagageira elétrica com sensor de movimento
- Sensor de chuva
- Sistema "Smart Entry & Start"
- Travão de estacionamento eletrónico
- Vidros elétricos
- Volante em pele ajustável em altura e profundidade
- 8 colunas de som
- Câmara auxiliar traseira
- Ecrã TFT de 7''
- Ecrã TFT de 7''
- Sistema de som JBL
- Head-up display
- Aviso de saída de faixa de rodagem
- Controlo de Assistência ao Arranque em Subida (HAC)
- Cruise Control Adaptativo (ACC)
- Faróis com nivelamento manual
- Faróis de nevoeiro dianteiros LED
- Faróis LED
- Luzes de Máximos com Controlo Automático
- Reconhecimento de Sinais de Trânsito
- Sinal de Travagem de Emergência
Avaliação
- Comportamento
- Equipamentos de assistência e ajuda à condução
- Eficiência do sistema híbrido
- Estilo
- Versatilidade da bagageira
- Espaço na segunda fila e acessibilidade
- Responsividade do sistema de infoentretenimento
- Encostos de cabeça traseiros altos prejudicam a visibilidade
- Câmara traseira
Sabe responder a esta?
Em que ano surgiu a segunda geração do Toyota Paseo?
Em cheio!!
Vá para a próxima perguntaou leia o artigo sobre este tema:
Ainda te lembras dos pequenos coupé dos anos 90?Mais artigos em Testes, Ensaio
©2022 RAZÃO AUTOMÓVEL