Desde 25 930 euros
Nissan Juke Enigma testado. Será que ainda tem algo a esconder?
Apesar da designação Enigma desta versão, a segunda geração do Nissan Juke pouco ou nada tem de enigmático ou misterioso — é um livro aberto.

Após quase dois anos, reencontro-me com a segunda geração do Nissan Juke, agora nesta versão Enigma. Apesar do nome, de enigmática esta versão pouco ou nada tem. Além de adicionar alguns apontamentos estilísticos específicos e umas jantes de 19″ (de série), a grande novidade é o de ser o primeiro da Nissan na Europa a vir com o assistente Amazon Alexa.
Uma novidade que permite ligar o Juke Enigma ao dispositivo Alexa em casa que permite monitorizar e controlar várias funções do veículo remotamente. Podemos, entre outros, enviar uma morada para o sistema de navegação ou saber onde o carro está estacionado — a conectividade já era um dos argumentos do modelo, agora ainda mais.
Para além disso, o Nissan Juke continua igual a ele próprio, exatamente como me recordava do nosso primeiro encontro, destacando-se o amadurecimento desta segunda geração em relação ao impactante antecessor.
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Mais maduro, mas menos lúdico
Se esse crescimento (físico e metafórico) trouxe muitos aspetos positivos para o Juke, tenho de admitir que sinto falta, ao volante, do caráter mais lúdico da primeira geração.
Ao volante do Juke encontramos um B-SUV mais confortável e competente — mesmo tendo este Enigma as maiores rodas possíveis de equipar o Juke, com 19″ —, com qualidades estradistas reforçadas, mas que não consegue entreter ou cativar como o anterior.

Continua a demonstrar agilidade, graças a um eixo dianteiro obediente e acutilante na sua resposta, mas o foco pende mais para a eficácia e sentimos que estamos mais “afastados da ação”. Algo para o qual contribuem os seus comandos, que são um pouco mais filtrados do que antes, reforçando essa percepção.
Esta nova atitude mais madura acaba por contrastar, em parte, com a sua aparência externa, que continua a ser das mais ousadas e distintas (e também controversas) de todo o segmento, sendo de realçar a evolução positiva no campo das proporções e coesão geral.

Apetite mais alto do que o esperado
O motor adequa-se ao caráter mais adulto. O 1.0 DIG-T, agora com 114 cv e não 117 cv (para estar em conformidade com a mais recente norma de emissões Euro 6D), tem força suficiente (200 Nm) para mover capazmente o Juke, mas apesar de cumprir tudo o que promete, falta alguma “efervescência” como a que encontramos, por exemplo, no 1.0 EcoBoost do Ford Puma.

Aqui surge associado à caixa manual de seis velocidades (precisa, mas com um tacto mais plástico que metálico) e garante um nível de performance aceitável, mas acabou por se revelar algo gastador.
VEJAM TAMBÉM: Primeiro teste ao SEAT Arona 2021 em vídeo. As novidades são suficientes?Mesmo a velocidades moderadas (90 km/h em nacional) os consumos nunca desceram dos cinco litros (como os rivais conseguem) e em autoestrada chegou mesmo a atingir os oito litros — um pouco estranho, quando o apetite foi um pouco mais comedido no passado, noutras passagens pela garagem da Razão Automóvel.

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É o carro certo para mim?
Tal é o ritmo acelerado deste segmento que, apesar de ainda não ter feito dois anos de vida, já quase podemos “acusar” o Nissan Juke de ser um veterano. Continua a ser uma proposta competitiva, com o Juke Enigma a destacar-se na muito boa relação preço-equipamento.

Além do mais, para quem procura um B-SUV que tenha bons argumentos como carro familiar, o Nissan Juke é uma muito boa opção. O espaço atrás está num bom plano, próximo dos rivais mais espaçosos, e a bagageira é uma das maiores do segmento. Peca apenas pela visibilidade traseira, que afeta tanto o condutor como os passageiros da segunda fila.

Preço
unidade ensaiada
Versão base: €25.930
IUC: €103
Classificação Euro NCAP:
- Motor
- Arquitectura: 3 cilindros em linha
- Capacidade: 999 cm3
- Posição: Dianteira transversal
- Carregamento: Injeção direta, turbocompressor
- Distribuição: 2 a.c.c.; 4 válv. por cilindro (12 válv.)
- Potência: 114 cv às 5000 rpm
- Binário: 200 Nm entre as 1750-3750 rpm
- Transmissão
- Tracção: Dianteira
- Caixa de velocidades: Manual de 6 velocidades
- Capacidade e dimensões
- Comprimento / Largura / Altura: 4210 mm / 1800 mm / 1595 mm
- Distância entre os eixos: 2636 mm
- Bagageira: 422-1088 l
- Jantes / Pneus: 225/45 R19
- Peso: 1262 kg
- Consumo e Performances
- Consumo médio: 6,2 l/100 km
- Emissões de CO2: 140 g/km
- Vel. máxima: 180 km/h
- Aceleração: 10,7s
- Garantias
- Pintura e corrosão: Pintura: 3 anos; Corrosão: 12 anos
- Mecânica: 3 anos ou 100 000 km
-
Equipamento
- Cruise Control e limitador de velocidade
- Identificador de sinais de trânsito
- Sistema inteligente Anticolisão com deteção de peões e ciclistas
- Assistente inteligente de Manutenção de Faixa
- Sistema de faróis inteligentes
- Alarme periférico
- Sensor de pressão de Pneus com informação independente das 4 rodas
- Ar condicionado automático
- Volante multifunções com controlo de audio, telefone, cruise control e limitador de velocidade
- Volante e punho de mudanças de velocidades em pele
- Bancos dianteiros desportivos Monoform
- Apoio de braço dianteiro central com consola
- Painéis das portas e painel de instrumentos em pele sintético
- Luz ambiente
- Chão da bagageira com fundo duplo
- Jantes em liga leve Akari de 19''
- Carroçaria Two Tone: Teto + capas dos espelhos retrovisores à cor do teto
- Faróis LED (Frente, Trás, Diurnos e de Nevoeiro Traseiros)
- Espelhos exteriores, ajustáveis e eletricamente dobráveis, aquecidos e com indicador integrado
- Vidros traseiros escurecidos
- Personalização exterior do ENIGMA com vinis e logotipo
- Chave inteligente
- Câmara de visão traseira
- Apple® CarPlay + Android® Auto
- Sistema de reconhecimento de voz com comandos en volante
- Sensores de estacionamento dianteiros e traseiros com detecção de objetos em movimento
- Ecrã multimédia 8''
- Sensor de chuva
Avaliação
- Relação preço/equipamento
- Conectividade
- Bagageira
- Consumos
- Montagem
- Visibilidade traseira
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