Renault Mégane Sports Tourer 1.6 dCi Bose Edition: Racional Q.B.

Com um restyling efetuado recentemente, a Renault Mégane Sports Tourer apresenta-se de cara lavada mas com os argumentos de sempre.

Incorporando a mais recente identidade da marca, com um símbolo de grandes dimensões na frente e as luzes diurnas de led incorporadas de forma mais suave na linha frontal, fomos testar a Renault Mégane Sports Tourer 1.6 dCi Bose Edition.

Começamos por uma pequena incursão pelo exterior. A Renault Mégane Sports Tourer já conta com alguns anos de atividade, mas as novas formas da frente vieram dar-lhe mais algum fulgor. De resto continua tudo muito parecido com a versão anterior e não fossem as jantes de 17 polegadas com o detalhe da cor interior em preto brilhante, as diferenças eram ainda menos notórias.

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No interior, o ambiente a bordo é agradável – pese embora a idade do projeto e a qualidade inferior dos plásticos mais escondidos – tudo o resto surpreende pela positiva. A ergonomia continua num bom nível, o contraste com os frisos e consola central em acabamento preto brilhante conferem uma imagem mais jovial ao conjunto e o equipamento é abundante.

De destacar que a Renault investiu particularmente no isolamento e insonorização da gama Mégane, revelando pormenores com bastante qualidade de construção. Nesta versão Bose, podemos contar com um manípulo da caixa de velocidades e bancos parcialmente forrados a couro. Focando precisamente esse aspeto, os bancos proporcionam um bom apoio lombar.

No que toca ao sistema de som da Bose presente nesta unidade, dispomos de umas magnificas colunas que efetivamente proporcionam uma excelente qualidade sonora a bordo.

Em relação ao espaço interior, não se pode dizer que a Mégane Sports Tourer seja claustrofóbica – nem pouco mais ou menos, pois há espaço de sobra na frente e nos lugares traseiros 2 adultos ou 3 crianças viajam em perfeito conforto.

Nota positiva para o espaço na bagageira. Os 524 litros de capacidade podem não ser uma valor referencial, mas acima de tudo convém lembrar que a Mégane Sports Tourer é uma carrinha do segmento médio e 524 litros de capacidade ainda levam muita coisa. Mas o melhor da bagageira da Renault Mégane Sports Tourer, está no plano de carga, com dimensões bastante amplas e um acesso com um nível de carga próximo do perfeito – ou seja para carregar a Mégane, já não é preciso dar cabo das costas.

Resta-nos dissertar sobre a experiência de condução e as primeiras palavras de apreço vão para um sistema Start-Stop que é suave e nunca compromete em reações, mesmo quando estamos à espera do verde no semáforo.

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O motor 1.6 DCi de 130cv é uma mais valia imprescindível nesta Mégane Sports Tourer, acabando por justificar em parte a aquisição deste modelo. O bloco 1.6 DCi pauta-se por ter um funcionamento muito suave dentro do que se pode esperar de um Diesel, contudo dentro de cidade a inercia revelada pelo 1.6 DCi, abaixo das 1700rpm, pode ser um pouco frustrante. Depois disso a resposta é outra e os 320Nm de binário fazem-se sentir.

Dado os 1320kg da Mégane Sports Tourer era de esperar melhores consumos. Em teste ainda foi possível chegar aos 5,5l/100km, mas numa condução mais envolvente e que faça jus às credenciais do 1.6 DCi não é difícil obter valores na casa dos 6,7l/100km.

Alinhar no jogo do interface Eco2 (sistema que incentiva a condução ecológica), ajuda a obter valores de consumo muito interessantes, mas é preciso concentração máxima.

Com sensores de parqueamento torna-se fácil estacionar a Mégane Sports Tourer, que possui uma visibilidade traseira pouco compatível com um carro de cariz familiar. Não fossem os espelhos exteriores e apenas poderíamos confiar na eletrónica.

Em condução o ruído de rolamento da Mégane evidencia o cuidado na construção e é possível manter uma conversa em tom normal muito para lá dos 120km/h, no entanto em mau piso e pese embora o excelente trabalho da Renault no chassis e suspensão, as vibrações transmitidas ao interior fazem sentir-se.

A direção poderia ser mais comunicativa, em cidade é uma maravilha mas a velocidades até 60km/h é demasiado vaga e só temos uma sensação de segurança por parte da mesma quando adquire a rigidez ideal aos 100km/h. Porém, para lá dessa velocidade a assistência elétrica, torna a direção demasiado pesada.

A Renault pede 30.600€ por esta versão da Bose. O preço até poderia ser mais concorrencial, mas os 8000€ de impostos sobre a Mégane Sports Tourer, acabam por lhe roubar alguma competitividade. Salva-se a lista de equipamento e um motor competente, numa carrinha com uma qualidade de construção e espaço interior cuidado.

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Fotografia: Diogo Teixeira