Ao volante do novo Tavascan. Mais uma aposta certeira da CUPRA?

Procurámos os atributos do CUPRA Tavascan para reclamar o seu espaço onde já estão parentes próximos como o Volkswagen ID.4 e o Audi Q4 e-tron.

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A primeira vez que ouvimos falar do Tavascan foi em 2019, ainda sob a forma de um protótipo, no Salão de Frankfurt. Agora, quase cinco anos depois, o segundo elétrico da CUPRA está finalmente pronto.

Depois do Formentor e do Born, o Tavascan afirma-se como o terceiro modelo construído de raíz para ser um CUPRA, ao contrário do Leon e do Ateca, que tiveram como ponto de partida modelos da SEAT.

A missão era simples: pegar na fórmula do Born e adaptá-la a uma das carroçarias da moda na Europa, a dos «SUV-coupé». Será que chega para ser mais um tiro certeiro da CUPRA? Fomos conduzi-lo a Barcelona para descobrir a resposta:

Não passa despercebido

Construído sobre a plataforma MEB, a mesma que serve de base a modelos como o Audi Q4 e-tron (e Q4 Sportback e-tron) e o Volkswagen ID.4, o Tavascan destaca-se por passar a ser o maior SUV da CUPRA, pelo menos até à chegada do Terramar.

Mais comprido, mais largo e mais alto do que o Formentor, o Tavascan introduz a nova linguagem visual da marca espanhola, com uma máscara dianteira a preto e com uma nova assinatura luminosa em matriz de LED, com três triângulos em cada farol. Além disso, pela primeira vez o logótipo da marca surge iluminado.

De perfil, além das molduras em preto brilhante nas cavas das rodas e do pilar dianteiro bastante inclinado, o que mais se destaca são as jantes, que podem assumir três tamanhos distintos: 19”, 20” ou 21”.

Na traseira, além da iluminação muito futurista, salta à vista o pequeno spoiler que ajuda a reforçar o cariz mais desportivo deste modelo.

Contas feitas, e mesmo sabendo que gostos não se discutem, tenho poucas dúvidas de que o Tavascan tem, atualmente, um dos desenhos exteriores mais bem conseguidos do segmento.

Interior tem dois elementos chave

No interior, a primeira coisa que sentimos é que as linhas esculpidas do exterior têm continuidade dentro do habitáculo. Este é marcado por dois elementos: a espinha dorsal (é assim que a CUPRA lhe chama) que suporta todo o tabliê e o novo ecrã multimédia de 15”, com um novo interface mais rápido e intuitivo.

Mas há mais. Os habituais detalhes em cobre continuam presentes e combinam na perfeição com o complexo jogo de luzes com que a CUPRA dotou este interior, que é sofisticado e agressivo, tal como o exterior.

Esta coerência acaba por não passar despercebida, tal como as ambições desportivas deste SUV, que ficam evidentes logo ao nível dos bancos, de aspeto desportivo e com apoios de cabeça integrados de série.

No que toca ao espaço nos lugares traseiros, o aumento de dimensões face ao Formentor é uma boa notícia, com este SUV a ser capaz de surpreender.

Mesmo assim, o espaço e a versatilidade do Tavascan não são suficientes para que ele se aproxime de propostas como o Skoda Enyaq ou o Tesla Model Y, dois dos «reis» do espaço neste segmento.

Ao nível da bagageira, a história é semelhante: o CUPRA Tavascan oferece 540 litros de capacidade de carga, mais 10 litros do que o primo Audi Q4 e-tron Sportback, mas menos 30 litros do que o Skoda Enyaq Coupé.

Duas motorizações à escolha

Apesar de partilhar a plataforma MEB com vários outros modelos do Grupo Volkswagen (e com o novo Ford Explorer), o Tavascan conta com um acerto específico para a suspensão e para o chassis, e ainda com uma afinação exclusiva no que toca à entrega de binário.

Já no que toca às motorizações, também não existem novidades face às já referidas propostas da Audi e da Volkswagen.

O mesmo é dizer que o CUPRA Tavascan está disponível com duas configurações distintas: uma denominada Endurance, com apenas um motor elétrico e 210 kW (286 cv); e outra chamada VZ, com tração integral e dois motores, a debitar 250 kW (340 cv).

O motor elétrico traseiro é exatamente o mesmo em ambas as versões, bem como a bateria com 77 kWh de capacidade útil. Porém, a versão VZ conta com um motor dianteiro com 80 kW (109 cv), que permitiu aumentar a potência e as performances.

Apesar de contar com um motor por eixo, o CUPRA Tavascan VZ acaba por ser animado pelo motor traseiro durante grande parte do tempo. Só quando a unidade de controlo deteta perdas de tração ou quando exigimos toda a potência disponível é que o motor dianteiro é chamado a intervir.

Quando isso acontece, é capaz de acelerar dos 0 aos 100 km/h em 5,5s, ao mesmo tempo que atinge os 180 km/h de velocidade máxima, mesmo acusando 2273 kg na balança.

E a autonomia?

Outra diferença entre estas duas variantes está relacionada com a autonomia, que é superior na versão de tração traseira: 568 km (ciclo combinado WLTP) contra «apenas» 522 km da versão VZ.

Nos poucos quilómetros que fizemos ao volante deste elétrico, numa utilização mista, com autoestrada e cidade, raramente conseguimos ficar abaixo dos 20 kWh/100 km. E a esse ritmo basta recorrer a uma calculadora para perceber que não dá para atingir os valores anunciados.

Mesmo assim, só quando o CUPRA Tavascan chegar a Portugal, em setembro, vamos conseguir tirar conclusões mais definitivas acerca dos consumos deste SUV.

Quanto aos carregamentos, importa dizer que o Tavascan suporta velocidades de carga de até 11 kW em corrente alternada (AC) e de até 135 kW em corrente contínua (DC).

Chega em setembro

As encomendas do novo CUPRA Tavascan abrem no final do mês de junho, sendo que as primeiras unidades chegam ao mercado português em setembro.

Quanto aos preços para Portugal, ainda não estão fechados, mas já se sabe que aqui ao lado, em Espanha, a versão de tração traseira vai arrancar nos 52 000 euros.

A confirmar-se um valor semelhante para o nosso país, o Tavascan vai posicionar-se cerca de dois mil euros acima do Volkswagen ID.4 e aproximadamente 8500 euros abaixo do Audi Q4 Sportback e-tron com a mesma motorização.

Mas não é só no preço que estes três modelos que afastam. Apesar deste primeiro contacto ter sido curto, regressei de Barcelona sem grandes dúvidas de que o CUPRA Tavascan é o modelo com um tato mais desportivo construído sobre a plataforma MEB.

E se resumir-mos a conversa aos SUV, então nem é discussão.