Ensaio Hyundai Kauai N Line. O que vale a vitamina “N” associada ao Diesel 1.6 CRDi 48 V?

Desde 30 975 euros

Hyundai Kauai N Line. O que vale a vitamina “N” associada ao Diesel 1.6 CRDi 48 V?

O Hyundai Kauai foi renovado e trouxe consigo muitas novidades, entre elas a introdução de um sistema mild-hybrid de 48 V associado a um motor Diesel de 1.6 litros e uma versão N Line. É uma fórmula vencedora?

Hyundai Kauai N Line
© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

A primeira renovação do Hyundai Kauai ficou marcada pela introdução de uma inédita versão N Line, bem mais desportiva no aspeto, e pela adoção de sistemas mild-hybrid 48 V, tanto para o 1.0 T-GDI de 120 cv, como para o 1.6 CRDi de 136 cv.

Este último, por ser um Diesel, despertou atenções desde que foi anunciado e foi precisamente nessa configuração que tivemos o nosso primeiro contacto com o Kauai N Line, que até à chegada do bem mais potente Kauai N, tem honras de versão mais desportiva da gama, pelo menos de aspeto.

E se em termos de proporções nada muda para o Kauai “convencional” — cresceu 40 mm (para 4205 mm de comprimento) por culpa das alterações estéticas que os para-choques receberam — a imagem exterior ganhou “sal e pimenta” e ficou ainda mais interessante.

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© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Imagem: o que muda?

Do ponto de vista estético, o Kauai N Line destaca-se dos restantes “irmãos” por contar com para-choques dianteiro e traseiro (com um enorme difusor de ar) mais desportivos, cavas das rodas na mesma cor da carroçaria, jantes de 18” exclusivas e uma saída de escape (dupla) com acabamento cromado.

No interior, há a destacar uma combinação de cores exclusiva, revestimentos específicos, pedais metalizados, costuras de cor vermelha e a presença do logótipo “N” no manípulo da caixa de velocidades, no volante e nos bancos desportivos.

A isto temos que somar os bons apontamentos que já tínhamos destacado nos outros testes que fizemos ao Kauai pós-facelift, que viu o habitáculo dar um importante salto qualitativo.

Destaca-se — de série nesta versão — o painel de instrumentos digital de 10,25”, o ecrã tátil multimédia de 8” (permite integração de smartphone Apple CarPlay e Android Auto sem fios) e a câmera de auxílio ao estacionamento traseiro (e sensores traseiros).

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Integração com sistemas Apple CarPlay e Android Auto passa a ser feito sem fios. © Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Tudo está muito bem integrado no interior do Kauai N Line, muito por culpa da nova consola central redesenhada. Mas este pequeno B-SUV de cariz mais desportivo continua a beneficiar de uma qualidade de montagem muito interessante para o segmento e a oferecer espaço suficiente para cumprir as exigências familiares.

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O espaço nos bancos traseiros e a capacidade da bagageira (352 litros ou 1156 litros com os bancos da segunda fila rebatidos) não são uma referência no segmento, mas chegam para as “encomendas” do dia a dia, mesmo com crianças — e respetivas cadeiras — “a bordo”.

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Volume de capacidade da bagageira varia entre os 374 e os 1156 litros. © Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

48 V fazem diferença

Mas vamos ao que mais interessa, à mecânica. A versão que testámos, a 1.6 CRDi 48 V N Line, junta um motor Diesel de quatro cilindros com 1.6 litros com um sistema semi-híbrido de 48 V, naquilo que me parece ser um “casamento” muito feliz.

Este sistema de “hibridização leve” usa um motor/gerador em substituição dos alternador e motor de arranque convencional, o que graças a uma pequena bateria de 0,44 kWh (instalada sob o piso da bagageira) permite recuperar e armazenar a energia gerada nas desacelerações, que depois está pronta a usar sempre que há uma maior necessidade de força.

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O 1.6 CRDi turbo com quatro cilindros em linha mostra-se muito disponível logo nos regimes mais baixos. © Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

No total temos à nossa disposição 136 cv de potência (às 4000 rpm) e 280 Nm de binário máximo, disponível entre as 1500 e as 4000 rpm, que é enviado às rodas dianteiras através de uma nova caixa iMT (transmissão manual inteligente) de seis velocidades com função “velejar”. Está também disponível, em opção, uma 7DCT (dupla embraiagem e sete velocidades).

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Diesel, esse “demónio”…

No papel, esta motorização semi-híbrida promete consumos de excelência, boa versatilidade e grande conforto — para minha surpresa, foi exatamente isso que eu encontrei.

Este é um daqueles casos em que posso escrever, sem medo, que este automóvel cumpre com o prometido.

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Grelha dianteira tem desenho específico e imagem mais aerodinâmica. © Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

E a responsabilidade é quase sempre do grupo motriz, que ainda assim beneficia do excelente chassis do Kauai, que independentemente da versão ou do motor é sempre uma das propostas mais interessantes de conduzir do segmento.

Durante este ensaio com o Kauai N Line fiz quase 1500 km e isso permitiu-me testá-lo em quase todos os cenários e ocasiões. Mas foi em autoestrada que ele começou por me convencer.

Com uma estabilidade que merece destaque e com um isolamento acústico que só começa a mostrar lacunas quando superamos os 120 km/h, o Kauai brinda-nos com uma excelente posição de condução e revela-se bem mais confortável do que os modelos pré-facelift, algo que podemos justificar com a montagem de novas molas, novos amortecedores e barras estabilizadoras.

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E tudo isto enquanto nos “oferece” consumos médios a rondar os 5,0 l/100 km (e muitas vezes até abaixo), sempre com duas pessoas a bordo e sempre com a bagageira cheia.

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© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

É um registo notável e que por diversas vezes me levou a questionar se os motores Diesel modernos merecem o desfecho que vão ter muito em breve.

Para quem faz muitos quilómetros, sobretudo em autoestrada, continua a ser uma solução muito interessante e, acima de tudo, muito eficiente, sobretudo quando suportada por sistemas semi-híbridos como neste Kauai, que nos deixam andar “à vela”. Mas isso são questões para outro dia — quem sabe para uma crónica…

E em cidade?

Depois de várias centenas de quilómetros em autoestrada, era tempo de perceber o que este Kauai N Line valia em cidade. E aqui, o sistema semi-híbrido de 48 V foi, de facto, uma verdadeira mais valia.

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© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

O sistema motriz é de uma suavidade notável e a caixa manual de seis relações mostrou-se sempre muito bem escalonada.

Apesar das credenciais desportivas que exibe — o “N” é uma letra muito especial dentro da Hyundai… — senti sempre que é muito fácil adotar uma condução eficiente com este Kauai e isso traduziu-se em consumos — mais uma vez! — baixos: em cidade andei sempre em torno dos 6,5 l/100 km.

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Tão ou mais importante ainda, andar em cidade com este Kauai não deixa ao descoberto ruídos parasitas nem revela uma suspensão demasiado seca, dois aspetos que afetam outros modelos do segmento. Mesmo em estradas com mais imperfeições e com jantes de 18” calçadas, este Kauai nunca se mostrou desconfortável e lidou sempre muito bem com as imperfeições do asfalto.

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Jantes de 18” têm desenho específico. © Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Por estradas secundárias, é surpreendente como o Kauai N Line responde bem quando o “espicaçamos”. É certo que em matéria dinâmica o Ford Puma é ainda o rival a bater, que oferece uma direção ainda mais rápida e precisa, mas com as alterações que a Hyundai fez neste restyling o Kauai melhorou consideravelmente.

O comportamento dinâmico é menos neutro do que nos “irmãos” ditos convencionais, muito por culpa da afinação mais firme do amortecimento nesta versão N Line, e a direção é mais comunicativa, nomeadamente quando ativamos o modo Sport, que influencia (e otimiza) a resposta da direção e do acelerador.

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Neste restyling a Hyundai concentrou grande parte das suas atenções nas ligações ao solo, prometendo elevar os níveis de refinamento do Kauai com motores a combustão — eram francamente mais baixos do que as versões elétricas do modelo — sem prejudicar a dinâmica. Prometeu e… cumpriu.

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Desenho desportivo dos bancos não afeta o conforto. © Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

A somar ao maior refinamento, o conforto também ganhou uma importante evolução e isso é notório mesmo nesta versão com responsabilidades desportivas acrescidas, onde a palavra de ordem parece ser versatilidade.

Muito competente em todos os cenários que lhe apresentei, o Kauai N Line mostrou-se um B-SUV muito capaz em cidade, onde a facilidade de utilização, a caixa manual inteligente e os baixos consumos foram trunfos importantes.

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Mas foi em autoestrada que este SUV sul-coreano mais me surpreendeu. Foi o meu fiel companheiro durante muitas centenas de quilómetros e tratou-me sempre muito bem. No final da viagem, zero dores de costas a registar (apesar dos bancos desportivos), zero desconforto e zero stress.

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© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Na última parte do meu ensaio “atirei-lhe” com quase 800 km praticamente seguidos e ele nunca se queixou. E quando o entreguei nas instalações da Hyundai Portugal, o painel de instrumentos digital marcava um consumo médio de 5,9 l/100 km.

Por tudo isto, se procuram um B-SUV de imagem irreverente, com muito equipamento de série, bem construído e com um compromisso interessante entre conforto e dinâmica, o Hyundai Kauai continua a ser uma grande aposta.

E nesta versão N Line apresenta-se com credenciais desportivas — estéticas e dinâmicas — que o deixam ainda mais apelativo.

Hyundai Kauai N Line. O que vale a vitamina “N” associada ao Diesel 1.6 CRDi 48 V?

Hyundai Kauai 1.6 CRDi 48 V N Line

8/10

O sucesso comercial na Europa não mente: o Hyundai Kauai é um dos B-SUV mais interessantes do mercado e neste restyling ficou ainda melhor. É certo que a versão N Line tem muito mais impacto na imagem do que no comportamento ou nas performances, mas deixa este pequeno SUV ainda mais apetecível e irreverente. É confortável, está mais refinado e com esta motorização Diesel associada a um sistema mild-hybrid de 48 V, é muito poupado. Continua a ser um dos bons modelos do segmento e isso não vai mudar em breve.

Prós

  • Consumos
  • Imagem N Line
  • Conforto

Contras

  • Sistema de infoentretenimento
  • Capacidade da bagageira

Versão base:€30.975

IUC: €147

Classificação Euro NCAP: 5/5

€31.365

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:4 cilindros em linha
  • Capacidade: 1598 cm³ cm³
  • Posição:Dianteira transversal
  • Carregamento: Injeção direta + Turbo + Intercooler
  • Distribuição: 2 a.c.c., 4 válv. por cil. (16 válv.)
  • Potência: 136 cv às 4000 rpm)
  • Binário: 280 Nm entre as 1500-3000 rpm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Manual de 6 velocidades

  • Largura: 4205 mm
  • Comprimento: 1800 mm
  • Altura: 1550 mm
  • Distância entre os eixos: 2600 mm
  • Bagageira: 374-1156 litros
  • Jantes / Pneus: 235/45 R18
  • Peso: 1415 kg

  • Média de consumo: 5,2 l/100 km
  • Emissões CO2: 135 g/km
  • Velocidade máxima: 190 km/h
  • Aceleração máxima: >10,3s

    Tem:

    • Volante e manete de velocidades com logo N
    • Estofos exclusivos N Line
    • Câmera de auxílio ao estacionamento traseiro e sensores traseiros
    • Ecrã Tátil de 8''
    • Faróis dianteiros e traseiros Full LED
    • Dupla saída de escape
    • Ecrã "Supervision Cluster" de 10,25'' policromático
    • Chave Inteligente com botão de ignição
    • Jantes de 18'' em liga leve
    • Integração de smartphone Apple Carplay e Android Auto sem fios
    • Ar condicionado automático 1 zona com sistema de desembaciamento automático
    • Banco do condutor com ajuste elétrico do apoio lombar
    • Carregador de telemóvel sem fios
    • "Cruise Control" com limitador de velocidade e comandos no volante
    • Coluna de direção com regulação manual em altura e profundidade
    • Seletor de modo de condução: Eco, Normal e Sport (apenas 1.6 CRDi 48V Mild Hybrid)
    • Espelhos exteriores aquecidos, com indicadores de mudança de direção em LED com regulação elétrica
    • Faróis dianteiros e traseiros em LED
    • Luzes de circulação diurna em LED
    • Vidros laterais traseiros e óculo traseiro privativos
    • Pedais em aluminio
    • Travagem Autónoma de Emergência (FCA)
    • Sistema de Manutenção à faixa de rodagem (LKA)
    • Sistema de alerta de fadiga do condutor (DAW)
    • Controlo de arranque em subida (HAC)
    • Alerta de passageiros nos bancos traseiros (ROA)

Pintura metalizada (vermelho) — 390 €

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