Ensaio A gasolina e caixa manual. Este é o Kia Sportage mais barato de todos

Desde 34 650 euros

A gasolina e caixa manual. Este é o Kia Sportage mais barato de todos

Até há bem pouco tempo, um SUV a gasolina não fazia sentido. Atualmente modelos como este Kia Sportage 1.6 T-GDI e caixa manual, já nos deixam a pensar.

Kia Sportage 1.6 T-GDi Drive

7.5/10

Este «simples» Kia Sportage 1.6 T-GDI e caixa manual deixa-nos a pensar se precisamos realmente mais do que isto.

Prós

  • Conforto
  • Equipamento de série
  • Espaço disponível a bordo

Contras

  • Apple CarPlay ou Android Auto requerem um cabo
  • Ausência de opcionais
  • Lugar traseiro central

Não são precisos muitos quilómetros ao volante do Kia Sportage para perceber que este é um SUV com trunfos capazes de agradar a um considerável número de utilizadores.

Tendo em conta muitas das opiniões que vou ouvindo, acredito que há diversos consumidores que ainda não estão muito «virados» para o mundo da eletrificação.

Entre as frases mais recorrentes estão, por exemplo, “um carro simples e que não me dê chatices”, ou “espaço suficiente para a tralha toda”. Raramente é referida a opção de um automóvel elétrico.

Kia Sportage visto de traseira
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Os motivos são diversos. “O meu prédio não tem garagem”, por exemplo. A realidade é que este tema acaba quase sempre por chegar a um encolher de ombros e a um comentário sobre preços. Sem qualquer tipo de floreado, esta é a situação que está mais próxima do mundo real.

Por tudo isto, e ainda ao volante do Kia Sportage, tudo neste modelo me começa a fazer cada vez mais sentido. Nesta versão de entrada (nível Drive), com motor a gasolina e caixa manual, este SUV da Kia pode ser a resposta para muitas das necessidades «reais» do mercado nacional.

Arrojo de linhas no Kia Sportage

Se há argumento em que os construtores sul-coreanos se estão a tentar destacar é o do design. A maioria dos seus novos modelos apresenta linhas pouco convencionais e uma imagem que se distingue à distância, quer se goste ou não.

No caso do Kia Sportage, há diversos traços herdados do EV6, especialmente na secção traseira, com os dois grupos óticos unidos por uma faixa vermelha. A frente é também impossível de ignorar.

As luzes de condução diurna em formato de bumerangue são um dos maiores destaques, tirando até protagonismo aos grupos óticos principais.

Claro que, no final, se trata de uma questão de gosto e a minha primeira impressão não foi das melhores, confesso. Ao fim de uns dias, no entanto, estes mesmos traços arrojados acabaram por revelar uma imagem mais sofisticada e até bastante apelativo.

Primeiro contacto com o habitáculo

Quando me aproximei deste Kia Sportage pela primeira vez, este já estava aberto, levando-me a procurar o botão para ligar o motor. Só que, nesta versão Drive, isso não existe. É necessário procurar a chave para a inserir no canhão e rodá-la para ligar o motor. À antiga, portanto.

Kia Sportage tabliê
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Enquanto fiz os primeiros ajustes no assento, reparei no painel de instrumentos desta versão, que apesar de ser digital, pouco (ou nada) tem a ver com outras versões mais equipadas do Sportage.

Inclui até um computador de bordo ao centro, mas a restante área não parece não ter sido desenvolvida com o mínimo de imaginação.

Em contrapartida, o monitor central de comando tátil conta com uma resolução elevada e um visual mais moderno. Apenas os menus podiam ser um pouco mais intuitivos.

Ao volante, a posição de condução é boa e oferece uma boa visibilidade para a frente. Porém, a visibilidade traseira deixa a desejar e podia ser mais ampla.

Muito espaço atrás… para dois

Não existe falta de espaço a bordo do Kia Sportage, especialmente nos lugares da segunda fila. Mas aqui, o ideal é que viajem apenas duas pessoas, uma vez que o lugar central está longe de ser o mais confortável. O detalhe das tomadas USB-C nas costas dos assentos dianteiros é brilhante.

Os passageiros traseiros também contam com uma regulação do ângulo das costas do assento. Desta forma, é possível optar entre uma postura mais convidativa a uma sesta ou mais espaço na bagageira.

E por falar nesta, atrás dos assentos há uma volumetria perto dos 600 litros de capacidade, espalhados por diversas soluções de arrumação.

Nem sequer falta a possibilidade de guardar a chapeleira debaixo do piso, quando esta não está a ser utilizada. E a partir deste compartimento, também se conseguem rebater as costas dos assentos traseiros, puxando apenas uma alavanca.

Motor volta a ser uma boa surpresa

A volumetria do Kia Sportage não deixa antever um desempenho muito convidativo para o conhecido motor 1.6 T-GDI de 150 cv, mas a verdade é que este não se saiu nada mal. Mesmo em estrada. Seja como for, a ideia deste modelo não é bater recordes para chegar do ponto A ao ponto B, mas não há dúvidas de que este motor excedeu as expetativas no Sportage.

Kia Sportage a circular, perfil
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel A vista que mais deixa entender o tamanho deste SUV é mesmo a lateral. A altura é de 1,65 m e o comprimento supera os 4,5 m, sendo que 2,68 m separam os eixos. Caso ainda houvesse dúvidas, os pneus de maior perfil estão montados em jantes que parecem pequenas, mas são de 18”.

Mesmo no capítulo dos consumos, o Kia Sportage beneficia de um peso mais comedido — em comparação com as variantes híbridas —, apenas um pouco acima dos 1500 kg, pelo que o motor também tem um trabalho facilitado.

Em determinadas situações até parecem existir mais do que 150 cv debaixo do capô, mas é preciso ter calma para conter as médias de consumo. Caso contrário, é possível registar valores próximos dos nove litros.

Com um pouco mais de moderação, simulando uma utilização entre cidade e estrada, consegui chegar ao final do ensaio com um valor de 6,9 l/100 km. Os modos de condução disponíveis (Eco, Normal e Sport) apenas parecem mudar a forma como o sistema reage às solicitações do pedal do lado direito.

Numa vertente mais dinâmica, o Sportage volta a lembrar que é um SUV familiar. A direção é precisa q.b. e a suspensão cumpre o seu papel. No início parece mais branda que o desejado, mas quando é posta à prova parece reagir e lidar com as atrocidades do piso da melhor forma.

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Degrau de acesso ao Kia Sportage

A versão de entrada do Kia Sportage inclui o motor 1.6 T-GDI de 150 cv e é também a única que está disponível com o nível de equipamento Drive. Foi esta a fórmula encontrada pelo importador da marca para conseguir manter o preço nuns interessantes 35 945 euros.

Contudo, por se tratar de uma versão de acesso, isso não quer dizer que vá encontrar um habitáculo despido e com equipamento em falta. Não falta o sistema de navegação com o monitor tátil de 12,3”, múltiplas tomadas USB, iluminação em LED ou as jantes de liga leve de 18″.

Sem opções disponíveis

A grande desvantagem está nos clientes que até nem se importariam de pagar uns euros a mais para deixar o Kia Sportage mais ao seu jeito. Senti falta do sistema de acesso sem chave e do respetivo botão para ligar e desligar o motor, em vez de ter de inserir a chave no canhão.

O carregador sem fios para o telefone dá sempre jeito, tal como o acesso ao Apple CarPlay ou Android Auto sem a necessidade de usar um cabo. E por último, o sistema de abertura e fecho da tampa da bagageira também deveria ser elétrico em todas as versões. Até porque as pessoas de menor estatura podem não conseguir chegar ao puxador quando for necessário fechar a porta.

Nenhum destes equipamentos que referi está disponível, nem como opcional. Para os receber, será necessário optar pela versão GT Line, que já inclui um motor mais potente (180 cv) e um sistema mild-hybrid, além de só estar disponível com caixa automática.

O que faz com que o preço base do Kia Sportage passe para perto dos 43 mil euros.

Ainda assim, neste Drive poderá sempre optar pelo original tom Yuka Steel Grey para a carroçaria, fazendo inveja a quem optou pela versão mais recheada e para a qual esta escolha não está disponível.

Veredito

Kia Sportage 1.6 T-GDi Drive

7.5/10

Longe das propostas eletrificadas, o Kia Sportage 1.6 T-GDi coloca em grande destaque o argumento da «normalidade». Tem o formato de carroçaria mais desejado do momento, um habitáculo espaçoso e é bastante confortável. O motor a gasolina provou ser uma opção a considerar, com um desempenho acima das expetativas tanto nas prestações como nos consumos. No final, nem o preço desilude, comprovando a teoria de “para quê complicar?”.

Prós

  • Conforto
  • Equipamento de série
  • Espaço disponível a bordo

Contras

  • Apple CarPlay ou Android Auto requerem um cabo
  • Ausência de opcionais
  • Lugar traseiro central

Especificações Técnicas

Versão base:35.945€

IUC: 180€

Classificação Euro NCAP: 5/5

36.445€

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura: 4 cilindros em linha
  • Capacidade: 1598 cm³
  • Posição: Dianteira, transversal
  • Carregamento: Injeção direta, com turbo e intercooler
  • Distribuição: 2 a.c.c. / 4 válvulas por cilindro (16 válv.)
  • Potência: 150 cv às 5500 rpm
  • Binário: 250 Nm entre 1500-4000 rpm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Manual de 6 vel.

  • Largura: 4515 mm
  • Comprimento: 1865 mm
  • Altura: 1650 mm
  • Distância entre os eixos: 2680 mm
  • Bagageira: 591-1780 l
  • Jantes / Pneus: 235/55 R18
  • Peso: 1526 kg

  • Média de consumo: 6,8 l/100 km
  • Emissões CO2: 154 g/km
  • Velocidade máxima: 189 km/h
  • Aceleração máxima: >10,3s

    Tem:

    • Câmara auxiliar de estacionamento traseira
    • Sensores de estacionamento dianteiros e traseiros
    • Cruise Control e limitador de velocidade
    • Fecho de segurança para crianças
    • Ar condicionado automático bi-zona
    • Sensor de luz e chuva
    • Vidros elétricos frente e trás
    • Travão de estacionamento elétrico
    • Sistema de navegação c/ ecrã táctil de 12,3″
    • Android Auto / Apple CarPlay
    • Kia Connect
    • Ligação USB
    • Bluetooth mãos livres
    • Painel instrumentos Supervision c/ ecrã de 4″
    • Sistema de iluminação em LED
    • Retrovisores aquecidos com regulação elétrica e rebatíveis eletricamente
    • Jantes de liga leve 18″
    • Airbags dianteiros, laterais, de cortina e dianteiro central
    • Alarme
    • TPMS (Tire Presure Monotoring System)

Pintura metalizada: Yuka Steel Grey – 500 €