Ensaio Diesel mild-hybrid faz sentido? Testámos o Hyundai Tucson 1.6 CRDi 48V

Desde 41 250 euros

Diesel mild-hybrid faz sentido? Testámos o Hyundai Tucson 1.6 CRDi 48V

O mais recente Hyundai Tucson tem um desenho arrojado e um amplo interior, além de um Diesel «eletrificado» que dá uma ajuda nos «gastos».

Hyundai Tucson 1.6 CRDi 48V Vanguard

8/10
A presença do sistema mild-hybrid é uma boa solução para tornar um motor Diesel ainda mais eficiente.

Prós

  • Espaço disponível a bordo
  • Conforto
  • Sistema mild-hybrid

Contras

  • Comandos táteis
  • Comando convencional da caixa automática
  • Ruído do motor Diesel

Tucson. Não a cidade americana do estado do Arizona, mas sim o SUV compacto que conhecemos em 2004 e que foi uma das maiores apostas da Hyundai para um segmento que ainda não estava tão «ao rubro» como está agora.

Nestes quase vinte anos, no entanto, a evolução foi tremenda: o Hyundai Tucson já se encontra na sua quarta geração.

© Thom V. Esveld / Razão Automóvel Posicionado entre o Kauai e o Santa Fe, o Tucson apresenta dimensões generosas para a sua classe: 4,5 m de comprimento e 1,65 m de altura, que parecem ser ainda mais quando estou ao lado deste SUV

Traços mais sofisticados

Se há argumento pelo qual a quarta geração do Hyundai Tucson se destaca é pela estética. Não há como não reparar no desenho da secção dianteira e na forma como estão dispostas as luzes de condução diurna.

A Hyundai chama-lhe luzes paramétricas, ainda que não seja um sistema tão sofisticado como o do IONIQ 5. Honestamente, prefiro chamar-lhe uma solução estética mais original e fora do comum.

Continua a ser, ao fim de praticamente três anos, um dos SUV mais distintos da classe. Este exemplar destaca-se pelo emblema “48V” na lateral, junto às rodas dianteiras. Mas já lá vamos.

Evolução também no interior

Além dos traços originais da carroçaria, o visual do Hyundai Tucson também evoluiu bastante no habitáculo. As linhas do tabliê, por exemplo, criam um ambiente mais acolhedor para as duas pessoas que viajam na frente.

A qualidade dos materiais é elevada na grande maioria dos componentes. E ao volante, as regulações elétricas do assento permitem obter facilmente uma boa posição de condução.

Mesmo em frente ao condutor, o monitor destinado à instrumentação não é uma versão adaptada de algo que foi analógico em tempos. Conta com um visual aproximado ao resto do conjunto.

Depois, no centro do tabliê, nota-se que houve o cuidado de integrar o monitor tátil de tamanho considerável no restante contexto estético.

© Thom V. Esveld / Razão Automóvel O monitor tem um tamanho de tamanho considerável e o número de funções que o infoentretenimento integra é muito generoso.

Menos positiva é a escolha de comandos sensíveis ao toque em vez dos tradicionais botões. E com um acabamento em preto brilhante.

Fica visualmente mais bonito, mas não só revela toda e qualquer partícula de pó, como se enche facilmente de dedadas. Daquelas que dão a ideia que nunca vão desaparecer. E para utilizar o sistema de ar condicionado, por exemplo, é mesmo necessário usar estes comandos.

Em contrapartida, o monitor inclui uma ampla quantidade de funções e uma boa resolução, além de diversas soluções de conectividade. Mas para usar o Apple CarPlay ainda é necessário utilizar um cabo. Porém, é possível carregar o telefone sem fios.

Nesta versão Diesel com o sistema mild-hybrid, o comando da caixa de velocidades automática é uma tradicional alavanca. E é capaz de ser a única coisa que destoa a bordo deste Hyundai Tucson. A versão híbrida, por exemplo, já conta apenas com uns discretos e mais elegantes botões.

O trunfo do espaço

Este é sem dúvida um dos grandes argumentos deste SUV. Quem se senta nos lugares traseiros pode contar com um bom espaço para as pernas, mas também em largura e em altura.

E mesmo quando estão três pessoas lá trás, já de portas fechadas e todas têm de pôr o cinto, se não existem queixas, é porque há espaço. Não é muito habitual, mesmo neste segmento.

Um pouco mais atrás, o Hyundai Tucson equipado com o motor Diesel tem disponível uma bagageira com uma volumetria de 560 l.

No entanto, com o sistema mild-hybrid de 48 V desta versão, a bateria destinada ao mesmo está instalada sob a bagageira. E o resultado é a redução dos 560 l para os 521 l. Ainda assim, mais que suficiente na maioria das deslocações, mesmo nas das férias.

Diesel e mild-hybrid. Boa combinação?

Talvez seja pelo facto de já não conduzir automóveis com motor a gasóleo com tanta frequência, mas a primeira impressão é de o motor Diesel ser mais ruidoso do que o desejado.

Este é combinado com um sistema mid-hybrid e para aqueles que ainda não o conhecem, o melhor é dar uma vista de olhos no vídeo que o Guilherme fez sobre isso. E por acaso, até foi feito ao volante do Hyundai Tucson.

Em condução, quase não damos pela sua presença, tirando os momentos em que o motor térmico se desliga porque, simplesmente, não está a ser preciso. E isso pode acontecer diversas vezes.

Aconteceu nos momentos em que estava prestes a parar num semáforo vermelho, por exemplo, mas bem antes de o Tucson se imobilizar. E quando a bateria de 48 V está praticamente cheia, há momentos em que o motor se chega mesmo a desligar em autoestrada.

Mas não se assuste, basta o sistema «achar» que está a precisar do motor de combustão ou a bateria precisar de mais energia, que o motor térmico regressa de imediato ao ativo. A gestão de energia é mesmo um dos melhores trunfos deste sistema.

Serve para quê?

Bem, esta é fácil de responder. Para não gastar tanto combustível. Ao retirar um pouco de esforço do motor térmico, o consumo de combustível deverá diminuir. E com um sistema mild-hybrid, há diversos componentes que passam a ser alimentados apenas com a energia gerada nos momentos de travagem ou desaceleração.

Segundo os valores indicados pela marca, a diferença pode rondar os 0,3 l por cada 100 km. No entanto, não consegui registar os 5,3 l/100 km oficiais. O valor final, após o teste, acabou por ficar nos 6,4 l/100 km.

Em autoestrada é fácil lembrar-me porque é que os Diesel eram tão procurados até há bem pouco tempo, pois é aqui que as médias ficam mais comedidas. E se o ritmo for moderado, o valor passa facilmente para baixo da fasquia dos seis litros.

© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Ainda assim, com uma relação final um pouco mais longa, acho que seria possível convencer o Tucson a gastar menos combustível e a usar o sistema mild-hybrid de uma forma mais eficiente.

Já em cidade, é preciso começar a conhecer melhor o sistema para começar a tirar mais partido do mesmo. Depois disso, as médias começam a descer, mas é necessário ter em conta que este Tucson ainda pesa 1660 kg, o que dificulta a tarefa.

A caixa de velocidades de dupla embraiagem também não é «complicada» e o Hyundai Tucson foi muito bem desenvolvido na sua capacidade de «fluir» ao longo da maioria das deslocações.

Os modos de condução também podem dar uma ajuda consoante o estado de espírito, mas 99% das vezes acabam mesmo por ficar na posição «normal» com que se inicia a viagem.

Uma definição de escolha segura

O Hyundai Tucson é um daqueles modelos que poderia escolher se «só» tivesse de conduzir. Não sendo uma referência do ponto de vista dinâmico, a verdade é que o Hyundai Tucson «tolera» tudo aquilo que lhe vamos pedindo.

© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

A suspensão tem uma afinação capaz de transmitir uma elevada dose de conforto para o habitáculo, mesmo quando o piso não ajuda.

Além disso, a presença de jantes com 18″ de diâmetro também faz com o perfil dos pneus seja mais generoso e muitas das atrocidades do piso sejam simplesmente filtradas.

Quase tudo oferecido de série

Com o patamar de equipamento Vanguard é complicado encontrar opções disponíveis para o Hyundai Tucson, pois já está quase tudo incluído.

Em opção, poderemos, talvez, escolher uma das cores para a carroçaria que adiciona cerca de 520 euros ao valor final, ou optar pela configuração que inclui o teto de abrir. Neste caso, o acréscimo de preço ronda os 1200 euros.

No caso da unidade que tive oportunidade de ensaiar, com o nível de equipamento Vanguard, o preço é de 45 400 euros.

E com este valor já surge a questão que põe em causa o facto de precisarmos, ou não, de um motor Diesel na nossa rotina. É que, atualmente, por mais 750 euros, já é possível optar pela versão híbrida HEV que combina um motor a gasolina com um elétrico, mantendo o mesmo nível de equipamento.

A não perder: Teste de longa duração ao Hyundai Tucson híbrido 2023

A potência combinada passa para os 230 cv e a média de consumo declarada aumenta apenas 0,5 litros a cada 100 quilómetros. É certo que é a gasolina e não gasóleo. Mas em condução urbana, o híbrido consegue circular bastante tempo em modo 100% elétrico, consumindo menos combustível que no Diesel.

Acima desse há a versão híbrida plug-in, ainda mais eficiente e com 265 cv de potência máxima combinada. Mas neste caso, já estamos a falar de um valor próximo dos 52 mil euros.

Veredito

Hyundai Tucson 1.6 CRDi 48V Vanguard

8/10

A quarta geração do Hyundai Tucson é uma evolução considerável face ao seu antecessor em diversos níveis. Além da estética mais original, este SUV ainda oferece um amplo espaço a bordo e com uma imagem interessante. A combinação motor Diesel e sistema mild-hybrid resulta bastante bem, sendo possível consumos baixos, só se lamentando o ruído elevado do motor.

Prós

  • Espaço disponível a bordo
  • Conforto
  • Sistema mild-hybrid

Contras

  • Comandos táteis
  • Comando convencional da caixa automática
  • Ruído do motor Diesel

Especificações Técnicas

Versão base:41.250€

IUC: 154€

Classificação Euro NCAP: 5/5

45.400€

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:4 cilindros em linha + sistema mild-hybrid
  • Capacidade: 1598 cm³
  • Posição:Dianteira, transversal
  • Carregamento: Inj. direta common-rail; Turbo Geometría variável, Intercooler
  • Distribuição: 2 a.c.c.; 4 válv./cil. (16 válv.)
  • Potência: 136 cv às 4000 rpm
  • Binário: 320 Nm entre as 2000-2250 rpm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Automática de dupla embraiagem (DCT) com 7 velocidades

  • Largura: 4500 mm
  • Comprimento: 1865 mm
  • Altura: 1651 mm
  • Distância entre os eixos: 2680 mm
  • Bagageira: 521-1581 litros
  • Jantes / Pneus: 235/55 R18
  • Peso: 1660 kg

  • Média de consumo: 5,3 l/100 km
  • Emissões CO2: 134 g/km
  • Velocidade máxima: 180 km/h
  • Aceleração máxima: >11,4 s

    Tem:

    • Ar condicionado automático 2 zonas com sistema de desembaciamento automático
    • Banco do condutor com regulação elétrica
    • Seletor de modo de condução
    • Chave Inteligente com botão de ignição
    • Sistema de iluminação em LED
    • Vidros traseiros escurecidos
    • Espelhos exteriores com recolha elétrica
    • Barras no tejadilho
    • Porta da bagageira com abertura inteligente
    • Integração de smartphone Apple Carplay e Android Auto
    • Computador de bordo com ecrã “Supervision Cluster” de 10,25′ policromático
    • Ecrã touchscreen de 10.25”
    • Carregador sem fios para smartphone
    • Portas USB
    • Sistema de som Krell
    • Iluminação ambiente
    • Estofos em Pele
    • Sistema de alerta de fadiga do condutor (DAW)
    • Sistema de Manutenção à faixa de rodagem (LKA)
    • Travagem Autónoma de Emergência (FCA)
    • Câmara de auxílio ao estacionamento traseira
    • Sistema de Acompanhamento da Faixa de Rodagem (LFA)
    • Sensores de estacionamento traseiros
    • Controlo Eletrónico de Estabilidade (ESC)
    • Alerta de arranque do veículo dianteiro (LVDA)
    • Sensor de chuva (Limpa para-brisas de ativação automática)
    • Sensor de luz (Faróis de acendimento automático)
    • Sistema de estabilidade para o reboque (TSA)
    • Indicador de perda de pressão dos pneus (TPMS)
    • 7 Airbags

Pintura metalizada: 520 €