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Tal pai, tal filho. As «dinastias» familiares na Fórmula 1

A história da Fórmula 1 conta com algumas duplas de pais e filhos. Desde a família Schumacher à família Verstappen.

Jos e Max Verstappen
Mark Thompson/Getty Images

Quis o calendário que a primeira prova da temporada de Fórmula 1 fosse disputada no mesmo fim de semana em que se comemora o «Dia do Pai». Que melhor ocasião para reunimos os pais e filhos que foram ou são pilotos e que correram ou correm na categoria rainha do automobilismo?

Durante toda a história da Fórmula 1, contamos mais de 700 pilotos que já disputaram pelo menos um Grande Prémio, mas desses, apenas 30 pilotos correspondem à premissa de serem pai e filho.

Em alguns casos ambos mantiveram-se ilustres desconhecidos, noutros o pai obteve muito mais sucesso que o filho ou por vezes foi ao contrário e houve até situações em que ambos juntaram o seu nome à lista de campeões da Fórmula 1. Vamos conhecê-los.

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Michael Schumacher
Michael Schumacher é o mais recente ex-piloto a ver o seu filho ingressar na categoria de topo do automobilismo.

Os Schumacher

Abrimos esta lista com o mais recente filho a chegar à Fórmula 1: Mick Schumacher. Filho do sete vezes campeão do mundo de Fórmula 1, Mick prepara-se para entrar na sua segunda temporada na categoria rainha, mantendo-se na Haas.

Do seu pai recebeu um legado difícil de igualar e um nome que chegou a recusar usar quando corria nos karts, optando por usar o nome da sua mãe e até o pseudónimo “Mick Junior” para tentar «passar despercebido».

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Os Verstappen

Também o atual campeão do mundo de Fórmula 1, Max Verstappen, é filho de um ex-piloto. Falamos, claro está, de Jos Verstappen, que se estreou na Fórmula 1 em 1994 e por lá se manteve (com algumas interrupções) até 2003.

Longe do sucesso do filho, conseguiu ainda assim dois pódios e, curiosamente, chegou a ser colega de equipa de Michael Schumacher, tendo corrido ao seu lado na Benetton em 1994.

Jos e Max Verstappen
Max Verstappen tem conseguido resultados muito mais positivos do que os que o seu pai conseguiu. Mark Thompson/Getty Images

Os Rosberg

Na história da Fórmula 1, Keke e Nico Rosberg foram, entre as duplas de pais e filhos, a segunda e última dupla a conseguir alcançar o título de Campeões do Mundo de Fórmula 1. O pai, de nacionalidade finlandesa, disputou 114 provas de Fórmula 1 e sagrou-se campeão em 1982 aos comandos de um Williams, tendo-se «reformado» em 1986.

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Já o filho, alemão, esteve 10 anos na Fórmula 1, disputou 206 GP e conquistou o seu primeiro e único título de Fórmula 1 na temporada em que se retirou da competição, em 2016. Aos comandos de um Mercedes-AMG, bateu Lewis Hamilton, o seu colega de equipa.

Nico Rosberg

Os Piquet

Nélson Piquet é um dos nomes maiores da Fórmula 1, com três títulos em seu nome (1981, 1983 e 1987), 204 grandes prémios disputados e uma carreira na categoria rainha que se prolongou entre 1978 e 1991.

Já Nélson Piquet Jr., o seu filho, apesar das elevadas expectativas, nunca esteve perto de igualar o seu pai na disciplina máxima do automobilismo.

 

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Com um pódio como melhor resultado, Piquet Jr. viu a sua carreira na Fórmula 1 resumir-se a 28 corridas (todas na Renault). Foi também «famoso» um acidente no GP de Singapura de 2008 que «fez correr muita tinta» por ter permitido ao seu colega, Fernando Alonso, vencer a corrida.

Os Villeneuve

No caso dos Villeneuve caso quase que podemos dizer que o filho veio «terminar» o trabalho do pai.

Um dos mais talentosos e irreverentes pilotos da sua geração, o canadiano Gilles Villeneuve conquistou seis vitórias e 13 pole-position. Viria a falecer durante a sessão final de qualificação no GP da Bélgica de 1982, quando embateu na traseira de outro monolugar que se deslocava muito mais devagar.

Gilles Villeneuve
Gilles Villeneuve.

O filho, Jacques, correu entre 1996 e 2006 e alcançou o título que «escapou» ao pai. Em 1997, aos comandos de um Williams travou um intenso duelo com Schumacher, que acabou desqualificado do campeonato depois de ter tentado abalroar Villeneuve na última prova. No total disputou 163 GP, e alcançou 11 vitórias e 23 pódios.

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É também de Jacques Villeneuve uma das ultrapassagens mais memoráveis da Fórmula 1, durante o GP de Portugal de 1996, quando ultrapassou Schumacher por fora na Parabólica antes da reta da meta:

Os Hill

Em 1996, Damon Hill foi o primeiro filho a «imitar« o pai e a sagrar-se campeão do mundo de Fórmula 1. Com 115 provas disputadas, conseguiu 22 vitórias e 42 pódios, tendo andado pela Fórmula 1 entre 1992 e 1999.

Quanto ao pai, Graham Hill, este correu na Fórmula 1 até aos 46 anos. Depois da sua estreia em 1958, Hill disputou 176 GP, venceu 14 deles e subiu ao pódio 36 vezes, resultados que lhe garantiram o título em 1962 e 1968.

Graham Hill
Graham Hill foi um dos últimos «Gentleman Driver» da Fórmula 1.

Ainda hoje é o único piloto a ter conquistado as 500 milhas de Indianapolis, as 24 Horas de Le Mans e o título de pilotos na Fórmula 1.

Os Brabham

Com 126 GP disputados e 14 vitórias, Jack Brabham sagrou-se campeão de Fórmula 1 por três vezes (1959, 1960, 1966), sendo que o último título foi alcançado aos comandos de um carro da sua própria equipa — é o único piloto na história a tê-lo feito.

jack-brabham
Jack Brabham conseguiu algo que dificilmente alguém vai igualar: foi campeão num carro da sua própria equipa.

Quanto ao filho, David Brabham, o seu palmarés na categoria de topo do automobilismo resume-se a 24 provas disputadas, sendo a maior curiosidade o facto de ter corrido na… Brabham.

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Os Andretti

Campeão em 1978, Mario Andretti ainda hoje é o único piloto norte-americano a sagrar-se campeão do mundo. Com uma carreira que começou em 1968 e teve o seu epílogo em 1982, Mario Andretti correu para equipas como a Ferrari ou a Lotus.

O filho, Michael Andretti, teve uma carreira mais discreta na Fórmula 1. No total, só participou em 13 provas na Fórmula 1, todas disputadas em 1993, aos comandos de um McLaren. No seu palmarés na Fórmula 1 tem um pódio.

Os Fittipaldi

Muito mais que pais e filhos, a família Fittipaldi é um caso sério na Fórmula 1. Emerson Fittipaldi esteve 10 anos na Fórmula 1, alcançou 14 vitórias e ganhou dois títulos (1972 e 1974), tornando-se no primeiro brasileiro a sagrar-se Campeão do Mundo de Fórmula 1.

O seu irmão, Wilson Fittipaldi Jr. também por lá andou e chegou até a correr com a sua própria equipa, a Copersucar-Fittipaldi. Já o seu filho e sobrinho de Emerson, Christian Fittipaldi, disputou 40 provas na Fórmula 1 entre 1992 e 1994.

Contudo, a «dinastia» da família Fittipaldi não se fica por aqui, com o neto de Emerson, Pietro Fittipaldi, a também já se ter estreado na categoria, tento disputado até agora dois grandes prémios.

As outras famílias

Além das «duplas» de pais e filhos já referidas, há mais algumas que passaram pela Fórmula 1. Não são tão conhecidas e os resultados não são tão relevantes, mas são sempre dignos de registo.

Os britânicos Reg e Tim Parnell correram na categoria nos anos 50 do século passado, com o pai, Reg a conseguir um pódio enquanto o filho não conseguiu melhor que um 10.º lugar.

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Da Bélgica surgem os Pilette, uma autêntica dinastia de pilotos que se estende do avô, no início do século XX, até ao neto, Theodore “Teddy” Pilette que correu apenas uma prova na Fórmula 1. Já o seu pai, André Pilette, disputou nove provas.

Também o célebre Markus Winkelhock, que na sua única corrida na Fórmula 1 conseguiu a proeza de liderar a prova aos comandos de um Spyker, depois de ter partido de último, é filho de um piloto. O seu pai Manfred correu na Fórmula 1 entre 1980 e 1985, disputou 47 GP, mas nunca igualou a «proeza» do filho.

O regressado Kevin Magnussen também é filho de um ex-piloto de Fórmula 1, mas a sua carreira tem mostrado resultados mais positivos que a do pai. Afinal de contas, enquanto o filho já disputou 119 GP e alcançou um pódio, o pai, Jan Magnussen não foi além das 24 provas.

Entre este grupo de pais e filhos na Fórmula 1 temos também um vinda do Japão. Da família Nakajima temos o pai, Satoru que alinhou por 74 vezes em GP de Fórmula 1, sendo o primeiro piloto japonês a pontuar na categoria. Já o filho, Kazuki, disputou 36 GP na Williams entre 2007 e 2009.

Por fim, Jolyon Palmer seguiu o exemplo do seu pai, Jonathan, e também chegou à Fórmula 1. Contudo, enquanto o seu pai alinhou em 83 provas, Jolyon alinhou em 35 GP.

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