Chinesa CATL revela bateria LFP que pode mudar as «regras do jogo»

A chinesa CATL, a maior fabricante de baterias do mundo e uma das principais fornecedoras da Tesla, anunciou esta quarta-feira (16 de agosto) uma nova bateria LFP de carregamento rápido, a primeira a consegui-lo de acordo com a empresa.

Denominada Shenxing, a CATL anunciou ainda que a produção em massa da nova bateria vai arrancar no final do ano e que os primeiros veículos elétricos a equipar este tipo de bateria chegam no primeiro trimestre de 2024.

“Esperamos que, através de esforços contínuos para melhorar a tecnologia e reduzir custos, a Shenxing se torne um produto padrão disponível para todos os veículos elétricos”, afirmou Gao Han, diretor técnico da divisão de automóveis elétricos da CATL, citado pela Reuters.

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Desvantagens das baterias LFP ultrapassadas

Cada vez mais vistas como uma alternativa às baterias de iões de lítio NCM (níquel, cobalto e manganês) que a maioria dos construtores europeus ainda utiliza, as baterias de iões de lítio LFP (fosfato de ferro-lítio), já há muito que estão a ser usadas pelos construtores chineses, como por exemplo a BYD:

Mas há mais exemplos, a começar logo na Tesla, que recorre a este tipo de tecnologia nas versões de entrada de gama dos Tesla Model 3 e Model Y. A Ford também já confirmou que vai usar estas baterias no Mustang Mach-E.

Entre as maiores vantagens das baterias LFP está o custo, uma vez que o uso de materiais mais acessíveis e abundantes permite alcançar um preço mais baixo do que as baterias NCM, que usam materiais mais caros, mais raros e menos sustentáveis.

Além disso, têm um ciclo de vida mais longo do que as baterias NCM e uma maior estabilidade térmica e química, o que reduz o risco de incêndios e explosões.

Porém, quando comparadas com as baterias tradicionais NCM, mais caras, também apresentam desvantagens. A densidade energética é inferior (menor capacidade por célula, o que resulta em menos autonomia) e carregamentos menos eficientes, sobretudo em temperaturas mais baixas.

Agora, graças a esta nova tecnologia de carregamento rápido da CATL, é possível eliminar da equação as desvantagens relacionadas com a autonomia e a velocidade de carregamento.

A empresa promete autonomias superiores a 700 km (ciclo CLTC usado na China que não é tão exigente como o ciclo WLTP) e bastam 10 minutos de carga para ter 400 km de autonomia.

A CATL garante ainda que será possível repor 80% da autonomia em apenas 30 minutos com temperaturas tão baixas quanto -10 ºC, além de prometer que as performances e as acelerações não serão comprometidas neste tipo de temperaturas.

Preço vai ser afetado?

No papel, esta nova tecnologia da CATL é muito prometedora e acaba, em teoria, com as duas principais desvantagens das baterias do tipo LFP.

Porém, resta apenas saber de que forma este desenvolvimento vai afetar o preço das baterias LFP, que têm no custo mais baixo o seu principal trunfo. Importa lembrar que o custo por kWh de uma bateria LFP é, neste momento, entre 20% a 30% inferior a uma bateria NCM.

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