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Apresentação

Este é o primeiro elétrico de produção com baterias de estado semissólido

O IM L6 é o primeiro com baterias de estado semissólido, aqui com imensos 130 kWh e promessa de mais de 1000 km… no ciclo chinês CLTC.

IM L6 perfil
© IM Motors

O IM L6 não é um estranho nas páginas da Razão Automóvel. Ainda há uma semana mostrámos um exemplar a efetuar o teste do alce… sem condutor, de forma totalmente autónoma.

Mesmo a tão pouco tempo da sua apresentação oficial, ainda eram vários os rumores contraditórios sobre se o L6 traria ou não baterias de estado sólido, e agora confirma-se que não: são baterias de estado semissólido.

IM L6 traseira 3/4
© IM Motors IM L6.

Qual a diferença? Tal como o nome indica, estas baterias ficam a meio caminho entre as iões de lítio e as de estado sólido, com a diferença a estar no eletrólito usado.

Se nas baterias de iões de lítio o eletrólito é líquido e nas de estado sólido é… sólido, nas semissólidas temos um pouco dos dois: o eletrólito tem partículas sólidas, mas estas estão suspensas num líquido condutor.

Esta solução tem algumas vantagens em relação aos outros dois tipos. Em relação às baterias de iões de lítio são mais estáveis e seguras e apresentam maior densidade energética. Em relação às de estado sólido, são mais fáceis de fabricar, não exigindo grandes modificações ao processo de fabrico das de iões de lítio. E isso tem impacto importante nos custos, que continua a ser o fator crucial no preço dos automóveis elétricos.

bateria estado semissólido da IM Motors
© IM Motors Bateria de estado semissólido do iM L6.

As baterias de estado semissólido começam estão a ganhar «tração» na indústria automóvel pelo compromisso que oferecem e o IM L6 pode ser mesmo o início de uma revolução para o futuro dos elétricos. A IM Motors não é a única a adotar esta solução; também NIO prepara-se para introduzir em breve uma bateria semissólida.

Mais de 1000 km de autonomia

Contudo, a bateria de estado semissólido introduzida pela chinesa IM Motors, uma subsidiária da gigante SAIC (dona também da MG), é apenas uma de três opções de baterias do L6.

As outras duas são de iões de lítio com química NMC (níquel, manganês e cobalto) e capacidades de 90 kWh e 100 kWh, permitindo autonomias de até 700 km e 770 km, respetivamente, no ciclo chinês CLTC.

O IM L6 equipado com a bateria de estado semissólido recebe a colorida designação de Lightyear Max e apresenta uma capacidade de 130 kWh — uma das mais elevadas vistas num veículo ligeiro.

A arquitetura elétrica ascende a praticamente 900 V, o que dá acesso a carregamentos superrápidos de 400 kW: 12 minutos bastam para obter 400 km de autonomia. No total a IM Motors anuncia mais de 1000 km de autonomia… novamente no ciclo chinês.

É barato… na China

Esta berlina elétrica aponta a propostas como o Tesla Model 3, Hyundai IONIQ 6 ou o Volkswagen ID.7 e está disponível com duas configurações motrizes: com motor traseiro ou dois motores (um por eixo).

No caso do motor traseiro pode ter potências de 216 kW (294 cv), 248 kW (337 cv) e 300 kW (408 cv) de potência. Na configuração de dois motores a potência máxima é de 579 kW (787 cv/800 Nm) — permite ir dos 0 aos 100 km/h em escassos 2,74s.

Destaca-se ainda pela tecnologia empregue, como o chassis digital ou a presença de um LiDAR, que permitiu, por exemplo, a «acrobacia» referida inicialmente de ter feito o teste do alce de forma totalmente autónoma.

O IM L6 já tem preços para o mercado chinês, que começam nos 29 600 euros para a versão Standard Max e sobe para os 38 600 euros do High Performance.

O IM L6 Lighting Max, com a inédita bateria de estado semissólido, será lançado no mercado chinês com preços inferiores a 42 500 euros (!).

Está nos planos da SAIC trazer a IM Motors para a Europa em 2025 — o L6 teve a sua estreia mundial no Salão de Genebra, no final do mês de fevereiro —, mas duvidamos que estes preços sejam os que veremos serem praticados no mercado europeu.